Ebola surpreende médicos após surgir em olho de sobrevivente
Depois da estadia de dois meses no hospital, um médico sobrevivente do ebola descobriu que o vírus tinha se instalado em seu olho esquerdo
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2015 às 17h03.
São Paulo – Após uma longa luta pela vida, o médico norte-americano Ian Crozier pensou que estava livre do ebola . Porém, ele não poderia imaginar que o vírus ainda estava em seu corpo, instalado em seus olhos.
Crozier foi internado no Hospital da Universidade de Emory por mais de um mês em setembro do ano passado, depois de contrair ebola em Serra Leoa, onde trabalhou em um hospital como voluntário da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Após dois meses fora do hospital, ele precisou voltar para uma bateria de exames. Seu olho esquerdo estava doendo e a visão estava começando a ficar turva, ele disse ao The New York Times.
O diagnóstico foi preciso: o ebola estava em seu olho. “Eu quase senti que o ataque era pessoal, pois o vírus estava em meu olho sem eu saber”, ele disse ao jornal. De acordo com os médicos, Crozier estava com uma inflamação na camada média do olho, chamada de uveíte.
Além das dores nos olhos, o médico sentia fadiga muscular e perda de audição. De acordo com o New York Times, problemas similares estão afetando outros sobreviventes no oeste da África . Existem relatos de pessoas que ficaram completamente cegas ou surdas.
No caso de Crozier, o vírus estava presente no globo ocular, mas não foi detectado em amostras de lágrimas e da membrana externa do olho.
Isso significa que o paciente não está em risco de propagação da doença durante o contato casual (saliva, suor, sêmen e outros fluídos), de acordo com um estudo do Jornal de Medicina da Nova Inglaterra.
Mesmo com tratamentos a base de esteroides, o olho continuava a doer. Dez dias após os primeiros sintomas, o vírus transformou a cor dos olhos do médico de azul para verde.
Como a doença estava avançando rapidamente, os médicos pediram permissão para a Administração de Drogas e Comida dos EUA (FDA, órgão equivalente à Anvisa brasileira) para utilizar uma droga antiviral experimental.
Após alguns dias desde a aplicação do medicamento , o olho esquerdo do médico voltou gradualmente ao normal. No entanto, não ficou claro se a cura aconteceu graças ao remédio ou ao sistema imunológico do paciente.
Crozier disse ao New York Times que acredita que as informações sobre seu caso podem ajudar a prevenir a cegueira em sobreviventes do ebola. "Talvez possamos mudar a história natural da doença para os sobreviventes", disse o médico.
No ano passado, cerca de 25 mil pessoas foram infectadas pelo ebola. Mais de 10 mil morreram, principalmente no oeste africano, em países como a Libéria, Serra Leoa e Guiné.
São Paulo – Após uma longa luta pela vida, o médico norte-americano Ian Crozier pensou que estava livre do ebola . Porém, ele não poderia imaginar que o vírus ainda estava em seu corpo, instalado em seus olhos.
Crozier foi internado no Hospital da Universidade de Emory por mais de um mês em setembro do ano passado, depois de contrair ebola em Serra Leoa, onde trabalhou em um hospital como voluntário da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Após dois meses fora do hospital, ele precisou voltar para uma bateria de exames. Seu olho esquerdo estava doendo e a visão estava começando a ficar turva, ele disse ao The New York Times.
O diagnóstico foi preciso: o ebola estava em seu olho. “Eu quase senti que o ataque era pessoal, pois o vírus estava em meu olho sem eu saber”, ele disse ao jornal. De acordo com os médicos, Crozier estava com uma inflamação na camada média do olho, chamada de uveíte.
Além das dores nos olhos, o médico sentia fadiga muscular e perda de audição. De acordo com o New York Times, problemas similares estão afetando outros sobreviventes no oeste da África . Existem relatos de pessoas que ficaram completamente cegas ou surdas.
No caso de Crozier, o vírus estava presente no globo ocular, mas não foi detectado em amostras de lágrimas e da membrana externa do olho.
Isso significa que o paciente não está em risco de propagação da doença durante o contato casual (saliva, suor, sêmen e outros fluídos), de acordo com um estudo do Jornal de Medicina da Nova Inglaterra.
Mesmo com tratamentos a base de esteroides, o olho continuava a doer. Dez dias após os primeiros sintomas, o vírus transformou a cor dos olhos do médico de azul para verde.
Como a doença estava avançando rapidamente, os médicos pediram permissão para a Administração de Drogas e Comida dos EUA (FDA, órgão equivalente à Anvisa brasileira) para utilizar uma droga antiviral experimental.
Após alguns dias desde a aplicação do medicamento , o olho esquerdo do médico voltou gradualmente ao normal. No entanto, não ficou claro se a cura aconteceu graças ao remédio ou ao sistema imunológico do paciente.
Crozier disse ao New York Times que acredita que as informações sobre seu caso podem ajudar a prevenir a cegueira em sobreviventes do ebola. "Talvez possamos mudar a história natural da doença para os sobreviventes", disse o médico.
No ano passado, cerca de 25 mil pessoas foram infectadas pelo ebola. Mais de 10 mil morreram, principalmente no oeste africano, em países como a Libéria, Serra Leoa e Guiné.