Revista Exame

Com investimento na startup Slang, Positive Ventures une impacto ao risco

Fundo, que tem participação em empresas avaliadas em 800 milhões de reais, anuncia aporte para tentar reduzir o desemprego com ensino de inglês profissional

Bruna Constantino, Andrea Oliveira Kestenbaum e Fábio Kestenbaum, da Positive Ventures: métricas ambientais, sociais e de governança (Germano Lüders/Exame)

Bruna Constantino, Andrea Oliveira Kestenbaum e Fábio Kestenbaum, da Positive Ventures: métricas ambientais, sociais e de governança (Germano Lüders/Exame)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 06h00.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 11h49.

Para um investidor de impacto, que busca retorno financeiro e transformação social, o Brasil é um mercado e tanto. Problemas não faltam — ainda mais em 2020, ano que escancarou algumas das principais penúrias do país. A pandemia de covid-19 ampliou o desemprego, os problemas de saúde e até mesmo o grave cenário da área de educação. Atacar esse tipo de desafio é a especialidade do fundo de investimento de impacto Positive Ventures.

A Positive Ventures vai investir 4 milhões de reais na startup Slang, responsável por uma tecnologia que conecta verbetes de três idiomas — inglês, português e espanhol — e cria cursos de inglês para profissionais. A Slang, criada nos Estados Unidos, quadruplicou de tamanho de 2019 a 2020 e já tem 78 empresas como clientes, incluindo a fabricante de alimentos Nestlé e o banco Santander. O intuito é fazer o aprendizado ficar mais próximo do dia a dia dos alunos. Dados do British Council, instituto de cultura do governo britânico, mostram que 5% dos brasileiros afirmam ter algum conhecimento de inglês. Apenas 1% tem fluência no idioma.

Brasileira de origem e na atividade desde 2016, a Positive Ventures tem alguns nomes sob sua alçada com boas histórias para contar: a healthtech Labi, fundada por ex-diretores do grupo Dasa, tenta ampliar o acesso à medicina diagnóstica oferecendo exames por um custo acessível. São aproximadamente 160 milhões de brasileiros sem plano de saúde. Outra frente é a educação. A plataforma de inteligência artificial Letrus utiliza tecnologia e gamificação para melhorar a escrita e a leitura de estudantes. No Brasil, de acordo com dados da ONG Ação Educativa, 89% dos jovens com mais de 15 anos de idade não conseguem compreender plenamente um livro com tema adulto ou fazer uma dissertação.

Para Fábio Kestenbaum, sócio e presidente do comitê de investimentos da Positive Ventures, o desafio é encontrar empreendedores que tenham uma proposta escalável, combinando ganhos de impacto com risco ajustado. “No Brasil, existe uma falsa dicotomia dissociando o retorno financeiro do impacto social”, afirma Fábio Kestenbaum. Andrea Oliveira Kestenbaum, presidente da gestora, explica que a análise de mensuração de impacto está presente desde o início do processo de investimento, com alinhamento em métricas ambientais, sociais e de governança.

O fundo da Positive Ventures já conta com participação em empresas avaliadas em 800 milhões de reais, com 70% dos investimentos em negócios que têm sede no Brasil. A Positive Ventures tem também um escritório na Califórnia (onde mora o sócio Murilo Menezes) para conectar investidores estrangeiros aos negócios de impacto no Brasil. Oportunidades não há de faltar.

Mais de Revista Exame

Aprenda a receber convidados com muito estilo

"Conseguimos equilibrar sustentabilidade e preço", diz CEO da Riachuelo

Direto do forno: as novidades na cena gastronômica

A festa antes da festa: escolha os looks certos para o Réveillon