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Carros autônomos teriam desvantagem suja, revela estudo

Estudo mostra que os carros autônomos, desenvolvidos por pelo menos meia dúzia de empresas do setor, vão consumir mais energia do que os carros com motoristas

Google revela primeiro protótipo funcional de carro autônomo (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2015 às 21h57.

Nova York - É melhor que os carros autônomos sejam capazes de se abastecerem sozinhos. Eles consumirão mais energia do que os carros com motoristas.

Esta é a conclusão um tanto contra-intuitiva de um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan em Ann Arbor. Eles dizem que os automóveis autônomos poderão reverter uma tendência de anos de queda no consumo de combustível .

Pelo menos meia dúzia de empresas automotivas e de tecnologia, da General Motors Co. ao Google Inc., estão desenvolvendo veículos futuristas que seriam guiados por meio de sensores e posicionamento por satélite.

A Baidu Inc., empresa dona de um motor de busca com sede em Pequim, disse na segunda-feira que poderia colocar um modelo nas ruas neste ano.

Eis a explicação de por que eles usariam mais energia que os carros convencionais: mais viagens. Na maior parte dos lares, cada adulto dirige até o trabalho, realiza tarefas e transporta as crianças separadamente, segundo a Pesquisa Nacional de Viagens Familiares dos EUA.

Um carro autônomo faria mais viagens para concluir as mesmas tarefas, disseram os pesquisadores da Universidade de Michigan.

O veículo deixaria um dos pais no trabalho, retornaria para casa para pegar o outro e depois levaria as crianças à escola, retornaria para casa e então iniciaria o ciclo de retorno.

O que ainda não se sabe é de que forma muitas pessoas que atualmente não dirigem, como crianças e usuários de transporte público, começarão a compartilhar um carro autônomo. Essas novas viagens -- e todas as viagens de retorno no intervalo -- podem implicar em mais viagens no total.

Com o aumento do compartilhamento, os americanos teriam 43 por cento menos carros (passariam de 2,1 para 1,2 veículo por família), mas os usariam 75 por cento mais (de 18.766 para 32.840 quilômetros anuais por veículo), segundo cálculos de Brandon Schoettle e Michael Sivak, do Instituto de Pesquisa em Transporte da Universidade de Michigan.

Os financiamentos à pesquisa vêm de agências do governo federal e do governo estadual e de fabricantes e fornecedoras para automóveis.

“Pode ser que o compartilhamento do veículo acabe aumentando a quilometragem por causa de todas essas viagens de conexão”, disse Schoettle.

“O efeito líquido provavelmente será um aumento na quilometragem e, geralmente, quanto mais quilômetros você dirige, mais combustível você queima”.

Pisando no acelerador

Há uma ressalva. Os carros autônomos poderiam ser melhores para economizar combustível porque não o desperdiçariam pisando no acelerador e acionando os freios, como os humanos fazem, disse Schoettle.

Eles seriam melhores para evitar congestionamentos e semáforos fechados e encontrariam vagas de estacionamento sem procurar por muito tempo. Além disso, aplicativos para pedir carona, como os oferecidos pelo Uber Technologies Inc. e pela Lyft Inc., poderiam tornar o compartilhamento mais eficiente.

“Os veículos autônomos compartilhados” poderiam usar 12 por cento menos combustível e liberar 5,6 por cento menos gases causadores do aquecimento global do que os carros comuns, segundo um estudo de 2014 de pesquisadores da Universidade do Texas em Austin.

A corrida para trazer o primeiro carro robótico ao mercado se intensificou com o anúncio do Baidu. O Google exibiu um protótipo de carro autônomo em dezembro. A Mercedes-Benz e a Audi, da Volkswagen AG, também os estão testando.

Outras fabricantes, como Toyota Motor Co., Honda Motor Co. e General Motors, estão desenvolvendo tecnologias para auxiliar, e não substituir, os motoristas humanos. O Model S, da Tesla Motors Inc., tem um modo “piloto automático”. A Apple Inc. revelou no mês passado que também está trabalhando em um carro elétrico, embora não esteja claro quais recursos automatizados ele poderia ter.

O que também não está claro são os obstáculos regulatórios que a invenção poderia ter de superar. Cinco estados americanos aprovaram leis permitindo os carros autônomos, sob certas condições, e outros seis estão estudando o assunto, segundo pesquisadores da Faculdade de Direito de Stanford.

Os combustíveis alternativos, como eletricidade ou hidrogênio, provavelmente serão parte dos carros autônomos do futuro, disse Schoettle, o pesquisador de Michigan. Mesmo assim, a energia adicional precisa vir de algum lugar e o carvão e o gás natural fornecem a maior parte da energia do país.

“A vantagem é que os veículos podem transitar de forma muito mais eficiente”, disse Ethan Elkind, diretor associado do Programa de Negócios e Mudanças Climáticas da Universidade da Califórnia em Berkeley.

