São Paulo - Um dos erros que mais vejo empreendedores cometendo é quando eles partem logo para o modelo de negócios antes de fechar a estratégia . A forma que eu vejo isso é: acerte o produto antes, feche a estratégia do negócio, depois entenda qual vai ser o modelo de negócios utilizado.
Acertar o produto significa encontrar o mercado em que ele se encaixa. Não significa lançar o produto. Quer dizer chegar a um ponto em que o mercado aceita seu produto e quer mais dele. O sentido varia para bens de consumo, SaaS, infraestrutura, hardware, etc, mas em todos os casos você precisa encontrar esse ajuste antes de pensar em qualquer outra coisa.
Ir para o modelo de negócios antes de encontrar produto e mercado que se encaixam é o pior que você pode fazer pela sua futura empresa.
Uma vez que você encontra esse ajuste e começa a pensar no modelo de negócios, minha sugestão é que você dê um passo para trás e trabalhe com seu time (e investidores) para desenvolver uma estratégia sólida. Investidores (ou pelo menos bons investidores) são muito úteis nessa etapa. Os melhores deles, além de terem ótima visão estratégica, já viram as estratégias que funcionam e as que não, o que os faz excelentes parceiros nessa etapa de desenvolvimento. É uma das minhas atividades favoritas junto a empreendedores.
Isso me lembra o momento do Twitter em 2009. O serviço deles com certeza tinham encontrado o encaixe do produto com o mercado e o time voltou suas atenções para o modelo de negócios. Falava-se um monte sobre ter contas pagas, sistema de inscrições, um conjunto de dados e muitas outras ideias. Ao mesmo tempo, Ev Williams, co-fundador, estava articulando a estratégia que tornaria o Twitter uma “rede de informações que pessoas usam para descobrir o que importa para elas”.
Sendo assim, a estratégia exigia trazer o máximo de fontes de informação para o Twitter e o máximo de usuários acessando a plataforma. Tudo convergia no tamanho da rede. Então, a estratégia também exigia um modelo de negócios que mantivesse o serviço gratuito e aberto para todos. Isso levou ao modelo “promoted suite” (batizado por eles mesmos, inclui recursos de tweets e trends patrocinados). O Twitter executou muito bem a ordem produto > estratégia > modelo de negócios.
Muitas empresas do nosso portfolio já construíram modelos de receita que também não estavam alinhados com a direção indicada pela estratégia. Em alguns casos, elas nem tinham uma direção sendo indicada pela estratégia. O resultado é muita energia desperdiçada montando um time e uma base de clientes que, no final das contas, não tinham valor para o negócio. Também já vimos times deixando partes da empresa por causa desses erros.
Esses tipos de erros não costumam ser fatais. Não encontrar um mercado que se encaixe com o produto é fatal – mas ir pelo percurso errado na definição da estratégia e do modelo de negócios pode ser solucionado. Só é doloroso, caro, enfraquecedor e pode levar a mudanças na gestão.
Por isso, meu conselho é não ter pressa em ter um modelo de negócios, sem antes ter encontrado o encaixe do produto com o mercado – e então tomar seu tempo para consolidar uma estratégia assertiva, clara e inteligente. Assim, o modelo de negócios vai fluir naturalmente e você estará no caminho para o sucesso.
*Artigo escrito por Fred Wilson, que é Venture capitalist, e publicado originalmente no blog AVC.com. Texto cedido por Endeavor.
- 1. Para uma startup de sucesso
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São Paulo - Montar uma
startup e ter sucesso com ela não é uma missão simples. Para ajudá-lo nesta tarefa, EXAME.com consultou especialistas que elencaram as principais dicas para quem está começando a trilhar este caminho. Os conselhos abrangem assuntos que vão do amadurecimento da sua ideia de negócio até a melhor forma de buscar ajuda de investidores. Veja as dicas nas fotos acima.
2. 1 – Critique a sua ideia 2 /12(Foto/Thinkstock)
Se você teve uma ideia de negócio para uma startup, precisa estar preparado para colocá-la à prova. “É importante o empreendedor tentar entender se essa ideia é consistente, se existe um mercado para isso e se as pessoas estão dispostas a pagar por aquilo”, afirma Giuliano Baptistella, COO da Gema Ventures, uma aceleradora de startups. Como fazer isso? Converse com o máximo de pessoas possíveis e coloque-se na pele do seu possível cliente, tente imaginar como ele se comportaria usando esse produto e busque identificar se aquela solução vai de fato facilitar a vida dele. Essa é a fase de validação da sua startup.
3. 2- Seja flexível e, ao mesmo tempo, persistente 3 /12(Rolphot/iStock)
Ao criticar a sua ideia, você provavelmente vai precisar fazer ajustes para que ela amadureça. Portanto, não se apegue. “Você vai consultar as pessoas e, a partir dos feedbacks que receber, vai precisar adaptar seu produto. Sendo assim, você não pode ter aquele apego muito forte ao seu negócio”, afirma Luisa Ribeiro, CEO da Gema Ventures. Porém, ao mesmo tempo em que o empreendedor deve ter flexibilidade, ele também precisa ser persistente – e muito. “Se perceber que sua ideia não é tão boa assim, não precisa desistir. O empreendedor precisa ser resiliente, ter garra para continuar”, ressalta.
