Angry Birds Star Warsé um artigo essencial para fãs de Angry Birds, assim como uma boa curiosidade para fãs de Star Wars (LucasFilm/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2012 às 10h09.
São Paulo - Após fazer sucesso no espaço, a Rovio mostra que pode fazer ótimos jogos até em galáxias muito, muito distantes. Angry Birds Star Wars é sua nova aposta, surgida de acordo entre a desenvolvedora finlandesa e a Lucasfilm - que foi comprada pela Disney poucas semanas após o anúncio do game.
No jogo, todos os personagens estão misturados: Red se torna Luke Skywalker, Yellow vira Han Solo, Big Brother aparece como Chewbacca, King Pig é Darth Vader - e por aí vai.
A campanha principal começa em Tatooine, planeta no qual Luke encontra Obi-Wan Kenobi (como no Episódio IV - Uma Nova Esperança), e segue para o grande confronto com Vader na Estrela da Morte - claro, isso tudo traduzido pela Rovio em 80 fases típicas de Angry Birds.
A fusão de aparências entre os personagens das duas franquias ficou simpática, mas o que realmente rouba a cena em Angry Birds Star Wars são as novas habilidades dos personagens. Luke/Red golpeia obstáculos com seu sabre de luz, Obi-Wan/Bomb usa a Força, Han Solo/Yellow dispara lasers e Chewbacca/Big Brother... bom, esse continua simplesmente usando sua massa para destroçar o que vê pela frente.
Além de terem sido incorporadas aos personagens com soluções visuais vistosas, todas essas habilidades conferem possibilidades inéditas de resolução aos desafios - sobretudo os disparos de Han Solo, que ricocheteiam em determinadas superfícies e abrem novo leque de destruição e conclusão das fases.
Isso tudo não só acrescenta diversão fresca ao game, como parece também ser a abertura de uma nova dinâmica para próximos jogos da Rovio - que, por ora, está conduzindo muito bem a reciclagem de sua mina de ouro.
É possível que o cálculo de angulação para zerar as fases em Angry Birds passe a não ser mais o centro estratégico do jogo, deixando espaço para a funcionalidade dessa angulação - ou seja, passa a ser mais importante deslocar o personagem até uma posição favorável, para que ele execute sua habilidade, do que somente levá-lo até um determinado ponto.
Produção independente
Apesar do forte legado da LucasArts, que tem games incríveis em seu currículo, como Day of the Tentacle, Grim Fandango e diversos títulos relacionados a Star Wars, a decisão de apenas licenciar a franquia sem se envolver com o design do jogo parece ter sido providencial para o êxito de Angry Birds Star Wars.
A mecânica típica de Angry Birds permaneceu imaculada, deixando espaço para influência apenas no terreno de caracterização de cenários, personagens e habilidades - o suficiente para causar impacto na medida certa.
O visual também manteve o padrão utilizado em outros jogos de Angry Birds, mas é possível apontar certos refinamentos. Os cenários, igualmente inspirados no universo de George Lucas, são levemente mais sofisticados, e as "cenas de corte" foram incorporadas com tudo, dando um sabor de narrativa ao game - algo inédito em Angry Birds.
A música e os efeitos sonoros também acompanharam a boa mistura entre as duas franquias. Os conhecidos temas musicais de John Williams e os sons característicos de sabre de luz e disparos de laser estão todos fundidos com os gorjeios dos pássaros furiosos. Até Vader emenda sua famosa respiração tétrica à inconfundível risada suína dos "bad piggies".
Rápido demais?
A princípio, parece que Angry Birds Star Wars passa muito rápido - mesmo tendo 80 fases entre seus dois mundos principais (Tatooine e Death Star). A impressão é que a dificuldade do jogo está menor - mas, olhando com calma, a questão não é tão simples assim.
Parte da aparente fluidez entre as fases de Angry Birds ocorre pela boa distribuição de pequenos quadros entre uma leva de níveis e a outra. Eles oferecem versões memoráveis para cenas clássicas de Star Wars, como o treino de Luke com Obi-Wan e o encontro com Han Solo na Mos Eisley Cantina
Outro aspecto para se levar em consideração são os novos conceitos inclusos no game, como os golpes de sabre de luz e o uso da Força sobre as barreiras nos cenários. Parece adequado que parte das fases funcione como tutorial para o uso dessas armas inéditas no jogo. Aliás, ainda é possível reclamar de uma tábua ali ou uma pedra aqui que não obedeça à física óbvia e permaneça em pé apesar de todo estrago feito no nível.
Falando em física, um último acerto em cheio a ser destacado em Angry Birds Star Wars é a transição entre a mecânica básica do jogo, vista em Tatooine, para a mecânica de Angry Birds Space no pacote Death Star. Neste último, é necessário utilizar os conhecimentos mais recentes do game para ajudar os pássaros a enfrentar diferentes gravidades e atingir seus objetivos. A forma orgânica como essa transição foi realizada é admirável e colabora mais ainda para a impressão de um fiapo de narrativa se desenhando em Angry Birds.
Com este jogo, a Força está
Como de costume, o custo/benefício continua satisfatório na franquia. Neste caso, o pacote inicial oferece 40 fases de Tatooine, 40 fases de Death Star e 1 fase gratuita de Return of the Jedi (com direito à aparição de Yoda). Outras fases bônus, nas quais é possível jogar com C-3PO e R2-D2, são liberadas pelo número de estrelas adquiridas ao longo do game. Ah, e ainda há um pacote prometido para Hoth - o planeta gelado visto em Episódio V - O Império Contra-Ataca. Mesmo com essa boa quantidade, é fácil ser fisgado pelo game e querer mais.
A variedade de plataformas que suportam Angry Birds Star Wars também agrada. Desta vez, iOS, Android, Windows Phone, Kindle Fire, PC e Windows 8 podem rodar o jogo.
Angry Birds Star Wars é um artigo essencial para qualquer fã de Angry Birds e um bom passatempo para entusiastas da saga de George Lucas. Será que o próximo passo da Rovio estará nos domínios da Disney, assim como a Lucasfilm? Impossível de ver, o futuro é.