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O que um mentor pode fazer por sua empresa

O acompanhamento de alguém experiente pode ajudar a resolver problemas e até evitá-los

Mentoring: reuniões e mais reuniões marcam o relacionamento entre mentor e empreendedores (Stock.xchng)
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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 11h45.

São Paulo – Quando Paulo Rogério Vieira teve a ideia de criar o Ningo, um site de comparação e compra na internet, não enxergou muitas oportunidades de negócio além da inicial. Foi com a ajudo do administrador e mentor In Hsieh que Paulo conseguiu ampliar sua visão sobre o projeto. “O trabalho do mentor ajudou a especificar melhor o produto e também a fazer uma ponte com investidores e fundos de investimento”, conta.

Essa é uma das principais vantagens de contar com o acompanhamento de um mentor em uma startup. “O mentoring sempre é válido independente da fase da empresa. O empreendedor fica em uma posição muito solitária e precisa de alguém para discutir”, opina Hsieh, que faz esse trabalho há 3 anos. “É a troca de experiências como instrumento de capacitação”, define Bianca Martinelli, líder da área de Serviço a Empreendedores da Endeavor, instituição que apoia empresas com potencial de crescimento e usa o mentoring como uma forma de aprimoramento dos negócios.

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Contar com o apoio de alguém que já vivenciou mais e que enxerga o negócio de fora pode também garantir o sucesso da empresa. “O mentoring no começo da startup vai evitar que muitos erros aconteçam”, diz o mentor e investidor Yuri Gitahy, que também acompanhou a evolução do Ningo. Esse trabalho, porém, não se resolve com duas ou três conversas. “É um trabalho de médio a longo prazo. O mentor sabe que tem a hora a certa de falar a coisa certa para melhorar o empreendedor”, diz Gitahy.

Abra a mente
As empresas iniciantes podem contar com a ajuda de vários mentores, conforme a necessidade. “Esse processo serve para abrir a cabeça do empreendedor. O mentor é um exemplo real para as startups”, explica Bianca.


Ela reforça a ideia de que o mentor pode ser útil em qualquer fase da empresa mas precisa de características-chave. “Precisa ser uma pessoa que consiga contestar, trazer exemplos do mercado, fazer críticas”, lista. “O poder de um mentoring é altíssimo, tanto na inspiração quanto na evolução da empresa. Ele é capaz de alavancar a curva de crescimento. É um poder de transformação se bem utilizado, mas precisa ter agentes de implementação dos dois lados”, diz Bianca.

“É importante ter o acompanhamento do mentor porque a fase startup é um processo delicado. O empreendedor acaba ficando muito voltado para dentro do negócio, preso em uma caixa. Se não tiver essa visão ampla, dificilmente consegue ter sucesso”, opina o cofundador do Ningo. Para alcançar esse ponto, no entanto, é importante que o processo seja conduzido pela pessoa adequada.

Diferente do coaching, o mentoring é um processo de transferência de conhecimento e é considerado pelos especialistas como o embrião de um conselho administrativo e de um empresa com governança corporativa. “O acompanhamento periódico traz uma tomada de decisão mais embasada, transparente e mais governança para a empresa. Isso vai estruturando uma espécie de conselho”, diz Bianca, da Endeavor.

Além de ser uma pessoa com visão altamente estratégica, é importante que seja um empreendedor ou conselheiro, que entenda bastante do setor e consiga permear as áreas de desafios estratégicos ou de gestão. “O mentor é muito mais estratégico, não se envolve diretamente”, explica Hsieh. “Os mentores só fazem isso porque realmente acreditam que o conhecimento de anos de experiência quando transferido para o empreendedor de alto impacto tem o poder de ser aplicado e replicado. Eles doam tempo e conhecimento”, diz Bianca.

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