Butantã usará tecnologia russa contra a hepatite C
Em troca, o Brasil venderá a vacina tríplice bacteriana para os russos
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2014 às 12h12.
Brasília - Brasil e Rússia assinaram acordo de cooperação tecnológica para desenvolvimento de vacinas e soros. O documento, firmado durante o encontro entre o presidente russo Vladimir Putin e Dilma Rousseff, abre espaço para que o Instituto Butantã, de São Paulo, venda a vacina tríplice bacteriana (contra difteria, tétano e coqueluche) e soros para neutralizar efeitos de picadas de cobras, escorpiões e aranhas para o Instituto São Petersburgo. Em troca, o instituto russo repassará tecnologia para produção de vacina contra hepatite C e pneumococos.
Não falamos em valores ou em prazos. Esse foi o primeiro passo, afirmou o diretor substituto do Instituto Butantã, Marcelo de Franco, que foi a Brasília para assinar o protocolo. Ele conta que o principal interesse do instituto é incorporar tecnologia usada para o preparo da vacina contra hepatite C.
O imunizante é feito a partir de partículas sintéticas do vírus da hepatite, uma vacina que ainda não é produzida no País e que tem baixa toxicidade, afirma. As técnicas usadas na produção da vacina de pneumococo também despertam a atenção dos integrantes do Butantã.
Além do instituto brasileiro e do russo, faz parte também do acordo a empresa pública russa Microgem. Na primeira fase, vamos fazer visitas técnicas para identificar outras tecnologias que interessam aos institutos.
Feito o diagnóstico, partimos para o intercâmbio de informações, disse Franco. A lista com produtos candidatos, afirmou, tem cerca de 15 itens.
Segundo Franco, acordos internacionais firmados têm como principal objetivo parcerias para produção e desenvolvimento de produtos. Entre eles, estão o feito com o National Health Institute (NIH) dos Estados Unidos, para produção da vacina da dengue e de rotavírus.
Para que o fornecimento da vacina para a Rússia seja possível, o instituto terá de obter uma précertificação na Organização Mundial da Saúde.