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Mulheres ainda não conseguem ganhar terreno em mercado de fundos

Análise da Morningstar mostra que a proporção de mulheres que administram fundos nos Estados Unidos caiu nas últimas duas décadas

(Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
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Carolina Ingizza

Publicado em 6 de março de 2020 às 11h00.

Última atualização em 6 de março de 2020 às 11h00.

Apesar do amplo foco na importância da diversidade , a proporção de mulheres que administram fundos dos Estados Unidos com trilhões de dólares em ativos caiu nas últimas duas décadas, segundo análise da Morningstar divulgada na segunda-feira.

Mesmo os fundos passivos, uma área de gestão de recursos em expansão, que já se destacou pela presença de mulheres, mostram queda da porcentagem de gestoras. Em termos globais, o avanço estagnou: a participação das mulheres, de 14%, é a mesma de 2000.

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Antigos obstáculos, como o número limitado de candidatas experientes e os muitos anos de carreira necessários para alcançar o status de gestora de fundos, dificultam o avanço das mulheres.

Os clientes podem ser os maiores perdedores: uma análise anterior da Morningstar mostrou que fundos de títulos administrados por mulheres superaram os liderados por homens de 2003 a 2017.

“Mesmo tendo em vista todo o foco da indústria em aumentar a diversidade, devido aos benefícios produzidos, não vimos isso acontecer no número geral de mulheres gestoras de portfólio“, disse Madison Sargis, diretora de pesquisa quantitativa da Morningstar.

Sargis e seus colegas analisaram prospectos de fundos em 56 países, com mais de 10 mil nos EUA. O estudo abrangeu um conjunto global de 25 mil gestores, um número que dobrou desde 2000. A equipe analisou fundos mútuos e fundos de índice focados em renda fixa e ações, bem como em fundos de alocação.

Há pontos positivos no estudo. Alguns mercados menores resistiram à tendência de estagnação global. Em Hong Kong, Cingapura e Espanha, mais de 20% dos gestores de fundos eram mulheres. Mas a porcentagem no Reino Unido e nos EUA ficou abaixo da média mundial, em 13% e 11%, respectivamente.

O desafio tem várias facetas. O número de mulheres que entram no setor tem se mantido constante nos últimos anos, mesmo em meio a medidas para atraí-las para o setor, de acordo com Sargis. Assim, à medida que a indústria se expande, os homens ganham terreno em termos relativos. Isso também significa que o número de candidatas para administrar fundos permanece relativamente pequeno, especialmente considerando que pode levar de 15 a 20 anos de experiência para a aquisição das habilidades necessárias para supervisionar um fundo, disse Sargis.

“Existem barreiras estruturais ao longo do caminho que tornaram mais difícil para as mulheres alcançarem a premiada posição de gestora de portfólio”, disse Jackie Cook, diretora da Morningstar. “Pode haver alguns preconceitos em relação às mulheres quando se trata de administrar grandes quantias de dinheiro.”

Esse cenário significa que o progresso na resolução da desigualdade de gênero na gestão de ativos pode ocorrer em ritmo muito lento, mesmo quando várias iniciativas levam mais jovens a estudar finanças e empresas tentam diversificar a força de trabalho.

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