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App para smartphones poderá dizer se você foi exposto ao coronavírus

Um novo app vai alertar quem esteve perto de alguém com covid-19 e possibilitar que a pessoa tome providências — sem violar sua privacidade

Coronavírus: os criadores do app o estão oferecendo de graça aos governos (Filadendron/Getty Images)

Maurício Grego

Publicado em 4 de abril de 2020 às 11h41.

Última atualização em 4 de abril de 2020 às 11h51.

Imagine que você esteja no supermercado e alguém que está logo atrás comece a tossir. Você pode nem escutar a tosse se estiver, digamos, ouvindo música com seus fones de ouvido. Mas, se aquela pessoa tiver coronavírus , o risco de transmissão da doença existe. Um novo app, desenvolvido por voluntários, vai alertá-lo se você tiver passado por uma situação como essa.

O app usa a tecnologia Bluetooth de baixa energia, que possibilita a comunicação entre dois celulares próximos um do outro. Quando dois smartphones com o app se aproximam, ele gera um código criptografado que fica armazenado nos aparelhos. Esse código não permite que humanos identifiquem os usuários, preservando a privacidade deles. Mas registra, de forma cifrada, de quais outras pessoas alguém se aproximou.

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Se uma dessas pessoas for diagnosticada com covid-19, essa informação criptografada será encaminhada a um servidor central. O sistema, então, vai enviar um alerta a todos os usuários que estiveram próximos do doente. A ideia é que eles sejam testados; e que providências sejam tomadas se tiverem sido contaminados.

O app foi criado por um grupo de 130 cientistas e desenvolvedores de software europeus. Eles fundaram a organização sem fins lucrativos PEPP-PT, com sede na Suíça. A sigla vem de Pan-European Privacy-Preserving Proximity Tracing (algo como “rastreamento por proximidade pan-europeu com preservação de privacidade”). Depois de três semanas de intenso trabalho voluntário para desenvolver o sistema, eles o estão oferecendo de graça aos governos nacionais.

Para que funcione, será preciso que o processo completo seja implementado: app nos smartphones, servidor central funcionando e testes para os suspeitos de infecção. Os autores preveem, inclusive, que haja intercâmbio de dados entre os países. Isso vai permitir detectar possíveis contaminações em contatos internacionais.

Um desafio previsto por eles será convencer a população a adotar o app. Para que seja efetivo, ele precisará estar em pelo menos 60% dos smartphones. O cuidado com a preservação da privacidade dos usuários é importante para facilitar esse convencimento.

Se funcionar como esperado, esse processo vai permitir detectar o coronavírus antes que os sintomas apareçam e sem que seja necessário testar toda a população (algo que pode ser inviável num país grande e populoso como o Brasil). Isso é importante porque, como já foi observado, pessoas que possuem o coronavírus mas que são assintomáticas podem transmiti-lo a outras.

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