Brasileiros são os que mais usam smartphone para facilitar embarque em avião
A disseminação do uso de serviços via celular é a maior aposta dos aeroportos e empresas aéreas para os próximos anos
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2015 às 08h59.
Os brasileiros são os passageiros de avião que mais apostam em serviços via smartphone para facilitar o embarque, em comparação com o resto do mundo. Levantamento feito pela Sita, empresa de tecnologia aeroportuária, revela que 43% dos viajantes do País usam regularmente esse tipo de celular para reservar e comprar voos, enquanto a média global é de 31%.
A pesquisa, realizada com 6,3 mil passageiros em 15 países no ano passado, também mostra que os brasileiros têm as maiores expectativas em relação a serviços mobile: 65% gostariam que a companhia remarcasse o voo automaticamente em caso de atrasos, enquanto no mundo esse índice é de 55%. Já os que acreditam que vão usar mais o celular daqui a dois anos em funções voltadas para a aviação são 71%, contra 57% na Europa e 50% nos Estados Unidos.
"Uso smartphone para tudo: comprar passagens, fazer check-in. Assim que lançaram os aplicativos das companhias aéreas, já baixei", diz a auxiliar de administração Larissa Valéria, de 18 anos, que viaja semanalmente. O médico Júlio César Ayres Ferreira, de 39 anos, aderiu às tecnologias para agilizar sua passagem pelos aeroportos. "Além de usar para as operações de embarque, tenho aplicativos das empresas aéreas e de outras relacionadas à aviação, como de reserva de passagem e hospedagem." Para ele, a liderança brasileira no uso dos smartphones tem a ver com o perfil da população. "O brasileiro adora tudo que é fácil", afirma.
Vice-presidente da Sita no Brasil, Mauro Pontes aponta que o País tem a tendência de "entrar na novidade" sem resistência. "O brasileiro adota tecnologias novas mais rápido. O americano é reticente, espera virar moda. Na Europa, as pessoas são mais conservadoras: elas só adotam uma nova tecnologia se for prática e simples."
O diretor de Tecnologia da Informação (TI) da Gol, Paulo Palaia, atribui os números à "precariedade" dos serviços no Brasil. "O crescimento desordenado das cidades, a falta de infraestrutura, o consumo não sustentável dos recursos. Tudo isso faz com que o brasileiro busque por si só alternativas e soluções tecnológicas colaborativas."
Agilidade
A disseminação do uso de serviços via celular é a maior aposta dos aeroportos e empresas aéreas para os próximos anos. "Fazer check-in, despachar bagagem, passar pelo raio x e controle de passaportes aborrece. O que administradores de aeroportos querem é deixar esse processo mais simples", afirma Pontes.
"Assim, o passageiro poderá desfrutar do aeroporto para fazer compras, ir a restaurantes, buscar opções de entretenimento. É quase como um grande shopping de luxo." O foco a curto prazo das empresas é chegar a 100% do check-in via smartphone, o que limitaria as filas do serviço nos aeroportos ao despacho de bagagens.
A TAM calcula que seus canais eletrônicos (apps, site e totens de autoatendimento) permitem uma economia de até 50% do tempo necessário para efetuar o embarque. No ano passado, cerca de 52% dos embarques realizados pela empresa no Brasil usaram alguma modalidade de check-in antecipado.
Já a Gol afirma que, de janeiro de 2014 a janeiro de 2015, houve aumento de 95% no número de check-ins efetuados por smartphones. "O espaço físico nos aeroportos é limitado e a demanda, crescente. Não tem como colocar mais balcões de atendimento. Temos de fazer com que o passageiro passe rapidamente pelo aeroporto", diz Palaia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.