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Debate sobre eleições nas redes sociais abala amizades

Uso intenso das redes para expressar apoio político e o aumento das tensões pela proximidade do segundo turno têm afetado amizades e relações familiares

Dilma Rousseff e Aécio Neves: "as pessoas se revelam", diz usuária do Facebook (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 12h09.

Brasília -O intenso uso das redes sociais para expressar apoio político nestas eleições e o acirramento das tensões devido à proximidade do segundo turno, marcado para o próximo domingo (26), têm afetado amizades e relações familiares.

Uma usuária do Twitter resumiu a situação em um post que lhe rendeu mais de 17 mil curtidas: "gente, quem perdeu família ou amigos por causa dessa eleição vamos combinar de passar o Natal juntos".

Pesquisa Datafolha divulgada na última quarta-feira (22) mostrou aumento no índice de pessoas que disseram ter interesse nas eleições.

Dos 4.355 entrevistados, 50% responderam que têm interesse no pleito. No fim de agosto, essa porcentagem era 39%.

Esse crescimento também influencia no aumento da circulação de vídeos, textos e até mesmo ofensas nas redes sociais.

A gerente de comunicação digital Glaucimara Silva deixou de seguir e de visualizar publicações de vários amigos no Facebook.

Em casos mais graves, em que houve preconceito ou discurso de ódio, ela desfez a amizade na rede social.

"As pessoas se revelam muito nesse momento", diz. Ela acredita que, por estarem protegidas por um computador, "as pessoas se sentem mais à vontade para falar coisas que não falariam cara a cara".

Apesar de a maior parte das amizades desfeitas serem de amigos apenas de Facebook, Glaucimara chegou a se afastar de uma amizade na vida real.

"Um amigo muito próximo parou totalmente de conversar comigo porque considerou que temos uma visão política muito diferente e por isso não temos mais nada em comum", conta.

A assessora de imprensa Juliana Carvalho decidiu encerrar as contas nas redes sociais até o fim das eleições. "Estava virando um ringue para mim, eu via as pessoas extremamente irritadas e xingando umas às outras."

Para o sociólogo e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Marcello Barra, a proporção a que chegaram as discussão nas redes sociais nestas eleições é algo inédito.

"No grau que assume é realmente uma coisa que aparentemente é inedita e tem correlação imediata com a disputa [eleitoral], uma disputa muito acirrada."

Ele explica que as redes apresentam um grau de politização muito mais avançado diante de outros meios de comunicação, como a televisão ou o rádio. "Permitem não só a expressão de vários assuntos que vão além da política, como a política é tratada muito intensamente, discutida numa base diária. Isso é muito relevante para a democracia", destaca.

O mestre em direito pela UnB e ciberativista Paulo Rená também considera a discussão nas redes positiva, mas alerta para o discurso de ódio e para os crimes cometidos pelos usuários que, muitas vezes, saem ilesos a comentários racistas ou de preconceito regional.

"Acho importante que as pessoas entendam que não é porque estão na internet que o discurso de ódio está liberado. E isso não é nenhuma restrição à liberdade de expressão", diz.

"Aquelas condutas inadequadas e eventualmente criminosas que eram feitas em ambientes privados, que eram feitas dentro de casa, agora passam a ocorrer também em ambientes públicos. Não tem nenhuma restrição para que esse comportamento inadequado seja punido aconteça ele na internet ou em qualquer lugar."

Rená orienta aqueles que se sentirem agredidos a, dependendo do nível da ofensa, procurarem uma delegacia de polícia e registrarem boletim de ocorrência ou recorrerem à Justiça.

O Ministério Público também pode atuar no combate a discursos preconceituosos a determinados grupos.

São Paulo - A campanha para presidente do Brasil está chegando ao fim e muito já se discutiu a respeito das propostas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) para o futuro do país. O eleitor também já teve a oportunidade de assistir a alguns debates entre os dois presidenciáveis. No entanto, uma campanha não é feita por uma pessoa só. Por trás dos candidatos há uma equipe que articula alianças políticas, pensa quais devem ser os próximos passos na disputa pelo cargo e também ajuda a definir o programa de governo dos candidatos à presidência. Conhecer essa equipe ajuda a entender melhor o que esperar do candidato, caso ele seja eleito. Veja a seguir alguns nomes importantes envolvidos na campanha petista e na campanha tucana.
  • 2. Quem está com Aécio - José Agripino Maia

