Criador do TrocaJogo discute futuro dos games usados
Nessa rede social, você indica quais jogos não quer mais e vê o acervo de outros usuários, podendo combinar trocas e verificar quem está mais próximo
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
São Paulo - Trocar games é algo natural entre jogadores há décadas. Nos consoles, essa prática atingiu um novo auge com as redes sociais e o alto preço dos jogos - algo que beneficiou a ascensão do site TrocaJogo, dedicado a facilitar o escambo de games.
Nessa rede social, você indica quais jogos não quer mais e vê o acervo de outros usuários, podendo combinar trocas diretas e até verificar quem está mais próximo da sua casa para facilitar a negociação. Mas como funcionará esse tipo de troca na próxima geração de consoles?
INFO conversou com o criador do TrocaJogo, Flávio Banyai, para saber a perspectiva do site sobre as mudanças que podem ocorrer para trocas nos próximos consoles, o mercado atual de usados e o futuro do TrocaJogo.
INFO: Microsoft, Nintendo e Sony já anunciaram seus próximos videogames, mas a tendência é que continuem produzindo jogos para os consoles atuais por mais alguns anos. As trocas de games nas plataformas atuais ainda estão crescendo?
Flávio Banyai: Acho que os consoles atuais terão espaço ainda por um bom tempo no mercado brasileiro. O começo recente da produção do PlayStation 3 no Brasil, iniciada há poucas semanas, é sinal de que o console terá vida longa por aqui.
Com a tendência de queda nos preços dos consoles atuais, por essa produção local e pelo lançamento das novas gerações, deve haver um aumento considerável no volume de trocas nos próximos meses e até anos. Muita gente só terá acesso aos consoles atuais agora, que já tem um bom tempo no mercado, mas ainda oferecem ótimos recursos e títulos amadurecidos.
Tudo indica que o Xbox One cobrará taxas para o uso de jogos usados e mesmo o PS4 acena para essa possibilidade. A rede de lojas GameStop já disse que não acredita que Microsoft e Sony possam tomar atitudes tão drásticas assim, que afetariam profundamente o mercado de usados. O que você acha dessa medida?
Ainda há muita especulação sobre esse assunto. Só quando essas novas plataformas chegarem ao mercado é que será possível avaliar a eficácia desses métodos e a aceitação do público a esses mecanismos. Será uma queda de braço, sem dúvida, principalmente tendo em vista que isso pode definir o futuro do maior revendedor de games dos EUA (GameStop).
Sobre o PS4, dizem que a Sony dará recurso para que as produtoras tenham autonomia para habilitar ou não a reutilização das mídias. Se isso for confirmado, a Sony ficará em cima do muro, deixando as produtoras expostas ao julgamento dos usuários.
Só para citar um exemplo, há poucos dias a Electronic Arts, famosa por utilizar códigos de ativação em seus jogos, decidiu abandonar esse recurso para os títulos que forem lançados a partir de agora.
Em que momento o TrocaJogo se tornou uma alternativa popular entre os gamers brasileiros? O site passou por muitas modificações desde o início?
O primeiro pensamento sobre o TrocaJogo surgiu quando percebemos que os consoles atuais estavam se popularizando no Brasil, mesmo com os preços abusivos. Sugerimos a ideia a um cliente de nossa empresa (Astéria), mas, para nossa sorte, ele não se interessou.
Eu já trabalho com programação há mais de 20 anos e acreditei que teria a "sanidade" para transferir para o computador todas as ideias que tive, sem ter que passar por processos mais rígidos ou depender de muitas pessoas.
Começamos algo que tinha como único objetivo ajudar os gamers brasileiros, oferecendo a eles uma ferramenta totalmente gratuita que fosse robusta e bem elaborada, com diversos recursos e facilidades, para terem uma experiência de troca perfeita e acesso a novos jogos.
Com base nos números atuais do site, acreditamos ter alcançado o nosso objetivo, proporcionando uma economia substancial aos nossos usuários e conquistando a confiança deles.
Agora, após três anos do lançamento, centenas de milhares de reais investidos, noites em claro e praticamente nenhum retorno financeiro, sentimos que estamos no momento de dar o próximo passo e repensar partes desse modelo, agregando mais serviços e funcionalidades, e também equilibrar as condições econômicas necessárias para a manutenção de um serviço de qualidade e seu constante desenvolvimento.
Qual é a franquia que mais rendeu trocas até hoje no TrocaJogo? E qual é o console que tem mais procura?
A série de games que mais rende no site é Call of Duty, mas se for verificado o volume de trocas de um título específico, God of War III é o grande campeão.
Quanto à plataforma, 65% dos nossos usuários usam PlayStation 3.
