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Cientistas descobrem bactéria que se alimenta de...plástico!

Estudo mostra potencial de superbactéria para ajudar na eliminação de materiais plásticos do meio ambiente

Decoberta: estudo publicado na Science diz que bactéria consegue decompor completamente o PET. (Thinckstock)

Vanessa Barbosa

Publicado em 12 de março de 2016 às 07h32.

São Paulo - Pesquisadores japoneses descobriram uma espécie de bactéria capaz de quebrar as ligações moleculares de um dos plásticos mais usados do mundo - o Polietileno tereftalato, também conhecido como PET.

A descoberta, publicada nesta semana na revista Science, pode levar a novos métodos que ajudem a 'digerir' a sopa plástica de mais de 50 milhões de toneladas deste tipo particular de plástico produzido globalmente a cada ano.

Parte do apelo do PET é que ele é leve, incolor e resistente. No entanto, ele também é notoriamente resistente ao que os especialistas chamam de "biodegradação", o processo de decomposição de materiais por ação de seres vivos.

Neste cenário, a descoberta desta bactéria constitui uma boa notícia para o meio ambiente , mas por enquanto, em termos práticos, está longe de ser uma solução milagrosa para o problema. O aumento da utilização de plásticos é de tal forma significativo que, em 2050, os oceanos terão mais detritos desse material do que peixes.

Thinckstock

Estudo

Para encontrar a bactéria que se alimenta de detrito plástico, a equipe de pesquisa da Kyoto Institute of Technology e da Universidade de Keio coletaram 250 amostras de PET descartado (incluindo sedimentos, solo e águas residuais) provenientes de um local de reciclagem de garrafas de plástico no Japão.

Em seguida, eles selecionaram micróbios que vivem nas amostras para ver se algum deles estavam comendo o PET e usando o plástico para se multiplicar. Eventualmente, ao analisar uma das amostras, eles descobriram uma espécie de bactéria que se alimenta de PET, a qual deram o nome de Ideonella sakainesis.

Outros testes em laboratório revelaram que a bactéria produz duas enzimas que provocam uma reação química que degrada o PET. Os cientistas dizem que bastaram seis semanas - em temperatura constante de 30ºC - para uma colônia desta bactéria comer uma folha fina de PET. É um ritmo rápido quando se leva em conta que o material demora no mínimo um século para degradar-se no meio ambiente. Mas lento demais quando se considera o tamanho do problema da poluição.

Os cientistas acreditam que as enzimas podem ter evoluído especificamente para quebrar o PET em resposta à acumulação de plástico no meio ambiente, nos últimos 70 anos.

Apesar do apetite por plástico, esta nova espécie de bactéria é seletiva. Nem todos os plásticos são compostos de PET e até mesmo os que são, muitas vezes, contêm outros compostos que elas não conseguem quebrar.

Mas isso não desencoraja os pesquisadores. Segundo Uwe Bornscheuer, um dos cientistas que escreveu o artigo, uma pesquisa mais aprofundada sobre estas enzimas poderá levar a formas mais eficientes de 'quebrar' o PET e acelerar sua decomposição em métodos de biorremediação ambiental, por exemplo, para descontaminar ecossistemas.

“A taxa de degradação é [ainda] pequena, mas eficaz. Mas [isto] pode ser melhorado por novos estudos”, concluiu em declarações ao The Wall Street Journal.

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São Paulo - Pesquisadores japoneses descobriram uma espécie de bactéria capaz de quebrar as ligações moleculares de um dos plásticos mais usados do mundo - o Polietileno tereftalato, também conhecido como PET.

A descoberta, publicada nesta semana na revista Science, pode levar a novos métodos que ajudem a 'digerir' a sopa plástica de mais de 50 milhões de toneladas deste tipo particular de plástico produzido globalmente a cada ano.

Parte do apelo do PET é que ele é leve, incolor e resistente. No entanto, ele também é notoriamente resistente ao que os especialistas chamam de "biodegradação", o processo de decomposição de materiais por ação de seres vivos.

Neste cenário, a descoberta desta bactéria constitui uma boa notícia para o meio ambiente , mas por enquanto, em termos práticos, está longe de ser uma solução milagrosa para o problema. O aumento da utilização de plásticos é de tal forma significativo que, em 2050, os oceanos terão mais detritos desse material do que peixes.

Thinckstock

Estudo

Para encontrar a bactéria que se alimenta de detrito plástico, a equipe de pesquisa da Kyoto Institute of Technology e da Universidade de Keio coletaram 250 amostras de PET descartado (incluindo sedimentos, solo e águas residuais) provenientes de um local de reciclagem de garrafas de plástico no Japão.

Em seguida, eles selecionaram micróbios que vivem nas amostras para ver se algum deles estavam comendo o PET e usando o plástico para se multiplicar. Eventualmente, ao analisar uma das amostras, eles descobriram uma espécie de bactéria que se alimenta de PET, a qual deram o nome de Ideonella sakainesis.

Outros testes em laboratório revelaram que a bactéria produz duas enzimas que provocam uma reação química que degrada o PET. Os cientistas dizem que bastaram seis semanas - em temperatura constante de 30ºC - para uma colônia desta bactéria comer uma folha fina de PET. É um ritmo rápido quando se leva em conta que o material demora no mínimo um século para degradar-se no meio ambiente. Mas lento demais quando se considera o tamanho do problema da poluição.

Os cientistas acreditam que as enzimas podem ter evoluído especificamente para quebrar o PET em resposta à acumulação de plástico no meio ambiente, nos últimos 70 anos.

Apesar do apetite por plástico, esta nova espécie de bactéria é seletiva. Nem todos os plásticos são compostos de PET e até mesmo os que são, muitas vezes, contêm outros compostos que elas não conseguem quebrar.

Mas isso não desencoraja os pesquisadores. Segundo Uwe Bornscheuer, um dos cientistas que escreveu o artigo, uma pesquisa mais aprofundada sobre estas enzimas poderá levar a formas mais eficientes de 'quebrar' o PET e acelerar sua decomposição em métodos de biorremediação ambiental, por exemplo, para descontaminar ecossistemas.

“A taxa de degradação é [ainda] pequena, mas eficaz. Mas [isto] pode ser melhorado por novos estudos”, concluiu em declarações ao The Wall Street Journal.

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