4. 3 – Conheça suas limitações 4 /12(Getty Images)
Não queira colocar sua ideia em prática sozinho. “Quando você tem uma ideia, deve pensar: Quem vai fazer isso comigo?”, afirma Marcilio Riegert CEO da aceleradora Start You Up. Segundo Riegert, é importante buscar pessoas que te complementem, ou seja, que tenham habilidades que você não tem. Outra coisa: essas pessoas precisam estar engajadas com o projeto. “A equipe precisa estar jogando junto, precisa querer fazer acontecer”, resume.
5. 4 - Resolva os problemas como se fossem seus 5 /12(Thinkstock)
A máxima “Trate os outros como gostaria de ser tratado” também vale para os negócios. Frederico Flores, consultor e CEO da startup Ecommet, recomenda que, para ter sucesso com a sua startup, você precisa “resolver o problema dos outros da mesma forma que gostaria que resolvessem os seus”. “Essa máxima tem norteado todas as nossas ações na E-commet, e com isso conseguimos ótimos resultados. A gente se coloca no lugar do cliente e vê como gostaríamos que aquilo fosse feito. Um conhecimento avançado do seu produto e do seu público é o que resume esse princípio. Não faça simplesmente o que o mercado está fazendo”, aconselha.
6. 5 - Mantenha o foco 6 /12(Thinkstock)
Focar sua energia no seu produto inicial é uma das chaves para não se perder no começo da sua startup. “No início, você tem pouco recurso, poucos clientes e pouco nome no mercado. Se começar a atirar para todos os lados, isso será muito prejudicial. É melhor focar e uma ou duas coisas que você faz melhor”, recomenda Flores. Isso não significa que você não poderá diversificar seus produtos no futuro. “Depois que estiver mais desenvolvido, com mais clientes e mais nome no mercado, você pode começar a ir para outros produtos”, afirma o empresário.
7. 6 – Valorize os talentos 7 /12(Thinkstock/Thinkstock)
O CEO da Ecommet conta que, no início, sua startup não tinha dinheiro para valorizar os bons profissionais com aumento salarial. Assim, a empresa buscou outras formas de reter esses funcionários. “Oferecemos um ambiente de trabalho super agradável, com videogame e sala de jogos. A ideia era: faça seu próprio horário e venha com a roupa que quiser”, conta. “Em sua jornada, você vai encontrar pessoas ruins, pessoas medianas, e algumas muito boas. Essas precisam ser valorizadas, seja com dinheiro, seja com um ambiente favorável para trabalharem”, resume Flores.
8. 7 – Controle suas contas com rigor 8 /12(iStock)
O início de uma startup costuma ser um tempo de vacas magras. Sendo assim, para fazer com que sua empresa sobreviva, a dica é: economize ao máximo. Verifique a necessidade de cada gasto e, se necessário, dispense serviços que considerar supérfluos. “Se você não pode contratar uma faxineira, peça a colaboração da equipe para manter o local de trabalho limpo”, sugere Frederico Flores da Ecommet. Além de economizar, é preciso saber separar as suas contas pessoias das contas da empresa. “É comum acontecer dos donos de um negócio tirarem dinheiro da empresa para gastos pessoais. E se o custo de vida dele aumenta, às vezes ele tira mais dinheiro. Isso é muito cancerígeno para a empresa”, afirma Flores.
9. 8 – Torne-se conhecido 9 /12(Thinkstock/alphaspirit)
Investir em marketing é fundamental. E para startups em início de carreira, as redes sociais e mídias digitais podem ser um bom caminho, já que são mais baratas do que as mídias tradicionais. “Não adianta você criar um produto fantástico e as pessoas não saberem que ele existe. Então é preciso divulgar, comunicar, as pessoas precisam te achar”, ressalta Luisa Ribeiro, CEO da Gema Ventures.
10. 9 – Não tenha pressa de buscar investidores 10 /12(weerapatkiatdumrong/ThinkStock)
Não é uma boa ideia buscar investidores numa fase muito inicial da startup, aconselha Luisa. “É preciso lembrar que cada investimento é um percentual da empresa que você está entregando para alguém. Você deve buscar em primeiro lugar gerar receita própria, e aí buscar dinheiro de investidor para um plano específico”, afirma a CEO da Gema Ventures. Outra dica é buscar investimentos apenas quando houver um objetivo claro do que fazer com o dinheiro. “Vemos muitos empreendedores querendo o dinheiro como um fim”, afirma.
11. 10 – Quer dinheiro? Mostre resultados 11 /12(ThinkStock/Minerva Studio)
Depois que você já amadureceu a sua ideia e conseguiu andar com as próprias pernas por um tempo, pode ser o momento de buscar investimento fora. E como fazer isso? “Mostre resultado. Não adianta apresentar um conceito para o investidor brasileiro, ele não está acostumado”, afirma Marcilio Riegert da aceleradora Start You Up. O investidor quer saber como o dinheiro dele vai render ali, ele precisa visualizar que aquele valor pode ser multiplicado, lembra Riegert.
12. Veja agora dicas para largar o emprego 12 /12(gpointstudio/Thinkstock)