BID empresta R$1 bi ao Brasil para crédito a PMEs. Veja como vai funcionar
Dinheiro será utilizado como garantia do Programa de Emergência de Acesso ao Crédito, criado para ajudar as PMEs durante a pandemia do novo coronavírus
Modo escuro
Pequenas empresas: durante a pandemia, somente 22% dos empreendedores que pediram crédito conseguiram a liberação do dinheiro (Getty Images/Getty Images)
Publicado em 19 de outubro de 2020, 11h15.
Última atualização em 21 de outubro de 2020, 14h17.
O Brasil tomou um crédito de 1 bilhão de reais (200 milhões de dólares) com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para manter o Programa de Emergência de Acesso ao Crédito (FGI-PEAC), criado para apoiar as pequenas e médias empresas (PMEs) durante a crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
O dinheiro será utilizado como garantia para as operações de crédito das PMEs, que normalmente não possuem garantias suficientes para tomar grandes empréstimos. A gestão dos recursos para as empresas será feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A expectativa é que o valor beneficie cerca de 1.250 pequenas e médias empresas brasileiras de diferentes setores afetados pela crise, como o comércio varejista, transporte de passageiros, turismo, energia e agricultura.
O Brasil terá prazo de 25 anos, com cinco anos e meio de carência, para pagar o crédito ao BID. A taxa de juros da operação é baseada na LIBOR (London Interbank Offered Rate), taxa utilizada para o cálculo de grandes empréstimos realizados entre instituições financeiras.
Em setembro, o BNDES já havia conseguido um empréstimo de 4 bilhões de reais (750 milhões de dólares) com o BID para fornecer crédito a mais de 11.000 micro, pequenas e médias empresas brasileiras afetadas pela pandemia.
Programa de Emergência de Acesso ao Crédito
O PEAC foi criado no dia 1º de junho de 2020 para ajudar as PMEs brasileiras durante a crise. Com recursos do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), o programa fornece garantias para as operações de crédito das instituições financeiras para pequenos negócios.
A iniciativa é voltada para empresas com faturamento anual entre 360.000 e 300 milhões de reais. Inicialmente, foram aportados 5 bilhões de reais ao FGI para garantir o programa, com previsão de novos aportes conforme a demanda do mercado de crédito.
Programas para facilitar o acesso ao crédito são necessários porque as PMEs brasileiras historicamente têm dificuldades de conseguir empréstimos, seja por falta de garantias ou restrições ao CNPJ da empresa e CPF dos empreendedores.
Durante a pandemia, os empréstimos não aconteceram no volume necessário. Pesquisa feita pelo Sebrae com a Fundação Getulio Vargas (FGV) entre os dias 27 e 31 de agosto mostra que 51% das micro e pequenas empresas pediram crédito, mas só 22% das que solicitaram conseguiram a liberação do dinheiro.
Ajudar os pequenos negócios a superar a crise causada pelo coronavírus é um caminho para ajudar o país a se recuperar mais rápido. Isso porque as microempresas e as empresas de pequeno porte, que faturam até 4,8 milhões de reais, são vitais para a economia. Juntas, elas representam 96,6% dos negócios e contribuem para cerca de 30% do produto interno bruto (PIB) brasileiro.
Além disso, elas são responsáveis pela maioria (52%) dos empregos formais. Em 2019, enquanto as médias e grandes empresas fecharam 88.000 postos de trabalho, as micro e pequenas empresas abriram 731.000 vagas, de acordo com uma análise do Sebrae feita com base em dados do Ministério da Economia.
Últimas Notícias
Branded contents
Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions
O paradigma da "nova economia” versus a “velha economia"
Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.
leia mais