Linhas de crédito específicas para negócios que planejam investir em melhorias ambientais estão crescendo entre pequenas e médias empresas. Segundo o BNDES, 40% do crédito socioambiental, que também é voltado a financiar empreendimentos com uma vertente em sustentabilidade, é tomado por empresas de médio e pequeno porte.

O BNDES lançou uma política de crédito com esse perfil em 2006, repassando os recursos a instituições financeiras ou financiando os projetos diretamente. No Banco Real foram emprestados em torno de R$ 700 milhões para empresas pequenas ou médias. Segundo Altair Assumpção, superintendente executivo de médias empresas do Banco Real, a demanda por linhas de crédito ambientais é maior por parte das médias empresas, mas já está chegando às pequenas.

Idacir Peracchi, presidente da Juruá Florestal, empresa de manejo florestal de Ananindeua (PA), tomou emprestado, há quatro anos, R$ 1,9 milhão para obter uma certificação florestal que comprova que a madeira comercializada é proveniente de áreas de exploração controlada. Depois, pegou outros dois financiamentos, de R$ 1,2 milhão e de R$ 2,5 milhões, com o Banco Real, para financiar a geração de energia elétrica na própria fábrica. Sem a certificação, a empresa não teria acesso aos Estados Unidos e Europa, deixando de faturar R$ 30 milhões em 2007.

Segundo o BNDES, a estimativa de desembolso para linhas ambientais em 2008 é de R$ 4 bilhões.

Fonte: O Estado de São Paulo - 16.04.2008