6 empreendedores que faturam com a noite de São Paulo
Saiba quem são os principais empresários da noite da capital paulista
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2011 às 06h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h31.
Depois de uma esperada reforma, a D-Edge passou de 250 para 650 metros quadrados e aumentou em mais de 60% sua capacidade, podendo receber até 20 mil pessoas por mês em suas pistas de dança cheias de luzes e música eletrônica. O responsável por tudo isso é o DJ e único dono na casa noturna Renato Ratier. Apesar da fama em São Paulo, o empreendimento nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde Ratier vivia. “Amo música, a noite e todos seus códigos. Sempre soube que teria uma casa noturna”, conta. A primeira D-Edge foi inaugurada em 2000. Três anos depois, a marca desembarcou em São Paulo. Em 2009, ficou entre as dez melhores casas noturnas do mundo, segundo a revista especializada britânica DJ Mag. Se não bastasse administrar a empresa, Ratier faz turnês recorrentes pela Europa e já trouxe mais de 600 artistas internacionais para o Brasil. “Tenho que ter os pés no chão como empresário e estar livre para receber influências e criatividade do meu lado artístico”, explica.
A primeira investida de Flávia Ceccato na noite paulistana foi em 1996, quando abriu a B.A.S.E, com o seu marido à época, Angelo Leuzzi. Pouco tempo depois foi a vez de inaugurar a Lov.e, boate que vivia cheia e que rendeu um espaço anexo, o Loveland. “Sou estilista e jamais pensei que faria outra coisa. A noite aconteceu totalmente ao acaso após uma longa viagem ao exterior, voltei a São Paulo e comecei a sair muito. O resto foi consequência”, explica. Depois de vender os dois lugares, Flávia não parou até inaugurar, no final de 2009, o Hot Hot, que tem capacidade para 500 pessoas, abre de quinta a sábado e emprega 45 pessoas. Ao contrário do que parece, Flávia afirma que ser dona de casa noturna não tem glamour nem lucros estratosféricos. “As dificuldades são muitas. Não é fácil ser responsável pelo bem estar de tanta gente no momento em que querem se divertir e nem sempre estão no seu melhor estado”, conta. Mais do que manter a ordem nos 600 metros quadrados do Hot Hot, Flávia ainda lida que a concorrência em São Paulo, que é cada vez mais voraz, segundo ela. “A noite nunca esteve tão disseminada como hoje em São Paulo. Tem club de todo jeito e para todo gosto. Tem que estar muito atento ao comportamento jovem, saber suas preferências e conseguir se antecipar”, sugere.
A afinidade com o público jovem e descolado fez com que o jornalista André Hidalgo investisse em um negócio da noite em São Paulo, o Clube Glória. Organizador da Casa dos Criadores, Hidalgo conta que empreender desta forma foi uma coisa natural. “Saio à noite desde que eu tinha 16 anos. O primeiro lugar que pus os pés foi o extinto club Madame Satã, um clássico dos anos 80. De lá para cá não parei mais e frequentei praticamente todos os lugares bacanas que abriram na cidade desde então”, diz. A boate está instalada em um imóvel que já recebeu uma igreja e um teatro no centro de São Paulo. “O mercado está muito aquecido e tem espaço para todos os tipos de clubs. Muita gente associa glamour à noite, coisa que evidentemente é fato, mas o trabalho é gigantesco e inversamente proporcional”, conta. Mesmo com tanto trabalho pela frente, Hidalgo está em busca de parceiros para inaugurar casas noturnas em outras cidades. “No Brasil, de uma maneira geral, o mercado ainda não foi devidamente explorado, inclusive nas capitais”, explica.
Nascido em Córdoba, na Argentina, Facundo Guerra divide seu tempo entre quatro casas noturnas na cidade de São Paulo. Além de ser sócio de Cacá Ribeiro no Lions Nightclub, ele tem parte na gestão do Vegas Club, Z-Carniceria e Volt. Sua primeira investida foi no Vegas, junto com o amigo Tibira, logo depois de deixar um cargo de executivo. Com isso, o empresário ficou conhecido por investir na recuperação do Baixo Augusta, parte do centro da cidade que estava abandonada pelas casas noturnas. Juntas, suas boates recebem mais de 20 mil pessoas por mês, de patricinhas a alternativos. Se não bastasse seus empreendimentos na noite, Facundo é formado em engenharia de alimentos e, depois do mestrado, está investindo em um doutorado em ciência política.
Sócio do Lions Nightclub, Cacá Ribeiro é figura conhecida da noite paulistana. “Este é um mercado em franca expansão, mas muito carente de profissionalismo e ética. São Paulo tem uma das noites mais interessantes e animadas do mundo”, diz Ribeiro, que foi sócio também do Club Royal. Para ele, a principal dificuldade da área é consolidar uma rotina menos maluca. “Entender a noite como um negócio lucrativo e estabelecer uma rotina coerente, satisfatória e minimamente saudável é o mais difícil”, diz. Ribeiro investe também em eventos e comanda uma agência que leva o seu nome. “Como benefícios, pude colocar em prática todo meu conhecimento de eventos, serviços e promoção, além do fato de explorar um hobby de longos anos que era sair para a balada”, conta.
O empresário André Almada inaugurou sua quarta casa noturna no primeiro semestre deste ano. A The Society, no centro de São Paulo, ocupa uma imóvel de 800 metros quadrados construído no começo do século XX. Assim como na famosa The Week, Almada investe em baladas para o público GLS e recebe milhares de pessoas todo final de semana nas casas noturnas. Formado em hotelaria no Senac, Almada trabalhou na área de turismo e como assessor de imprensa antes de entrar na rota da noite paulistana. Rio de Janeiro e Florianópolis também têm filiais da The Week.
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