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Prisão de dono põe em risco Rei do Bacalhau

Consultores de negócios avaliam o futuro da empresa depois que o filho foi acusado de mandar assassinar o pai adotivo e fundador do restaurante

Marca e gestão serão prejudicadas com a repercussão do episódio (.)

Marca e gestão serão prejudicadas com a repercussão do episódio (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

São Paulo - A trama poderia ser enredo para um filme policial hollywoodiano, mas aconteceu no Rio de Janeiro. O empresário Antônio Fernando da Silva foi preso acusado de mandar matar o pai adotivo, o português Plácido da Silva Nunes, para herdar o restaurante Rei do Bacalhau, da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Se não bastasse, Antônio está sendo acusado pela polícia pela morte de outras seis pessoas.

No meio desse enredo, fica em jogo também o futuro do empreendimento. O restaurante, que funciona há mais de 30 anos, tem uma clientela fiel e é conhecido na cidade pelos pratos tradicionais com bacalhau. A informação que os atuais funcionários receberam é que o local continua funcionando normalmente até que o advogado que está cuidando do caso, Saulo Ramos, dê alguma nova recomendação.

Para Renato Lobo, coordenador técnico da Unidade de Gestão de Crises da MVL, empresa de comunicação que atende clientes como Daslu e Natura, isso afeta a reputação da empresa. "O nome dele está intimamente ligado ao do restaurante", afirma.

Alessandro Basile, sócio da AGMKT, consultoria de marketing e estratégia para empresas, acredita que a marca não está a salvo de ser afetada, mas o principal problema, segundo ele, será na gestão. "Se a comida servida no restaurante tivesse matado as pessoas, isso afetaria diretamente a marca. Mas esse problema tem a ver com a conduta do proprietário. Por isso, o maior prejuízo é na gestão, que pode inviabilizar o negócio", opina.

Apesar do problema não ser com o serviço que o restaurante presta, nas empresas pequenas a figura do proprietário costuma estar muito mais próxima da marca. "Quem vai ao estabelecimento não compra só comida, mas também os valores. As pessoas não vão querer ir a um local que pertence a um assassino. Tenho impressão de que as vendas vão cair significativamente", diz Lobo. 

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