Banco do Brasil vai financiar empreendedores de favelas cariocas
Banco se aliou com o Sebrae e a prefeitura da cidade para abrir a linha de microcrédito focada em sustentabilidade
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2011 às 13h19.
Rio de Janeiro - O Banco do Brasil e seus parceiros - prefeitura do Rio de Janeiro e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) - devem começar neste mês a liberar empréstimos para microempreendedores de comunidades carentes cariocas.
“A gente vai fazer esse microcrédito no conceito de sustentabilidade. Para que realmente esse dinheiro seja muito bem utilizado pelos empreendedores nas suas atividades, para não ser mais um problema depois. Nós chamamos isso de Projeto Regional Sustentável”. A informação foi dada hoje (14) à Agência Brasil pelo superintendente estadual do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, Tarcísio Hubner.
Ele disse que participam do projeto as associações que representam os microempreendedores individuais. No próximo dia 17, as instituições farão nova reunião para definir as estratégias de ação. Serão apoiadas pessoas físicas que desempenhem atividades produtivas, inclusive informal, entre as quais Hubner destacou as de artesão, feirante, sapateiro, do ramo de alimentação e de confecções.
“Qualquer atividade bem estruturada, onde entre em discussão a questão da sustentabilidade. Que ele [projeto] seja socialmente justo, ambientalmente correto e viável, porque a gente tem que olhar o lado econômico também”. O objetivo é aumentar a renda e a qualidade de vida para os empreendedores das comunidades onde as instituições vão operar.
Os empréstimos poderão variar de R$ 200 a R$ 5 mil, dependendo do projeto apresentado. Os juros serão de 0,95% ao mês, com prazo de pagamento até 60 meses. Este é o primeiro projeto do Banco do Brasil de apoio a microempreendedores em favelas fluminenses. Hubner lembrou que o banco já possui experiência positiva nesse campo em Paraisópolis, na capital paulista.
Hubner disse que os interessados devem procurar as associações que as representam. Serão analisados, entre outros aspectos, quais são os fornecedores do microempreendedor e quais as possibilidades de venda do produto.
Serão atendidas, em um primeiro momento, as comunidades do Alemão, Dona Marta, Cidade de Deus e Manguinhos. A intenção é a de expandir o projeto para outras comunidades. Ele garantiu que não faltarão recursos para esses planos de negócios. “Se for necessário atender cinco mil empreendedores, nós atenderemos, sem problema algum”.
Na cidade do Rio de Janeiro, o banco já opera com microcrédito em planos semelhantes voltados para ambulantes, quiosqueiros e catadores de materiais recicláveis no projeto Economia da Praia, cujos empréstimos somam, até agora, R$ 2,4 milhões.