Empreendedorismo feminino: brasileiras são as mais prejudicadas com a pandemia de covid-19 (MoMo Productions/Getty Images)
As mulheres brasileiras foram, entre todas as empreendedoras do mundo, as mais prejudicadas com os impactos econômicos causados pela pandemia de covid-19, segundo a pesquisa “Womenomics: COVID-19’s Impact on Goldman Sachs 10.000 Women and 10.000 Small Business Alumni”, do banco Goldman Sachs. Foram ouvidas todas as 20.000 mulheres e pequenas empresas participantes do programa de potencialização e capacitação do banco, promovido no Brasil em parceria com a Fundação Dom Cabral e a FGV.
O impacto mais notável foi na receita das empresas lideradas por mulheres: 66% das respondentes afirmaram ter tido queda no faturamento. O número, porém, ainda é otimista, tendo em vista que grande parte dos negócios (83%), continuou operando, mesmo com menor caixa. Ainda assim, esses 12% de empreendimentos que fecharam as portas ainda estão muito aquém da média mundial, que ficou em torno de 3%.
O estudo indica duas principais motivações para a posição de liderança do Brasil entre as nações com os reflexos mais negativos no empreendedorismo feminino. São eles:
A pandemia também escancarou a desigualdade entre o tempo dedicado aos cuidados com a família e os filhos. Mais da metade das empreendedoras (53%) diz que a pandemia fez crescer também a necessidade de maior dedicação à família, e mais de um quarto das mulheres relatou que seu maior foco na família prejudicou sua capacidade de gerenciar seus negócios.
Mesmo com todos os desafios impostos pelo momento, as empreendedoras foram capazes de se adaptar e digitalizar seus negócios. A pesquisa mostrou que 76% das entrevistadas mudaram seu modelo de negócios ou totalmente seu negócio, uma média superior a de outros países ouvidos pelo banco. O número de vendas realizadas no ambiente online, por exemplo, cresceu 50% em comparação com o período anterior à pandemia e o uso de inteligência artificial cresceu 100%.
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