Apps vinculados a serviços de saúde como o controle de ciclos menstruais, ritmos cardíacos e o peso corporal, compartilhavam informações confidenciais com o Facebook (Thomas White/Getty Images)
EFE
Publicado em 25 de fevereiro de 2019 às 18h52.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2019 às 18h54.
San Francisco - Vários aplicativos para celular anunciaram nesta segunda-feira que deixaram de compartilhar informações confidenciais dos seus usuários com o Facebook, depois que a revelação dessa prática levou o estado de Nova York a abrir duas investigações na semana passada.
Trata-se de aplicativos vinculados aos serviços de saúde, como o controle de ciclos menstruais, ritmos cardíacos e o peso corporal, que apareceram em denúncia feita em artigo publicado na última sexta-feira pelo "The Wall Street Journal" e que causou grande furor na indústria.
Uma das empresas que encerraram a prática e não compartilham dados com o Facebook de forma automática é a Flo Period & Ovulation Tracker, que, com 25 milhões de downloads, informava à rede social sobre os ciclos menstruais das usuárias e a avisava quando estas demonstravam interesse em engravidar.
Também fizeram o mesmo o Instant Heart Rate: HR Monitor, aplicativo mais usado para medição do ritmo cardíaco no sistema operacional iOS, da Apple, e Lose It!, pensado para ajudar a emagrecer e que até este fim de semana repassava ao Facebook o peso dos seus usuários e a sua evolução.
A compilação de dados por parte da rede social era feita através de uma ferramenta de software integrada a milhares de aplicativos chamada "App Events", que permite aos desenvolvedores registrar a atividade dos usuários e enviá-la em questão de segundos. Isso acontecia inclusive em casos nos quais a pessoa não acessava o 'app' através do Facebook e até quando o usuário não tinha conta aberta na rede social.
A revelação da prática levou o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, a ordenar o Departamento de Estado e o de Serviços Financeiros a abrirem investigações separadas sobre a empresa de Mark Zuckerberg.
"Esta prática é um abuso de privacidade degradante. Os nova-iorquinos merecem ter a garantia que suas informações pessoais estão protegidas e devemos garantir que as empresas de internet - sem importar o quão grande são - respeitam a lei e protegem as informações dos usuários", declarou Cuomo ao emitir as ordens.
Além de serviços de saúde, também há no caso aplicativos relacionadas a finanças pessoais, como por exemplo o Realtor.com, que informa ao Facebook as localizações e preços dos anúncios imobiliários que o usuário consultou, assim como quais foram marcados como favoritos. O 'app', entretanto, ainda não se pronunciou a respeito.