A incrível biodiversidade da Mata Atlântica preservada, em fotos
Em 161 imagens feitas ao longo dos últimos cinco anos, o fotógrafo Octavio Campos Salles mostra a diversidade da parte melhor preservada do bioma em seu novo livro...
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2014 às 07h18.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h52.
Endêmica do Brasil, a espécie de perereca Phyllomedusa distincta aparece na região Sudeste, especialmente entre o estado de São Paulo e o Rio Grande do Sul. Apesar de ser uma espécie muito comum, a população está diminuindo, aponta a IUCN. O anfíbio é, geralmente, encontrado em arbustos próximos de áreas com água em florestas úmidas primárias e secundárias. Na foto, a perereca está sobre uma flor de helicônia (Heliconia velloziana).
Este aqui é famoso: o pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens) também é conhecido como pica-pau-amarelo. Lembrou da série de livros de Monteiro Lobato? A característica mais marcante da espécie é o vistoso topete amarelo. É uma ave pequena, de até 30 centímetros, com cabeça e face amarelas. Os machos ainda têm uma faixa vermelha no rosto. Insetos - além de suas larvas e ovos -, frutas e bagas compõem sua alimentação.
O voo imponente do gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) está em risco. O apacamim, como também é conhecido, é um predador de topo do reino animal e é considerado pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como espécie quase ameaçada. Sua alimentação é composta por várias espécies de aves - tais como araras, papagaios, maitacas, tucanos, macucus e pombas -, mamíferos - entre eles, gambás, quatis e porcos-espinho - e répteis, como grandes lagartos.
Não é à toa que ele se chama sapo-de-chifre (Proceratophrys boiei). O par de apêndices cutâneos acima dos olhos é uma característica distintiva dessa espécie endêmica no Brasil, com população estável. Apesar de ter aspecto de sapo, o animal é, na verdade, uma rã. Sua alimentação é baseada em besouros e grilos, mas também pode incluir outros anuros.
A Jararacuçu (Bothrops jararacussu) é uma das maiores responsáveis por acidentes envolvendo pessoas picadas por cobras. Também conhecida como surucucu, a víbora venenosa pode medir até 2 metros de comprimento - e tem capacidade de dar um bote com a distância dela mesma. Pequenos roedores e aves são o cardápio predileto das jararacuçus adultas. Já as jovens se alimentam de pequenos anfíbios, minhocas e alguns insetos.
O maior macaco da América do Sul está ameaçado. Também conhecido como muriqui-do-sul, o mono-carvoeiro ( Brachyteles arachnoides) foi listado pela IUCN como espécie ameaçada de extinção devido, principalmente, à caça. Existem menos de 1.300 indivíduos no mundo e estima-se que haja um declínio de 20% da população até 2050, por conta da perda de habitat. Dócil, vive em pequenos grupos e alimenta-se de folhas, frutas e flores. O primata também é candidato à mascote das Olimpíadas de 2016.
Certamente, você já viu mais de uma espécie de orquídea, já que a família dessas plantas é uma das maiores existentes. Elas apresentam formas, cores e tamanhos variados, e estão presentes em todos os continentes, exceto na Antártida. Mas, provavelmente, esta espécie da foto, a Encyclia bulbosa, você nunca viu. Isso porque é uma planta que vive em áreas úmidas de montanha, no Sul e no Sudeste do Brasil. Floresce em outubro, e é perfumada.
O canto é alto e estridente. Parece até o som da batida de um martelo em uma bigorna. É assim que é descrito o grito da araponga (Procnias nudicollis), também conhecida como "a voz da Mata Atlântica". Na foto, Octavio Campos Salles registrou um macho, já que são brancos, com a garganta e os lados da cabeça esverdeados, enquanto as fêmeas são totalmente esverdeadas. Considerada vulnerável pela IUCN, a espécie é muito perseguida pelo tráfico de aves.
O jatobá (Hymenaea courbaril) é um gigante da floresta. Pode medir entre 30 e 45 metros de altura e o tronco pode chegar a dois metros de diâmetro. No Brasil, ocorre da região Norte até a Sudeste e é encontrada em altitudes de até 900 metros acima do nível do mar. Segundo Magno Branco, doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos, o jatobá é uma das árvores que mais retira CO2 da natureza, assim como a figueira e o jequitibá.
O fotógrafo conseguiu retratar uma fêmea de araçari-poca (Selenidera maculirostris) enquanto se alimenta dos coquinhos do palmito-juçara (Euterpe edulis), palmeira ameaçada de extinção. Enquanto fêmeas da espécie possuem penas marrons, machos têm cabeça, garganta e peito pretos. O bico dos dois apresenta manchas visíveis. A pequena ave - que mede pouco mais de 30 centímetros de comprimento e pesa, aproximadamente, 170 gramas - se alimenta de frutos, brotos e insetos.
Cercada de mata primária, a bela Cachoeira do Ouro Fino fica dentro do Parque do Zizo, em Tapiraí/SP. A Reserva Natural protege 300 hectares de floresta no alto da Serra de Paranapiacaba. A Mata Atlântica do parque se encontra em avançado estado de conservação, sem espécies introduzidas.
Este registro de Salles revela tangarás (Chiroxiphia caudata) em display reprodutivo. Também conhecido como tangará-dançarino, graças à "dança" de exibição que os machos fazem para as fêmeas. Eles se enfileiram em um galho e, um de cada vez, realizam acrobacias. Enquanto machos têm plumagem azul-celeste, cauda preta e coroa vermelha vibrante, fêmeas são verde-escuras, com cauda mais longa que a dos machos. Machos jovens possuem coloração verde-oliva, mas se diferem das fêmeas pela coroa vermelha na cabeça.