Neger Telecom cresce no mercado de telefonia celular
Como o paulista Eduardo Neger fez de uma fabricante de chocadeiras uma empresa que cresce ao melhorar a comunicação em locais onde os celulares não pegam
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2012 às 06h00.
São Paulo - O engenheiro Eduardo Neger, de 38 anos, está fazendo sua empresa crescer com uma atitude tipicamente empreendedora nos dias de hoje - identificar oportunidades de negócios que surgem conforme a economia brasileira cresce. Sua empresa, a Neger Telecom, da cidade paulista de Campinas, desenvolve tecnologias que melhoram a transmissão do sinal emitido pelas operadoras de telefonia celular.
Quase todo mundo já passou por alguma situação em que o celular não funciona, como no elevador ou na garagem de um prédio. "A quantidade de lugares onde o sinal do celular não chega ou chega prejudicado é bem maior do que eu imaginava", diz Neger. "No início, achava que a demanda viria do campo, mas 70% dos nossos clientes estão em cidades."
No ano passado, a Neger faturou 3,9 milhões de reais - 50% mais que em 2010 - com a venda de aparelhos que melhoram a qualidade do sinal emitido pelas operadoras. Os aparelhos da empresa captam o sinal da torre mais próxima do usuário e o amplifica, permitindo o funcionamento de telefones e da internet.
O uso da tecnologia é amplo. Pode ser num posto isolado, como uma fazenda ou um barco, ou então num local onde há alguns tipos de barreira física. Além de elevadores e garagens, é o caso, por exemplo, de vários bancos de dados e carros blindados.
Que há demanda para um produto como o que a Neger fabrica, parece evidente - mas isso agora, depois que o caminho entre a ideia e sua execução já foi percorrido. Sua trajetória é inspiradora porque é um exemplo de como a expansão depende de o empreendedor ir bem mais além de enxergar um mercado - ele tem de ser capaz de ver uma necessidade (que, eventualmente, outros também viram), oferecer uma solução e encontrar um jeito de fazer com que as contas fechem no final.
Até há alguns anos, a empresa vendia seus aparelhos quase que por encomenda. "Não tínhamos escala para produzi-los, o que tornava o produto relativamente caro", diz Neger. Um investimento na linha de produção permitiu passar a produzir kits de amplificação de sinais telefônicos, disponíveis praticamente para pronta-entrega.
Agora, muitos dos novos clientes batem à porta da Neger por indicação das próprias operadoras. Foi a Oi que indicou os serviços da Neger para a rede de hotéis Plaza, que não conseguia oferecer nenhum sinal de celular e internet aos hóspedes de seu resort na serra do Tabuleiro, um parque ecológico na mata Atlântica catarinense. "Os hóspedes ficavam inconformados", diz Eduardo Moura, diretor de tecnologia da rede Plaza. "Depois da instalação do equipamento da Neger, os celulares pegam em 85% da área do resort."
Descoberto o caminho das pedras, Neger encontrou a inspiração necessária para concluir que havia como ganhar dinheiro fazendo exatamente o contrário - e se a lógica de funcionamento dos aparelhos fosse invertida para criar sistemas de bloqueio?
Hoje, a empresa tem como clientes penitenciárias, que precisam impedir que os presos se comuniquem com o exterior, e hospitais, que devem manter silêncio em suas dependências. "Os bloqueadores ainda não geram uma grande receita", diz Neger. "Mas acredito muito no potencial desse mercado."
É a segunda vez que a Neger passa por um momento importante de seu crescimento. Nos anos 80, a empresa era uma pequena fabricante de chocadeiras que atendia muitos produtores de frango no interior de São Pulo. "Eles viviam reclamando da dificuldade de falar ao telefone", diz Neger. "Ao ajudar um cliente a instalar uma antena, enxerguei um grande mercado a explorar."
São Paulo - O engenheiro Eduardo Neger, de 38 anos, está fazendo sua empresa crescer com uma atitude tipicamente empreendedora nos dias de hoje - identificar oportunidades de negócios que surgem conforme a economia brasileira cresce. Sua empresa, a Neger Telecom, da cidade paulista de Campinas, desenvolve tecnologias que melhoram a transmissão do sinal emitido pelas operadoras de telefonia celular.
Quase todo mundo já passou por alguma situação em que o celular não funciona, como no elevador ou na garagem de um prédio. "A quantidade de lugares onde o sinal do celular não chega ou chega prejudicado é bem maior do que eu imaginava", diz Neger. "No início, achava que a demanda viria do campo, mas 70% dos nossos clientes estão em cidades."
No ano passado, a Neger faturou 3,9 milhões de reais - 50% mais que em 2010 - com a venda de aparelhos que melhoram a qualidade do sinal emitido pelas operadoras. Os aparelhos da empresa captam o sinal da torre mais próxima do usuário e o amplifica, permitindo o funcionamento de telefones e da internet.
O uso da tecnologia é amplo. Pode ser num posto isolado, como uma fazenda ou um barco, ou então num local onde há alguns tipos de barreira física. Além de elevadores e garagens, é o caso, por exemplo, de vários bancos de dados e carros blindados.
Que há demanda para um produto como o que a Neger fabrica, parece evidente - mas isso agora, depois que o caminho entre a ideia e sua execução já foi percorrido. Sua trajetória é inspiradora porque é um exemplo de como a expansão depende de o empreendedor ir bem mais além de enxergar um mercado - ele tem de ser capaz de ver uma necessidade (que, eventualmente, outros também viram), oferecer uma solução e encontrar um jeito de fazer com que as contas fechem no final.
Até há alguns anos, a empresa vendia seus aparelhos quase que por encomenda. "Não tínhamos escala para produzi-los, o que tornava o produto relativamente caro", diz Neger. Um investimento na linha de produção permitiu passar a produzir kits de amplificação de sinais telefônicos, disponíveis praticamente para pronta-entrega.
Agora, muitos dos novos clientes batem à porta da Neger por indicação das próprias operadoras. Foi a Oi que indicou os serviços da Neger para a rede de hotéis Plaza, que não conseguia oferecer nenhum sinal de celular e internet aos hóspedes de seu resort na serra do Tabuleiro, um parque ecológico na mata Atlântica catarinense. "Os hóspedes ficavam inconformados", diz Eduardo Moura, diretor de tecnologia da rede Plaza. "Depois da instalação do equipamento da Neger, os celulares pegam em 85% da área do resort."
Descoberto o caminho das pedras, Neger encontrou a inspiração necessária para concluir que havia como ganhar dinheiro fazendo exatamente o contrário - e se a lógica de funcionamento dos aparelhos fosse invertida para criar sistemas de bloqueio?
Hoje, a empresa tem como clientes penitenciárias, que precisam impedir que os presos se comuniquem com o exterior, e hospitais, que devem manter silêncio em suas dependências. "Os bloqueadores ainda não geram uma grande receita", diz Neger. "Mas acredito muito no potencial desse mercado."
É a segunda vez que a Neger passa por um momento importante de seu crescimento. Nos anos 80, a empresa era uma pequena fabricante de chocadeiras que atendia muitos produtores de frango no interior de São Pulo. "Eles viviam reclamando da dificuldade de falar ao telefone", diz Neger. "Ao ajudar um cliente a instalar uma antena, enxerguei um grande mercado a explorar."