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BBI Capital: escritório aposta no potencial do 'Condado do Tatuapé'

Aberta há dois meses, paulistana BBI Capital quer crescer na zona leste da capital paulista, região com mais de 4,5 milhões de habitantes e que, até agora, engatinha na oferta de bons produtos financeiros

Marcelo Bassani, Marcos Bassani e Caio Ignacio, sócios da BBI Capital: aulas de iniciação ao mercado financeiro para investidores Brasil afora antes de montar uma assessoria de investidores (Divulgação/Divulgação)
LB

Leo Branco

Publicado em 22 de junho de 2021 às 17h55.

Última atualização em 24 de junho de 2021 às 09h21.

A zona leste da capital paulista é uma região de números superlativos. Por ali moram mais de 4,5 milhões de paulistanos, um contingente superior ao de países como Croácia e Uruguai. Se apartada das demais áreas da Grande São Paulo, a zona leste seria a terceira maior metrópole brasileira, à frente de grandes centros como Brasília, Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte.

Forjada num passado industrial, a economia da região hoje depende basicamente de serviços e comércio para moradores e pessoas de outras áreas da região metropolitana que circulam por ali. E, por isso, tem uma das economias mais pujantes de São Paulo — a renda média familiar doTatuapé, o bairro de maior poder aquisitivo da região, beira os 9.000 reais, 80% acima da média nacional.

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Tudo isso despertou o espírito empreendedor do economista Marcelo Bassani. Junto com o irmão Marcos e o amigo de infância Caio Ignácio, eles fundaram, em abril, a BBI Capital, escritório de investimentos pioneiro ao olhar exclusivamente para o potencial dos investidores da zona leste de São Paulo, onde os três cresceram e mantêm laços familiares. Nas contas de Marcelo, a BBI é o único escritório de investimentos com raízes 100% na região. "Não queremos sair daqui tão cedo", diz.

A aposta é de que o mercado financeiro da região pode ter, em breve, uma exuberância hoje vista na região da Avenida Faria Lima , na zona oeste da capital paulista, que concentra as instituições financeiras, corretoras e outros agentes do mercado financeiro. Tanta concentração de gente endinheirada —e disposta a exibir as conquistas—, rendeu até mesmo o apelido de "Condado" à Faria Lima. "Queremos mostrar o potencial doCondadodo Tatuapé", diz.

Apesar de recém-chegados ao mundo da assessoria de investimentos, os sócios têm experiência em apoiar quem deseja dar os primeiros passos no mercado financeiro. Até o início da pandemia, os três cruzaram o país para atender aos clientes da B.Trader, uma escola sobre os primeiros passos para investir na bolsa de valores, fundada pelos três em 2019. “Fazíamos cursos sob demanda a interessados de locais fora dos grandes centros e sem tanto acesso à informação de qualidade para investir”, diz Marcelo.

Em pouco mais de dois anos a B.Trader já ensinou o beabá do investidor (entre os módulos do curso está a diferença entre investimento grafista e fundamentalista, além da análise da sequência de Fibonacci, entre outros conteúdos) a mais de 3.500 alunos de destinos bem distantes da zona leste da capital paulista, como João Pessoa, na Paraíba, Boa Vista, em Roraima e Caxias do Sul, no interior do Rio Grande do Sul.

Com a pandemia, as andanças pelo país foram substituídas por aulas online e lives no YouTube para engajar os alunos nos meandros do mercado financeiro. Diariamente, cerca de 400 espectadores, entre alunos e curiosos, comparecem ao morning call comandado pelos especialistas da B.Trader. “É um engajamento impressionante para quem começou há pouco tempo”, diz Marcelo. “Estávamos meio sem saber o que seria o próximo passo.”

A resposta veio com o escritório de investimentos BBI, aberto já plugado ao ecossistema de investimentos do banco BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME). Na mira dos sócios está a conversão de alunos da B.Trader em investidores da BBI, mas isso é só o começo da conversa.

Das 650 contas abertas em pouco mais de dois meses, 40% vieram de alunos da B.Trader, outros 30% do networking dos sócios e outros 30% de leads gerados, principalmente, entre investidores da zona leste até então mal assessorados nos bancões tradicionais de varejo. “Muita gente na região ganhou dinheiro, mas segue sem ser assessorado de maneira correta ou então é conservador a ponto de manter o dinheiro na poupança”, diz Marcelo. "É um trabalho de base."

Por ora, são nove assessores. A meta é chegar a 40 até o fim do ano que vem, quando, nas contas dos sócios, a almejada marca de 1 bilhão de reais em patrimônio líquido de clientes da BBI. Até lá, o foco está em atrair novos investidores da zona leste de São Paulo. A julgar pelo entusiasmo dos sócios, mercado é o que não vai faltar.

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