    2 /15(Geraldo Magela/Agência Senado)

  • Veja também

    É o coordenador geral da campanha. Presidente do DEM, está em seu quarto mandato como senador pelo Rio Grande do Norte. Foi duas vezes governador daquele estado, além de prefeito de Natal durante a ditadura militar. Antes de atuar no DEM, esteve no PFL e no PDS (antiga Arena). Nas eleições de 2010, recebeu R$ 4,8 milhões em doações, de acordo com informações da Transparência Brasil. As principais empresas doadoras foram a Eit Empresa Industrial Técnica S/A, a Companhia Metalúrgica Prada e o banco Itaú. Agripino detém concessão de radiodifusão (emissoras de rádio e TV) e é pai do deputado federal Felipe Maia (DEM). O patrimônio do senador declarado à justiça eleitoral em 2010 é de R$ 4,2 milhões. Atuou pelo fim da CPMF.
  • 3. Quem está com Aécio - Alberto Goldman

    3 /15(Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

  • Filiado ao PSDB, foi governador de São Paulo em 2010, quando José Serra deixou o cargo para tentar a presidência da República. Começou sua carreira política no Partido Comunista Brasileiro, durante a ditadura militar. Depois filiou-se ao MDB (hoje PMDB), e foi deputado estadual (dois mandatos) e deputado federal (seis mandatos). Foi secretário de Orestes Quércia no governo de São Paulo e ministro dos transportes de Itamar Franco. Filiou-se ao PSDB em 1997.
  • 4. Quem está com Aécio - Andrea Matarazzo

    4 /15(Divulgação)

    É vereador em São Paulo pelo PSDB. Também ocupou as secretarias da Cultura, de Serviços e de Coordenação das Subprefeituras da capital paulista. Teve ainda cargos no governo do estado de São Paulo e no governo federal.

    Em fevereiro, a Justiça Federal autorizou a abertura de inquérito policial para investigar seu suposto envolvimento em um esquema de corrupção com a empresa Alstom.
  • 5. Quem está com Aécio - Armínio Fraga

    5 /15(Oscar Cabral/Veja)

    Foi presidente do Banco Central no segundo governo FHC e fundador da Gávea Investimentos. Critica a política econômica do governo Dilma. Para ele, é preciso reconquistar a confiança dos investidores e controlar a inflação o quanto antes, mesmo que seja necessário tomar medidas impopulares, segundo afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
  • 6. Quem está com Aécio - Andrea Neves

    6 /15(Divulgação/Facebook/Andrea Neves)

    Irmã do candidato, é uma das cabeças de sua campanha e, de acordo com reportagem publicada no IG, “teve papel fundamental na construção da imagem de Aécio como gestor competente que saneou as finanças do Estado”. No documentário “Censurados no Brasil”, é denunciada por jornalistas mineiros como uma das principais aliadas de Aécio na tentativa de censurar os veículos locais de comunicação. Foi uma das fundadoras do PT no Rio de Janeiro na década de 1980.
  • 7. Quem está com Aécio - Fernando Henrique Cardoso

    7 /15(Divulgação)

    Foi presidente da República por dois mandatos (eleito em 1994 e 1998). Também foi senador, ministro das Relações Exteriores e da Fazenda. Foi um dos responsáveis pela implementação do Plano Real no governo Itamar Franco. Seu governo também foi marcado por denúncias de compras de votos para a aprovação no Congresso da emenda constitucional que permitiu a reeleição. É sociólogo e autor de vários livros sobre mudança social e desenvolvimento no Brasil e na América Latina.
  • 8. Quem está com Dilma - Rui Falcão

    8 /15(Ueslei Marcelino/Reuters)

    Coordenador geral da campanha petista. É o presidente do PT e coordenou a campanha de Dilma para presidente em 2010. Já havia coordenado outras campanhas do partido, como a de Lula à presidência em 1994, mas perdeu. Ajudou a fundar o PT na década de 1980 e desde então foi deputado estadual em São Paulo e deputado federal pelo mesmo estado. Também foi secretário de governo na administração Marta Suplicy em São Paulo. Durante a ditadura, militou na organização de esquerda armada VAR-Palmares, a mesma em que atuou a presidente Dilma.
  • 9. Quem está com Dilma - Aloizio Mercadante

