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Esta empresa viu uma oportunidade de negócio com a antiga lista telefônica

Há 3 milhões de organizações cadastradas na plataforma da Lista Mais e cerca de 3 mil empresas anunciantes

(Lista Mais/Divulgação)

Karin Salomão

Publicado em 15 de dezembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 15 de dezembro de 2018 às 14h46.

O avanço da tecnologia deixa muitos negócios obsoletos, como aparelhos de fax ou disquetes. De olho no crescimento da internet, a Lista Mais, uma empresa que vendia listas telefônicas no interior de São Paulo, decidiu investir na internet para não desaparecer. Agora digital, o faturamento da empresa dobrou e seu alcance se tornou muito maior.

A empresa surgiu em 1999, logo depois da privatização da Telebrás e a abertura do mercado de telefonia para outras empresas. O investidorJosé Roberto Salionedecidiu ingressar no setor com a criação de uma lista telefônica para Presidente Prudente, no interior de São Paulo. A lista tinha os contatos de moradores da cidade e anúncios de serviços e pequenas empresas, como escritórios de advocacia, pequenos reparos, pet shop e clínicas de estética.

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O modelo de negócios da companhia começou a mudar há cerca de 10 anos com o avanço da internet. A empresa criou seu primeiro site, começou a criar aplicativos simples para celular que funcionavam como uma agenda telefônica para toda a cidade e vendia anúncios em suas plataformas.

Quem encabeçou a transformação digital da companhia foi João Paulo Gonçalves, que entrou em 2002 como estagiário e hoje é sócio e presidente. Como programador, ajudou a criar diversos sistemas para a empresa, como a nova plataforma digital.

Hoje, a empresa tem 44 funcionários e faturamento de 7 milhões de reais em 2017. A previsão é chegar a 8 milhões de reais este ano.

A Lista Mais é voltada para a pequena empresa ou profissional autônomo e já tem 3 milhões de empresas cadastradas. "Essas pessoas não têm orçamento para agências de marketing ou campanhas patrocinadas no Google. Então prestamos um serviço mais barato e que o ajude a encontrar seus clientes", diz Gonçalves.

Há 3 milhões de organizações cadastradas na plataforma da Lista Mais e cerca de 3 mil empresas anunciantes. Além de incluir o telefone e endereço do serviço na plataforma da Lista Mais, a empresa pode desenvolver um site para a empresa, assim como anúncios, loja virtual, identidade visual e vídeos de apresentação.

O valor para a criação de um site é semelhante ao anúncio de um oitavo de página na antiga lista telefônica, dizGolçalves, ou quase R$ 300 por mês. Como hoje o serviço tem um valor superior ao um simples anúncio na lista telefônica, as receitas da empresa também são maiores.

A ideia é digitalizar o comércio local. "Antes de fazer qualquer compra ou buscar um serviço, o consumidor pesquisa na internet. Por isso, as empresas e profissionais precisam ter presença online", afirma. O consumidor pode entrar no site e pedir orçamentos para diversas empresas de uma vez e receber todas as respostas pelo whatsapp ou email.

Ainda que o mundo esteja cada vez mais digital, o presidente conta que é difícil convencer certos negócios a se cadastrarem no site, já que a conversão de vendas no meio digital é menor. Se antes o cliente visitava poucas lojas antes de fechar negócio, hoje ele pesquisa em vários sites antes de decidir por uma empresa. "Uma loja digital não é como o balcão do espaço físico, em que um cliente entrava e comprava um produto", argumenta.

A empresa ainda imprime cerca de 50 mil listas telefônicas, com 2.000 empresas anunciantes em Araçatuba e Presidente Prudente. As listas físicas respondem por 20% do faturamento da empresa.

Segundo o presidente, os produtos são focados no público mais velho, que ainda usa a lista para pesquisar. "Até a Netflix ainda tem o serviço de entrega de DVDs pelo correio, então iremos continuar atendendo esse público", diz.

Mas, assim como a Netflix, a Lista Mais já entendeu que a transformação digital é um caminho sem volta.

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