Estamos vivendo uma nova extinção em massa, revela estudo perturbador
Pesquisadores mexicanos afirmam que planeta está à beira da sexta extinção em massa de sua história
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2015 às 07h47.
"Podemos concluir que as taxas de extinção modernas estão excepcionalmente altas, que estão aumentando, e sugerem que uma extinção em massa está por vir a sexta desse tipo nos 4,5 bilhões de anos de história da Terra."
A frase estarrecedora está escrita em um estudo publicado por Geraldo Ceballo, professor do Instituto de Ecologia do México, órgão da Universidade Autônoma Nacional.
Ceballo e sua equipe compararam as taxas de extinção atuais com o patamar médio registrado antes que a atividade humana começasse a afetar o meio-ambiente. Os pesquisadores descobriram que as espécies atuais estão deixando de existir em taxas bem acima da média histórica.
Nas estimativas mais conservadoras, as espécies mamíferas se extinguiram 28 vezes a mais do que o patamar, desde 1900, e espécies anfíbias se extinguiram 22 vezes a mais do que patamar.
Uma estimativa menos conservadora coloca esses números em 55 e 100 vezes, respectivamente. Se as taxas médias fossem mantidas, as espécies que sumiram no último século iriam demorar entre 800 a 10 mil anos para serem extintas.
Estudos anteriores também encontraram grandes aumentos nas taxas de extinção, mas usaram medidas menos conservadoras, o que gerou ceticismo dentro da comunidade científica.
Ceballos e sua equipe decidiram usar estimativas extremamente conservadoras para calcular a taxa atual de extinção: se encontrassem um grande aumento mesmo usando esses números, teriam indícios mais concretos de que estamos de fato em um período de extinção em massa.
Essa extinção em massa, afirma o estudo, é causada pela destruição dos habitats naturais, poluição, comércio de produtos feitos a partir de espécies ameaçadas e a mudança climática.
E, a menos que a humanidade faça mudanças drásticas, estamos à beira de perdas incomensuráveis. "Imagine um mundo sem leões, sem rinocerontes, sem elefantes, sem pássaros. Não seria o mesmo", afirma Ceballos ao New York Times.
E as forças que estão causando a extinção de espécies animais também nos ameaçam seriamente. Nas próximas décadas, a destruição de habitats e a mudança climática podem fazer com que ecossistemas no mundo todo entrem em colapso, assim como os benefícios gerados por eles, como a manutenção do balanço de gases na atmosfera.
"Toda vez que perdemos uma espécie, ficamos mais perto do completo colapso da civilização da forma pela qual a conhecemos", diz Ceballos.
O pesquisador e sua equipe tentaram escrever o estudo da forma mais clara possível, para que o público em geral entendesse o risco que a humanidade corre atualmente. A ponto de sugerir recomendações para diminuir o risco de extinções em massa: dirigir um carro elétrico ou híbrido, comer menos carne, e evitar produtos que contribuam para a destruição de habitat naturais.
Mas a recomendação mais importante que o estudo fornece é simples: pressionar os governantes a reforçar a proteção de espécies ameaçadas. "O que está em jogo é a sobrevivência da humanidade", afirma.
Fonte: New York Times