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Casos de malária aumentam no Rio, mas autoridades negam surto

Não há mortes confirmadas e, até o momento, os casos registrados apresentam a versão branda da doença

malaria (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 06h24.

O Rio de Janeiro registrou 14 casos de malária nas últimas três semanas, todos na região serrana. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), até então o número de casos no estado, entre 2008 e 2014, chegava a 15. Apesar do aumento, a Secretaria Estadual de Saúde informou não haver evidências de surto da doença.

Os locais de infecção são os municípios de Miguel Pereira (três), Nova Friburgo (dois), Petrópolis (dois) e Teresópolis (um). A origem de mais seis casos já confirmados continua em investigação, segundo a secretaria. Não há mortes confirmadas e, até o momento, os casos registrados apresentam a versão branda da doença.

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Os pacientes com malária na região serrana foram contaminados no local, ou seja, não vieram infectados de outros lugares. São os chamados casos autóctones, informou a secretaria.

A investigação e o monitoramento dos casos autóctones da Mata Atlântica do Rio vêm sendo feitos desde 2008 pelos laboratórios de Pesquisa em Malária e de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), integrantes do Centro de Pesquisa, Diagnóstico e Treinamento em Malária da Fiocruz (CPD-Mal).

A fundação, em parceria com o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio, está sequenciando o genoma do plasmódio encontrado na Mata Atlântica. O objetivo é identificar a origem do parasita e o envolvimento de outros animais, como macacos, no ciclo de transmissão, para traçar estratégias de combate à doença na região.

Um alerta é feito para as pessoas que vão visitar as regiões próximas à Mata Atlântica, devido ao forte calor, que favorece o desenvolvimento do mosquito. Como a transmissão ocorre em ambiente silvestre, a orientação é que pessoas que estiveram em áreas de Mata Atlântica e apresentam quadro febril busquem atendimento médico, informando o histórico de viagem, para facilitar o diagnóstico e o início de tratamento adequado.

Segundo o Ministério da Saúde, a Amazônia concentra mais de 99% do total de casos de malária no país, inclusive os mais graves. No Rio, a doença apresenta sintomas leves, sem complicações. O tratamento dura três dias com medicamentos distribuídos pelo próprio ministério.

Como a malária não é endêmica no estado do Rio, muitos profissionais de saúde não conseguem diagnosticar a doença de imediato.  A Fiocruz alertou para a existência de um serviço disponível para profissionais que necessitam de informações a fim de um diagnóstico preciso da doença. Eles podem ligar para o Malária-Fone (21-9988-0113).

No Rio, pacientes com suspeita de infecção devem ser encaminhados a um centro especializado no diagnóstico e tratamento de malária, mesmo que não haja confirmação da doença nos primeiros exames diretos ou no teste rápido. O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na Avenida Brasil, tem equipe especializada.

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2013 o Brasil registrou o menor número de casos de malária dos últimos 33 anos, com 178 614 notificações. Ele representa queda de 71%, comparado aos 615 246 casos registrados no ano 2000.

A Incidência Parasitária Anual (IPA), que mede o risco de contrair malária, caiu quase 80% na região amazônica no mesmo período, passando de 29,4 casos por mil habitantes, em 2000, para 6,3 em 2013, alterando a situação do país de médio para baixo risco em contrair malária.

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