Kapeh inova ao produzir cosméticos à base de café
A empresa, que já exporta para a Europa, foi reconhecida pela ONU como um dos melhores empreendimentos do mundo
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2010 às 10h54.
São Paulo - Sabonete de café? Parece causar estranheza, mas foi essa mistura que levou a farmacêutica e bioquímica Vanessa Vilela Araújo, 32 anos e criadora da Kapeh, a Genebra, como uma das dez melhores empreendedoras do mundo, segundo a ONU.
Com um investimento inicial de 300 mil reais, a Kapeh nasceu em 2007 e hoje exporta para Portugal e Holanda, além de fornecer os produtos para dezesseis estados brasileiros. "Para mim, a empresa dá certo por que é inovadora", defende. O uso do café e a preocupação com o meio ambiente são os responsáveis pelo bom momento da empresa mineira.
Para quem pensa que a construção de uma empresa é fruto da sorte, a história da Kapeh - palavra que significa café no dialeto maia - prova o contrário. Vanessa sempre foi apaixonada por cosméticos e tinha em mente estudar para abrir uma empresa no setor. "A Kapeh foi muito bem elaborada. Fiz diversos cursos não só na área de cosméticos, mas na área de gestão também", conta.
Com um plano de negócios em mão, Vanessa se associou à prima, Denise Mesquita, para colocar as coisas em prática. A pergunta que deixa a maioria dos consumidores curiosos é a escolha do café como matéria-prima. Como Três Pontas é uma região que tem muito café, as duas estavam cercadas pelo produto e viram nele o diferencial que a marca precisava. "O café é pouquíssimo explorado na indústria cosmética e faz muito bem para a pele, já que é rico em substâncias antioxidantes, que combatem o envelhecimento", explica Vanessa.
A falta de matéria-prima disponível no mercado foi resolvida rapidamente. O marido de Vanessa, que é engenheiro agrônomo e cafeicultor, produz o café usado nos cosméticos. "Tivemos que desenvolvê-lo e isso foi um fator positivo, já que buscamos um café certificado", explica. O café usado nos produtos tem a certificação Utz Certified, que garante a transparência na produção do grão.
No ano passado, o negócio faturou 340 mil reais e pretende triplicar o faturamento chegando em todos os estados do Brasil em 2010. Com a maior parte dos funcionários terceirizados, a empresa não tem lojas próprias e comercializa seus mais de trinta produtos, como sabonetes, hidratantes e xampus, em pontos de venda. "No futuro não está descartada a possibilidade de termos lojas próprias. Outro nicho que estamos focando é na comercialização em cafeterias", conta Vanessa. Para ela, o mais importante é que "o crescimento da empresa tem sido passo a passo e sempre para frente".
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