Por que sua empresa pode ter prejuízo até em um bom ano
Para não terminar o ano com prejuízo, mesmo diante de resultados positivos mês a mês, veja o que fazer:
Mariana Fonseca
Publicado em 1 de março de 2017 às 15h00.
Última atualização em 1 de março de 2017 às 15h00.
Minha empresa pode ter tido um bom ano e ainda assim terminar em prejuízo?
Não existe resposta mais assertiva para o título desse artigo do que um categórico “sim”, fundamentado no comportamento pragmático de qualquer gestão .
O empreendedor que se encontra nessa situação deve buscar as possíveis causas que podem estar na falta de gerenciamento do dia a dia do negócio. Deve preocupar-se com a sustentabilidade e não com o aumento de resultados positivos (temporais), sobretudo no caixa.
Entende-se por sustentabilidade dos negócios um conjunto de ações gerenciais incorporadas no dia a dia da empresa, que visa resultados positivos a curto, médio e longo prazo.
Essas ações estão no controle operacional efetivo, com a vigilância dos custos; o gerenciamento financeiro (equilibrando receitas e despesas); as ações de marketing para manter vivos os produtos/serviços e a marca da empresa; e as ações de gestão de pessoas, com foco nos colaboradores internos e parceiros externos. A gestão de gente preocupa-se ainda com os consumidores e clientes, bem como com seu comportamento de compra.
Há diversos ganhos em trabalhar a sustentabilidade de um negócio. Para o empreendedor, esse conceito deve apresentar possibilidades de crescimento, ao entender que a empresa não pode ser avaliada apenas pela entrada de dinheiro em caixa e, sim, a partir de tudo o que apresenta de retorno positivo e que refletirá resultados com valores agregados no futuro.
Por exemplo: novas parcerias de mercado ou a abertura de negociações vantajosas com um fornecedor. A imagem positiva da empresa em honrar com seus compromissos de maneira ética é também sinal de sustentabilidade.
Para não terminar o ano com prejuízo, mesmo diante de resultados positivos mês a mês, e, além disso, pensar na sustentabilidade, o empreender deve:
1—Manter vivo o plano de negócio: consultar sempre as viabilidades financeiras para a implantação de novos negócios, produtos ou serviços.
2—Escolher bem os futuros sócios ou parceiros (inclusive fornecedores): analisar se os objetivos e valores são compatíveis com os seus.
3—Conhecer as tributações do seu negócio: para tanto, sugiro contratar um contador que possa não somente operacionalizar a contabilidade, mas também assessorar você e ensinar sobre tudo que envolve a alíquota de tributos.
4—Avaliar os recursos disponíveis para investimentos presentes e futuros: analisar as taxas de juros (caso necessite de empréstimos de terceiros). Planeje antecipadamente esses investimentos.
5—Estudar os cenários de mercado: tanto a respeito do comportamento de compra de seus consumidores, bem como questões econômicas que impactam seu negócio.
6—Ter um planejamento financeiro: por meio de um eficaz gerenciamento de caixa (contas a receber e a pagar). Tome cuidado com as retiradas para fins pessoais. Separe sempre as contas pessoais das de sua empresa.
Diante dessas seis dicas, uma boa gestão financeira faz a diferença na hora de contabilizar os resultados da empresa e, consequentemente, seus lucros.
A palavra-chave para a sustentabilidade de um negócio é gerenciamento. Os pequenos empreendedores representam milhares de negócios no Brasil e cada um já ouviu a história de um amigo ou de alguém que faliu. A gestão é a parte mais importante do negócio e a falência é resultado dessa má administração.
Lembre-se, ainda, de que, caso você não gerencie criteriosamente seu negócio, ao passá-lo para frente, ou se porventura desistir de empreender, alguém fará melhor que você. Não queira ver seu negócio ou sua ideia com uma placa: “sob nova direção”.
Arnaldo Vhieira é Coordenador do Curso de Gestão Financeira do Complexo educacional FMU e Especialista em Estratégia de Negócios.
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