João Paulo Luque e Dudu Cearense, sócios da AFS Capital: meta de abrir uma asset até o fim do ano que vem (Montagem de Leandro Fonseca/EXAME/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2022 às 12h49.
Última atualização em 28 de janeiro de 2022 às 12h49.
O planejamento da aposentadoria costuma ser um tema central na vida de muita gente que bate ponto em fábricas, escritórios e outros ambientes de trabalho mais convencionais, digamos assim. O tema é ainda mais relevante na vida de um atleta, um ofício em que, não raro, o ato de pendurar as chuteiras ocorre por volta dos 30 ou 40 anos. Como um atleta pode garantir um bom padrão de vida dali em diante?
Para o jogador de futebol Dudu Cearense, a resposta é uma oportunidade de negócios e tanto. Revelado pelo Vitória da Bahia na virada dos anos 2000, e campeão da Copa América de 2004 pela seleção brasileira, Dudu largou a vida nos estádios em 2019. De lá para cá, tem trabalhado como consultor financeiro para atletas preocupados com o dia depois da aposentadoria.
É um trabalho de base. Informações básicas como montar uma planilha de controle dos gastos pessoais ou a diferença entre produtos de renda fixa e variável costumam fazer parte das conversas com esse público. "Todo atleta tem um sonho de comprar uma casa na praia, ter o carro do ano e ajudar os pais", diz Dudu. "Meu trabalho é ajudar esse público a fazer um planejamento financeiro para realizar esses sonhos de maneira sustentável."
Dudu é sócio da AFS Capital, escritório de investimentos conectado ao ecossistema do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). No escritório sediado em São Paulo, o ex-jogador agora consultor cuida da AFS Sports, um braço dedicado a fomentar negócios entre atletas com atuação no Brasil e no exterior. Atualmente entre os cerca de 50 clientes desse segmento, a maioria jogadores de futebol, há gente defendendo clubes da Ásia e Europa.
Para assessorar esse público, Dudu fez a lição de casa. Em dois anos após a aposentadoria dos estádios, ele obteve a certificação da Ancord, etapa fundamental para o trabalho do agente autônomo e, no fim do ano passado, passou na prova da Certificação ANBIMA de Especialistas em Investimento, a chamada CEA, que habilita profissionais do mercado financeiro a atuarem como especialistas em investimentos, recomendando produtos.
A meta, agora, é conseguir o CFP, acrônimo para Certified Financial Planner, uma certificação reconhecida em nível mundial para profissionais do mercado financeiro. "Quero ser o primeiro especialista em investimento com CFP a já ter passado por uma seleção de futebol", diz ele, que segue os estudos para conseguir o título em 2022.
O investimento no mundo dos esportes faz parte dos valores da AFS Capital. Parte do ecossistema do BTG Pactual desde 2021, o escritório foi fundado por João Paulo Luque, profissional com 12 anos de experiência no mercado financeiro e passagens pelo wealth management e gestão de patrimônio em instituições como HSBC e Bradesco.
A carreira no mundo das finanças de Luque veio após uma adolescência marcada pelo sonho de ser jogador de futebol — ele chegou a participar de times juniores em times da capital paulista. "Hoje em dia, é muito gratificante poder ajudar quem seguiu adiante a vida de atleta a cuidar bem das finanças pessoais", diz Luque.
A preocupação com a educação financeira dos clientes, em alguma medida, também puxa a demanda por melhoria na formação dos profissionais da própria AFS. O escritório é conhecido no mercado pela preocupação com os títulos obtidos pelos seus profissionais – o escritório dá bolsas de estudos para funcionários dispostos a encarar provas da Ancord, CEA ou CFP.
O foco em nichos como atletas e no preparo dos profissionais colaboram para o bom momento da AFS. O escritório está a caminho de bater a marca de 1 bilhão de reais de clientes investidos a partir do trabalho dos 40 funcionários — dos quais 13 são sócios. Com sede na Vila Olímpia, bairro nos arredores da avenida Faria Lima, o coração financeiro de São Paulo, o AFS tem filiais no Rio de Janeiro e em cidades paulistas com alto PIB per capita como São Caetano do Sul, Guarulhos, Barueri, Marília, Santos e São José dos Campos.
Para 2022, o plano é investir em regiões enriquecidas pelo agronegócio. Para isso, nos próximos meses, a AFS deve abrir estruturas em Campo Grande e em Cuiabá. Tudo isso é o pontapé para objetivos mais ambiciosos. "Queremos ter nossa própria asset até o fim de 2023", diz Luque.
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