    9 /15(Marcello Casal / Agência Brasil)

    É ministro da Casa Civil do governo Dilma, no qual também já foi ministro da Educação e da Ciência e Tecnologia. Concorreu duas vezes ao governo de São Paulo pelo PT (em 2006 e 2010), mas não se elegeu. Foi eleito deputado federal por dois mandatos e também foi senador. É economista e professor licenciado da PUC e da Unicamp. Foi coordenador da campanha de Lula nas eleições de 1989 e 2002.
  • 10. Quem está com Dilma - Edinho Silva

    10 /15(Divulgação/Alesp)

    Deputado estadual em São Paulo pelo PT, é o tesoureiro da campanha de Dilma. Também foi vereador em Araraquara e prefeito da cidade duas vezes (em 2000 e 2004). Foi eleito presidente estadual do partido em 2007 e em 2009. Tomou contato com a política através da Igreja Católica, quando se envolveu com a Teologia da Libertação. É sociólogo e professor. No ano passado, logo após os protestos de junho, deu entrevista à revista Época afirmando que “não é bom para a democracia, num projeto de longo prazo, só o PT exercer e desempenhar o papel de governo.”
  • 11. Quem está com Dilma - Franklin Martins

    11 /15(AGÊNCIA BRASIL)

    Começou sua militância política durante a ditadura em organizações estudantis de esquerda. Em 1968, foi preso durante o congresso da UNE em Ibiúna e solto dois dias antes da edição do AI-5. Integrou grupos de oposição armada ao regime militar e participou do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick. Viveu exilado na França. De volta ao Brasil, trabalhou em diversos veículos de comunicação. Foi ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo Lula.
  • 12. Quem está com Dilma - Gilberto Carvalho

    12 /15(Antonio Cruz/ Agência Brasil)

    É ministro da Secretaria-Geral da Presidência do governo Dilma, e foi chefe de gabinete de Lula. Ex-seminarista, começou sua atuação política na Pastoral Operária, ligada à Igreja Católica. Na campanha, tem o papel de ajudar no diálogo com movimentos sociais e com a Igreja. Em 2005, João Francisco Daniel, irmão de Celso Daniel, prefeito de Santo André morto em 2002, afirmou que Carvalho seria o responsável por repassar recursos supostamente arrecadados pela prefeitura para financiamento da campanha que levou Lula à presidência em 2002. Em abril deste ano, Carvalho esteve na Câmara dos Deputados para falar sobre acusações feitas pelo ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, a respeito do suposto esquema de corrupção em Santo André.
  • 13. Quem está com Dilma - Giles Azevedo

    13 /15(Roberto Stuckert Filho/PR)

    Foi chefe de gabinete da presidente (deixou o cargo para atuar na campanha de reeleição). Também já trabalhou com Dilma no governo de Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul, e nas passagens da candidata pelos ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil, segundo o Valor Econômico.Também atuou na campanha para presidente de 2010. É geólogo de formação e, assim como Dilma, foi filiado ao PDT.
  • 14. Quem está com Dilma - João Santana

    14 /15(Cláudio Gatti)

    É o marqueteiro da campanha de Dilma. Já ajudou a eleger seis presidentes: Lula (reeleição, 2006), Mauricio Funes (El Salvador, 2009), Dilma Rousseff (2010), Danilo Medina (República Dominicana, 2012), José Eduardo dos Santos (Angola, 2012) e Hugo Chavez/Nicolás Maduro (Venezuela, 2012). Baiano, já trabalhou como jornalista. Antes do início da campanha, deu uma declaração polêmica para a revista Época, na qual afirmou: "Dilma vai ganhar no primeiro turno, em 2014, porque ocorrerá uma antropofagia de anões. Eles vão se comer, lá embaixo, e ela, sobranceira, vai planar no Olimpo”.
  • 15. Quem está com Dilma - Miguel Rossetto

    15 /15(José Cruz/Agência Brasil)

    Deixou o cargo de ministro do Desenvolvimento Agrário para atuar na campanha de Dilma. Além do ministério, já esteve à frente da Petrobras Biocombustível. Também foi deputado federal pelo Rio Grande do Sul e vice-governador daquele estado. Participou da criação e coordenação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel e da elaboração do Selo Combustível Social. É gaúcho e formado em Ciências Políticas.
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