Estado Islâmico proíbe seus "soldados" de usarem redes sociais
Em uma carta, a mais alta instância da estrutura "administrativa" do EI qualificou as redes como concebidas pelos "inimigos de Alá e de seu profeta"
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EFE
Publicado em 23 de maio de 2017 às 10h35.
Rabat - A organização terrorista Estado Islâmico (EI) proibiu seus "soldados" de usarem as redes sociais e ameaçaram com sanções qualquer um que infringir tais instruções.
Em uma carta emitida pelo "Comitê Executivo", a mais alta instância dentro da estrutura "administrativa" do EI, e cuja cópia foi obtida pela Agência Efe, o grupo terrorista qualificou essas redes de ferramentas concebidas pelos "inimigos de Alá e de seu profeta" e monitoradas por eles.
Tal "Comitê" está diretamente vinculado ao "emir" do grupo jihadista, e supervisiona os órgãos civis e militares, assim como as regiões territoriais controladas pelo grupo na Síria e no Iraque.
"O uso extensivo das redes sociais entre os soldados do Estado Islâmico causou grande prejuízo ao grupo", explicou o "Comitê" na nota que decretou a proibição "absoluta" da utilização dessas redes.
A carta foi emitida em 14 de maio e tem um formato usado habitualmente em todos os documentos "oficiais" do grupo jihadista.
As redes sociais e a internet foram as ferramentas que grupos terroristas como a Al Qaeda e o Estado Islâmico utilizaram para fazer propaganda de sua ideologia radical e reivindicar a autoria de seus ataques terroristas.
Segundo os observadores, essa estratégia teve sucesso para que os grupos terroristas conseguissem captar, através das redes sociais, milhares de combatentes para a jihad - "guerra santa" - no Iraque e na Síria, e em outros focos de tensão.
O presidente americano, Donald Trump, e o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz, inauguraram no último domingo em Riad um centro de luta contra o extremismo chamado "Moderação".
Esse centro fará o acompanhamento das informações trocadas entre os jihadistas na internet, especialmente através das redes sociais, e promoverá um discurso moderado.