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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h41.
A convergência entre novas tecnologias de transmissão de dados, como as conexões de banda larga e sem fio (wireless), está aumentando a vulnerabilidade das redes de computadores. "A tendência é de uma migração dos vírus para os celulares, os PDAs [assistentes digitais pessoais, como o Palmtop] e o ambiente wireless", afirma Vincent Gullotto, vice-presidente mundial da McAfee Avert, o laboratório de pesquisas da fabricante americana McAfee. Deste modo, ao sincronizar um PDA com o computador pessoal, no final do dia, para atualizar seu banco de dados, o usuário correrá cada vez mais riscos também de estar introduzindo um vírus em sua máquina (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre a segurança das redes de computadores).
Segundo Gullotto, outra categoria de programas nocivos é a que contamina a máquina a partir de salas de bate-papo virtual, os chamados "bots de IRC". Por meio de troca de mensagens nesses ambientes virtuais, o usuário pode ter sua máquina invadida por uma série de programas indesejados. No ano passado, por exemplo, a McAfee encontrou 8 000 desses vírus pelo mundo.
Segundo Gullotto, a autopropagação é a forma mais corriqueira de difusão de vírus, atualmente, com 26% dos casos. Por ela, o vírus dispara cópias de si mesmo por e-mail para infectar outras máquinas. Em seguida, vêm a propagação por e-mail enviado pelo usuário (23%) a outra pessoa e as contaminações pelo programa de navegação na internet (14%). Anteriormente, os meios físicos, como disquetes, eram o principal modo de contaminação dos sistemas por vírus, e hoje respondem por apenas 3% dos casos. Formas mais sofisticadas de contaminação e um maior número (veja tabela abaixo com as formas de disseminação de vírus).
Rapidez
A diversificação dos meios de contágio é acompanhada pelo aumento do número de vírus detectados e pela velocidade com que deficiências das redes são exploradas pelos hackers. Em 1994, por exemplo, foram criados 74 vírus do tipo cavalo de tróia no mundo uma média de um a cada cinco dias. No ano passado, a McAfee detectou 13 200 novas variedades o equivalente a 36 novos tipos por dia. Os cavalos de tróia são programas com uma função aparentemente útil, como organizar e-mails, mas que ocultam trechos de programação cujo objetivo é atacar os sistemas de defesa do computador, permitindo o rastreamento de dados importantes ou a infecção por outros vírus.
O principal objetivo da empresa, neste ano, é reduzir o tempo de atualização desses produtos neste ano. De acordo com Gullotto, em 1998, as empresas de antivírus não precisavam de mais de uma atualização de seus produtos por mês. O cenário mudou a partir de 1999, quando o vírus Melissa atacou o Microsoft Outlook e deu a volta ao mundo em menos de um dia. A partir daí, os desenvolvedores de antivírus começaram a corrida para se atualizar diariamente. "Acho que a tendência é chegarmos a atualizações a cada hora", diz Gullotto. Na McAfee, por exemplo, as equipes já chegam a soltar duas levas de antivírus por dia.
Redes de computadores estão cada vez mais expostas | |
Forma de contaminação |
Participação (%)
|
Direta (autopropagação) |
26%
|
E-mail (propagação pelo usuário) |
23%
|
Navegador |
14%
|
Wireless (sem fio) |
11%
|
Discagem hostil |
9%
|
Correio de voz |
6%
|
Engenharia social |
5%
|
Meios físicos |
3%
|
Uso inadequado |
2%
|
Outros |
1%
|
Fonte: McAfee |