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Na crise, negócio fatura R$ 21 milhões vendendo obras de arte

O empreendedor e artista André Diniz tem um propósito: democratizar o mercado de obras de arte. E isso não significa deixar de ganhar dinheiro.

Os donos da Urban Arts, Gustavo Guedes e André Diniz (Foto/Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 27 de agosto de 2017 às 08h00.

Última atualização em 27 de agosto de 2017 às 08h00.

São Paulo – O empreendedor e artista André Diniz tem um propósito: democratizar o mercado de obras de arte tanto para quem compra quanto para os artistas que vendem. E isso não significa deixar de ganhar dinheiro. A Urban Arts, empresa fundada por ele em 2009, faturou 21 milhões de reais em 2016 e já cresceu 50% no primeiro semestre de 2017.

“Somos uma boa alternativa para quem não consegue espaço nas galerias. O mercado de arte é muito fechado, e muitos artistas expostos aqui não teriam essa chance em outros lugares”, afirma Diniz, em entrevista na flagship da marca, uma loja de 350 metros quadrados, de estrutura moderna e paredes recheadas de quadros que vão desde fotos de paisagens em tamanho gigante a ilustrações psicodélicas em quadrinhos de 20 X 20.

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A ideia do negócio surgiu de uma vontade do empreendedor de vender seus próprios trabalhos. Ele era dono de uma agência de publicidade, na qual ainda atua, e decidiu criar um site junto com alguns outros artistas para oferecer seus trabalhos. Nascia ali a Urban Arts. “Eu sempre desenhei e chegou uma hora que decidi que queria vender os meus trabalhos ”, conta.

A ideia logo cresceu permitindo que qualquer artista se cadastrasse no site e enviasse seus trabalhos. Hoje, a Urban Arts conta com uma rede de mais de 3 mil artistas artistas e cerca de 40 mil trabalhos disponíveis para quem quiser comprar.

Flagship da Urban Arts, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva (Foto/Divulgação)

Faturando na crise

Com o sucesso do site, em 2011 Diniz decidiu abrir sua primeira loja, na rua Oscar Freire em São Paulo, e, em 2012, nasceu a primeira franquia da marca. Hoje, a rede tem 17 lojas espalhadas pelo país e espera chegar ao final de 2018 com mais 14 unidades.

A ideia do negócio é incluir tanto o artista que não teria espaço numa galeria de arte comum, quanto o cliente que não tem como pagar o preço de uma obra nessas galerias – mas ainda assim quer decorar sua casa.

Para Gustavo Guedes, sócio de Diniz no negócio, esse posicionamento de mercado foi o responsável pelos bons resultados da marca, mesmo num período de crise econômica.

“Nós fomos afetados pela crise, sim. Mas estamos ocupando um espaço do mercado que estava vazio, e oferecendo para as pessoas algo que elas queriam e nem sabiam. Hoje, se a pessoa quer decorar a sua casa, que opções ela tem? Tem a galeria cara, ou aquelas gravuras sem muita qualidade. Aqui ele encontra uma arte autoral a um preço acessível”, afirma.

Flagship da Urban Arts, na alameda Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo (Foto)

Quadros a partir de 99 reais

Para os artistas, essa proposta se concretiza inicialmente com a facilidade no cadastro no site. Depois que os artistas se cadastram, a equipe da Urban Arts faz uma curadoria para selecionar aqueles que têm o perfil da galeria e, se selecionados, os trabalhos do artista ficam disponíveis na itnernet. A rede faz uma seleção dos trabalhos mais interessantes que ficam também expostos nas lojas físicas. Cada trabalho tem uma tiragem limitada de 250 unidades.

A cada obra sua vendida, o artista ganha uma porcentagem de 10% se a venda foi feita na loja e 20% se a venda foi feita pelo site. “Pode parecer pouco, mas os custos de impressão, moldura e logística são a maior parte do preço. Nós também ficamos com cerca de 10% do valor final”, explica Diniz.

Segundo os empreendedores, os artistas que mais vendem pela Urban Arts conseguem uma renda de até 14 mil reais por mês. Mas a grande maioria tira menos do que isso.

“Tem os aqueles que se profissionalizaram em Urban Arts, sempre sobem trabalhos novos no site, entendem o que funciona melhor. Mas isso não quer dizer que os outros artistas não tenham espaço”, explica Guedes. Diniz se orgulha em dizer que o negócio possibilitou a a alguns artistas viverem só de sua arte, algo difícil no meio.

Já do ponto de vista dos clientes, a proposta do negócio é garantir acesso a obras de qualidade de forma rápida e barata. Um quadro na Urban Arts custa entre 99 e 2500 reais e nenhum artista é mais caro do que outro – os preços variam de acordo com tamanho e materiais escolhidos pelo cliente.

Pelo site, é possível buscar as peças por categorias (surrealista, natureza e florais, por exemplo) e cores predominantes. Já nas lojas, há diversas obras já impressas e enquadradas, além de desenhos e molduras avulsos, prontos para serem montados na hora.

O plano da Urban Arts agora é focar na expansão pelo Brasil, mas os sócios afirmam que já receberam propostas de franqueados interessados em abrir unidades no exterior. O empreendedor interessado em abrir uma loja da Urban Arts deve estar preparado para desembolsar de 250 a 350 mil reais, já considerando a taxa de franquia e o capital de giro. O faturamento médio esperado de uma unidade é de 110 mil a 120 mil reais, e a lucratividade gira em torno de 15%.

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