“A desvantagem, é claro, é que você poderia ver mais pessoas dirigindo. Mais pessoas dirigindo, de uma forma geral, não é bom para o meio ambiente”.

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Esta é a conclusão um tanto contra-intuitiva de um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan em Ann Arbor. Eles dizem que os automóveis autônomos poderão reverter uma tendência de anos de queda no consumo de combustível .

Pelo menos meia dúzia de empresas automotivas e de tecnologia, da General Motors Co. ao Google Inc., estão desenvolvendo veículos futuristas que seriam guiados por meio de sensores e posicionamento por satélite.

A Baidu Inc., empresa dona de um motor de busca com sede em Pequim, disse na segunda-feira que poderia colocar um modelo nas ruas neste ano.

Eis a explicação de por que eles usariam mais energia que os carros convencionais: mais viagens. Na maior parte dos lares, cada adulto dirige até o trabalho, realiza tarefas e transporta as crianças separadamente, segundo a Pesquisa Nacional de Viagens Familiares dos EUA.

Um carro autônomo faria mais viagens para concluir as mesmas tarefas, disseram os pesquisadores da Universidade de Michigan.

O veículo deixaria um dos pais no trabalho, retornaria para casa para pegar o outro e depois levaria as crianças à escola, retornaria para casa e então iniciaria o ciclo de retorno.

O que ainda não se sabe é de que forma muitas pessoas que atualmente não dirigem, como crianças e usuários de transporte público, começarão a compartilhar um carro autônomo. Essas novas viagens -- e todas as viagens de retorno no intervalo -- podem implicar em mais viagens no total.

Com o aumento do compartilhamento, os americanos teriam 43 por cento menos carros (passariam de 2,1 para 1,2 veículo por família), mas os usariam 75 por cento mais (de 18.766 para 32.840 quilômetros anuais por veículo), segundo cálculos de Brandon Schoettle e Michael Sivak, do Instituto de Pesquisa em Transporte da Universidade de Michigan.

Os financiamentos à pesquisa vêm de agências do governo federal e do governo estadual e de fabricantes e fornecedoras para automóveis.

“Pode ser que o compartilhamento do veículo acabe aumentando a quilometragem por causa de todas essas viagens de conexão”, disse Schoettle.

“O efeito líquido provavelmente será um aumento na quilometragem e, geralmente, quanto mais quilômetros você dirige, mais combustível você queima”.

Pisando no acelerador

Há uma ressalva. Os carros autônomos poderiam ser melhores para economizar combustível porque não o desperdiçariam pisando no acelerador e acionando os freios, como os humanos fazem, disse Schoettle.

Eles seriam melhores para evitar congestionamentos e semáforos fechados e encontrariam vagas de estacionamento sem procurar por muito tempo. Além disso, aplicativos para pedir carona, como os oferecidos pelo Uber Technologies Inc. e pela Lyft Inc., poderiam tornar o compartilhamento mais eficiente.

“Os veículos autônomos compartilhados” poderiam usar 12 por cento menos combustível e liberar 5,6 por cento menos gases causadores do aquecimento global do que os carros comuns, segundo um estudo de 2014 de pesquisadores da Universidade do Texas em Austin.

A corrida para trazer o primeiro carro robótico ao mercado se intensificou com o anúncio do Baidu. O Google exibiu um protótipo de carro autônomo em dezembro. A Mercedes-Benz e a Audi, da Volkswagen AG, também os estão testando.

Outras fabricantes, como Toyota Motor Co., Honda Motor Co. e General Motors, estão desenvolvendo tecnologias para auxiliar, e não substituir, os motoristas humanos. O Model S, da Tesla Motors Inc., tem um modo “piloto automático”. A Apple Inc. revelou no mês passado que também está trabalhando em um carro elétrico, embora não esteja claro quais recursos automatizados ele poderia ter.

O que também não está claro são os obstáculos regulatórios que a invenção poderia ter de superar. Cinco estados americanos aprovaram leis permitindo os carros autônomos, sob certas condições, e outros seis estão estudando o assunto, segundo pesquisadores da Faculdade de Direito de Stanford.

Os combustíveis alternativos, como eletricidade ou hidrogênio, provavelmente serão parte dos carros autônomos do futuro, disse Schoettle, o pesquisador de Michigan. Mesmo assim, a energia adicional precisa vir de algum lugar e o carvão e o gás natural fornecem a maior parte da energia do país.

“A vantagem é que os veículos podem transitar de forma muito mais eficiente”, disse Ethan Elkind, diretor associado do Programa de Negócios e Mudanças Climáticas da Universidade da Califórnia em Berkeley.

“A desvantagem, é claro, é que você poderia ver mais pessoas dirigindo. Mais pessoas dirigindo, de uma forma geral, não é bom para o meio ambiente”.

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