Anistia lança app para mapear tiroteios no Rio de Janeiro
Às vésperas de sediar os Jogos, os cariocas podem a partir de agora construir de forma colaborativa um mapa de tiroteios da capital e região metropolitana
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2016 às 11h44.
Uma iniciativa da Anisitia Internacional quer ajudar os moradores do Rio de Janeiro a darem visibilidade à rotina de violência com a qual convivem.
Às vésperas de sediar os Jogos Olímpicos, os cariocas podem a partir de agora construir de forma colaborativa literalmente um mapa de tiroteios da capital e região metropolitana.
O aplicativo “Fogo Cruzado ” está disponível para download gratuito para Android e iOS. Para utilizar, qualquer morador pode preencher um formulário e registrar a ocorrência de um tiroteio em seu bairro.
A informação é então transformada pelo app em uma notificação no mapa da região disponível no site da iniciativa (clique aqui), que ilustra a distribuição geográfica e social da violência armada na cidade olímpica.
A ideia, segundo a Anistia, surgiu de pesquisas autônomas que contabilizaram tiroteios no Rio de Janeiro no ano de 2015 através de informações disponíveis na imprensa, boletins policiais e redes sociais.
Mesmo com a cobertura parcial das ocorrências de uso de arma de fogo, já que nem todos os tiroteios são divulgados, um levantamento do jornal Voz das Comunidades apontou que no Complexo do Alemão houve 100 dias seguidos de confrontos em 2015.
Isto confirma a necessidade de abrir um canal de visibilidade para a alta incidência de uso de arma de fogo em determinadas áreas da cidade.
A ferramenta está sendo prioritariamente promovida junto a organizações, coletivos e defensores de direitos humanos que atuam diretamente em áreas de favelas e periferias.
O app vai funcionar em modo piloto até dezembro de 2016 nas comunidades Jacarezinho, Manguinhos, Complexo da Maré, Complexo do Alemão, Acari, Cidade de Deus e Morro Agudo (Nova Iguaçu), com a perspectiva de ser aprimorado a partir das informações acumuladas nos primeiros seis meses de funcionamento.
"Vale ressaltar que o "Fogo Cruzado" não pretende lidar com denúncias de casos específicos como homicídios decorrentes de intervenção policial, por exemplo. Com base nos dados gerados pelo aplicativo, vamos solicitar informações complementares às autoridades para melhor compreender os impactos dos tiroteios em aspectos como o fechamento de escolas e consequente suspensão de aulas, número de vítimas fatais (civis e agentes de segurança pública), feridos, fechamento de vias de trânsito, entre outros. As análises e respostas serão divulgadas periodicamente no site do aplicativo, dando uma idéia do preço da violência cotidiana em nossa cidade", ressalta Atila Roque.
O lançamento do aplicativo "Fogo Cruzado" faz parte da campanha "A violência não faz parte desse jogo!", lançada pela Anistia Internacional em junho e que exige medidas preventivas para evitar violações de direitos humanos nas operações de segurança pública no Rio de Janeiro.
Uma iniciativa da Anisitia Internacional quer ajudar os moradores do Rio de Janeiro a darem visibilidade à rotina de violência com a qual convivem.
Às vésperas de sediar os Jogos Olímpicos, os cariocas podem a partir de agora construir de forma colaborativa literalmente um mapa de tiroteios da capital e região metropolitana.
O aplicativo “Fogo Cruzado ” está disponível para download gratuito para Android e iOS. Para utilizar, qualquer morador pode preencher um formulário e registrar a ocorrência de um tiroteio em seu bairro.
A informação é então transformada pelo app em uma notificação no mapa da região disponível no site da iniciativa (clique aqui), que ilustra a distribuição geográfica e social da violência armada na cidade olímpica.
A ideia, segundo a Anistia, surgiu de pesquisas autônomas que contabilizaram tiroteios no Rio de Janeiro no ano de 2015 através de informações disponíveis na imprensa, boletins policiais e redes sociais.
Mesmo com a cobertura parcial das ocorrências de uso de arma de fogo, já que nem todos os tiroteios são divulgados, um levantamento do jornal Voz das Comunidades apontou que no Complexo do Alemão houve 100 dias seguidos de confrontos em 2015.
Isto confirma a necessidade de abrir um canal de visibilidade para a alta incidência de uso de arma de fogo em determinadas áreas da cidade.
A ferramenta está sendo prioritariamente promovida junto a organizações, coletivos e defensores de direitos humanos que atuam diretamente em áreas de favelas e periferias.
O app vai funcionar em modo piloto até dezembro de 2016 nas comunidades Jacarezinho, Manguinhos, Complexo da Maré, Complexo do Alemão, Acari, Cidade de Deus e Morro Agudo (Nova Iguaçu), com a perspectiva de ser aprimorado a partir das informações acumuladas nos primeiros seis meses de funcionamento.
"Vale ressaltar que o "Fogo Cruzado" não pretende lidar com denúncias de casos específicos como homicídios decorrentes de intervenção policial, por exemplo. Com base nos dados gerados pelo aplicativo, vamos solicitar informações complementares às autoridades para melhor compreender os impactos dos tiroteios em aspectos como o fechamento de escolas e consequente suspensão de aulas, número de vítimas fatais (civis e agentes de segurança pública), feridos, fechamento de vias de trânsito, entre outros. As análises e respostas serão divulgadas periodicamente no site do aplicativo, dando uma idéia do preço da violência cotidiana em nossa cidade", ressalta Atila Roque.
O lançamento do aplicativo "Fogo Cruzado" faz parte da campanha "A violência não faz parte desse jogo!", lançada pela Anistia Internacional em junho e que exige medidas preventivas para evitar violações de direitos humanos nas operações de segurança pública no Rio de Janeiro.