Por que o TrocaJogo só disponibiliza troca entre algumas plataformas?
Decidimos isso em função da manutenção do nosso banco de dados. Em vez dos usuários cadastrarem títulos, eles simplesmente escolhem o que disponibilizamos no site. Isso evita duplicidades e falhas de digitação, facilita buscas e garante exatidão na combinação dos desejos para uma possível troca.
Manter essas informações organizadas e atualizadas é algo particularmente trabalhoso, sobretudo ao levar em conta o nível de exigência do público gamer. No caso dos PCs, por exemplo, teríamos que levantar e manter um catálogo de quase 30 anos. Além disso, nossas estatísticas mostram que a quantidade de usuários no site é diretamente relacionada à maior dificuldade de piratearem esses consoles.
Vocês costumam receber reclamações por trocas que deram errado de alguma forma? Quais são as medidas que o site oferece para que a troca seja segura?
Infelizmente, reclamações acontecem, principalmente por conta de usuários mais ansiosos que combinam uma troca e no dia seguinte já querem saber por que o jogo não chegou. Há também usuários que tentam aplicar golpes, mas temos uma equipe envolvida especificamente nesses casos para tentar reverter essas situações por vias amigáveis.
Sempre recomendamos que as trocas sejam feitas pessoalmente e combinadas em locais com grande circulação de pessoas. Eu mesmo já troquei jogos em frente a um supermercado próximo à minha casa, sem problema algum. Mas também temos postos oficiais, que consideramos os locais ideais, por serem seguros e bem localizados.
O TrocaJogo já tem blog próprio e comunidades atreladas a ele, mas você falou em uma versão remodelada do site para o semestre que vem e em "dar o próximo passo". Quais são os planos do site para os próximos anos?
Nosso blog surgiu por conta da necessidade de nos comunicarmos com nossos usuários. A experiência foi tão bacana que expandimos essa comunicação para as redes sociais, com Facebook, Twitter e Google Plus.
Na nova versão do site, teremos uma área específica para conteúdo editorial, com notícias e reviews, entre outros materiais. Também faremos novas áreas e funcionalidades nas quais pensamos ou que foram sugeridas pelos usuários nos últimos anos.
Temos consciência de que o mercado de trocas de games pode ter um certo "prazo de validade" e nosso objetivo é aproveitar o momento para conquistar esse público de vez.
* Matéria atualizada em 03/06/2013, às 11h30.
São Paulo - Trocar games é algo natural entre jogadores há décadas. Nos consoles, essa prática atingiu um novo auge com as redes sociais e o alto preço dos jogos - algo que beneficiou a ascensão do site TrocaJogo, dedicado a facilitar o escambo de games.
Nessa rede social, você indica quais jogos não quer mais e vê o acervo de outros usuários, podendo combinar trocas diretas e até verificar quem está mais próximo da sua casa para facilitar a negociação. Mas como funcionará esse tipo de troca na próxima geração de consoles?
INFO conversou com o criador do TrocaJogo, Flávio Banyai, para saber a perspectiva do site sobre as mudanças que podem ocorrer para trocas nos próximos consoles, o mercado atual de usados e o futuro do TrocaJogo.
INFO: Microsoft, Nintendo e Sony já anunciaram seus próximos videogames, mas a tendência é que continuem produzindo jogos para os consoles atuais por mais alguns anos. As trocas de games nas plataformas atuais ainda estão crescendo?
Flávio Banyai: Acho que os consoles atuais terão espaço ainda por um bom tempo no mercado brasileiro. O começo recente da produção do PlayStation 3 no Brasil, iniciada há poucas semanas, é sinal de que o console terá vida longa por aqui.
Com a tendência de queda nos preços dos consoles atuais, por essa produção local e pelo lançamento das novas gerações, deve haver um aumento considerável no volume de trocas nos próximos meses e até anos. Muita gente só terá acesso aos consoles atuais agora, que já tem um bom tempo no mercado, mas ainda oferecem ótimos recursos e títulos amadurecidos.
Tudo indica que o Xbox One cobrará taxas para o uso de jogos usados e mesmo o PS4 acena para essa possibilidade. A rede de lojas GameStop já disse que não acredita que Microsoft e Sony possam tomar atitudes tão drásticas assim, que afetariam profundamente o mercado de usados. O que você acha dessa medida?
Ainda há muita especulação sobre esse assunto. Só quando essas novas plataformas chegarem ao mercado é que será possível avaliar a eficácia desses métodos e a aceitação do público a esses mecanismos. Será uma queda de braço, sem dúvida, principalmente tendo em vista que isso pode definir o futuro do maior revendedor de games dos EUA (GameStop).
Sobre o PS4, dizem que a Sony dará recurso para que as produtoras tenham autonomia para habilitar ou não a reutilização das mídias. Se isso for confirmado, a Sony ficará em cima do muro, deixando as produtoras expostas ao julgamento dos usuários.
Só para citar um exemplo, há poucos dias a Electronic Arts, famosa por utilizar códigos de ativação em seus jogos, decidiu abandonar esse recurso para os títulos que forem lançados a partir de agora.
Em que momento o TrocaJogo se tornou uma alternativa popular entre os gamers brasileiros? O site passou por muitas modificações desde o início?
O primeiro pensamento sobre o TrocaJogo surgiu quando percebemos que os consoles atuais estavam se popularizando no Brasil, mesmo com os preços abusivos. Sugerimos a ideia a um cliente de nossa empresa (Astéria), mas, para nossa sorte, ele não se interessou.
Eu já trabalho com programação há mais de 20 anos e acreditei que teria a "sanidade" para transferir para o computador todas as ideias que tive, sem ter que passar por processos mais rígidos ou depender de muitas pessoas.
Começamos algo que tinha como único objetivo ajudar os gamers brasileiros, oferecendo a eles uma ferramenta totalmente gratuita que fosse robusta e bem elaborada, com diversos recursos e facilidades, para terem uma experiência de troca perfeita e acesso a novos jogos.
Com base nos números atuais do site, acreditamos ter alcançado o nosso objetivo, proporcionando uma economia substancial aos nossos usuários e conquistando a confiança deles.
Agora, após três anos do lançamento, centenas de milhares de reais investidos, noites em claro e praticamente nenhum retorno financeiro, sentimos que estamos no momento de dar o próximo passo e repensar partes desse modelo, agregando mais serviços e funcionalidades, e também equilibrar as condições econômicas necessárias para a manutenção de um serviço de qualidade e seu constante desenvolvimento.
Qual é a franquia que mais rendeu trocas até hoje no TrocaJogo? E qual é o console que tem mais procura?
A série de games que mais rende no site é Call of Duty, mas se for verificado o volume de trocas de um título específico, God of War III é o grande campeão.
Quanto à plataforma, 65% dos nossos usuários usam PlayStation 3.
Por que o TrocaJogo só disponibiliza troca entre algumas plataformas?
Decidimos isso em função da manutenção do nosso banco de dados. Em vez dos usuários cadastrarem títulos, eles simplesmente escolhem o que disponibilizamos no site. Isso evita duplicidades e falhas de digitação, facilita buscas e garante exatidão na combinação dos desejos para uma possível troca.
Manter essas informações organizadas e atualizadas é algo particularmente trabalhoso, sobretudo ao levar em conta o nível de exigência do público gamer. No caso dos PCs, por exemplo, teríamos que levantar e manter um catálogo de quase 30 anos. Além disso, nossas estatísticas mostram que a quantidade de usuários no site é diretamente relacionada à maior dificuldade de piratearem esses consoles.
Vocês costumam receber reclamações por trocas que deram errado de alguma forma? Quais são as medidas que o site oferece para que a troca seja segura?
Infelizmente, reclamações acontecem, principalmente por conta de usuários mais ansiosos que combinam uma troca e no dia seguinte já querem saber por que o jogo não chegou. Há também usuários que tentam aplicar golpes, mas temos uma equipe envolvida especificamente nesses casos para tentar reverter essas situações por vias amigáveis.
Sempre recomendamos que as trocas sejam feitas pessoalmente e combinadas em locais com grande circulação de pessoas. Eu mesmo já troquei jogos em frente a um supermercado próximo à minha casa, sem problema algum. Mas também temos postos oficiais, que consideramos os locais ideais, por serem seguros e bem localizados.
O TrocaJogo já tem blog próprio e comunidades atreladas a ele, mas você falou em uma versão remodelada do site para o semestre que vem e em "dar o próximo passo". Quais são os planos do site para os próximos anos?
Nosso blog surgiu por conta da necessidade de nos comunicarmos com nossos usuários. A experiência foi tão bacana que expandimos essa comunicação para as redes sociais, com Facebook, Twitter e Google Plus.
Na nova versão do site, teremos uma área específica para conteúdo editorial, com notícias e reviews, entre outros materiais. Também faremos novas áreas e funcionalidades nas quais pensamos ou que foram sugeridas pelos usuários nos últimos anos.
Temos consciência de que o mercado de trocas de games pode ter um certo "prazo de validade" e nosso objetivo é aproveitar o momento para conquistar esse público de vez.
* Matéria atualizada em 03/06/2013, às 11h30.