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22 livros que os alunos de Stanford leem sobre empreendedorismo

Design thinking, empatia e histórias de empreendedores são alguns dos temas explorados em uma das melhores universidades do mundo; conheça as obras.

Leituras: veja as obras indicadas pelos alunos de Stanford (Connel_Design/Thinkstock)

Mariana Desidério

Publicado em 23 de agosto de 2017 às 06h00.

Última atualização em 23 de agosto de 2017 às 06h00.

A relação entre o Vale do Silício e a Stanford University , considerada uma das melhores do mundo, é simbiótica. Empreendedores de tecnologia começaram a chegar nos anos 1950, atraídos pelos alugueis baratos de grandes pedaços de terra pertencentes à universidade, e foram aos poucos formando o mais importante centro do empreendedorismo global.

Desenvolveu-se então um ciclo virtuoso que dura até hoje, em que muitos jovens talentos formados na universidade criam inovações tecnológicas dentro e fora da instituição e todos se beneficiam desse ecossistema. De quebra, até grandes nomes como Steve Jobs aparecem para dar aulas por lá.

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Para quem quer ter um gosto do que é estudar em uma das universidades mais empreendedoras do mundo, selecionamos vinte e duas obras sobre o tema lidas por alunos de Stanford em diversos níveis, da graduação ao MBA. (A maioria é em inglês, mas cinco dos títulos já foram traduzidos.)

Boa leitura!

Design thinking e inovação

“Insight Out”, por Tina Seelig

Professora de Stanford e autora de outro bestseller sobre o assunto, “InGenium”, Tina Seelig, considerada uma expert em criatividade, ensina como tirar ideias ousadas, criativas e empreendedoras do papel e implementá-las de verdade.

“Design Thinking”, por Nigel Cross

O termo está sempre flutuando por aí, assim como o livro de Nigel Cross para quem quer entender mais a fundo sua teoria. São diversos cases de estudo, análises e entrevistas com designers reconhecidos em diversos campos, de software à arquitetura e Fórmula 1.

“Creative Confidence”, por Tom & David Kelley

Irmãos e colegas de trabalho na IDEO, a premiada empresa de design thinking americana, Tom e David Kelley destacam, através de princípios, estratégias e histórias reais, a importância da criatividade em todas as facetas da empresa, que vai muito além da “equipe criativa” lá da ponta.

“Design de negócios”, por Roger Martin

Roger Martin considera o design thinking como a próxima grande vantagem competitiva no mundo dos negócios. Neste livro, que tem exemplos de empresas como IBM e Apple, ele apresenta conceitos que agregam valores à empresa e mostra porque o design é tão importante para ter sucesso e inovar.

“Thinking in Systems”, por Donella Meadows

A ideia da autora é deixar palpável o conceito de sistemas ao ensinar ferramentas e métodos para pensar de forma sistemática. Aprender habilidade, escreve ela, permite a identificação e resolução de falhas também sistemáticas, que podem parecer pequenas de maneira isolada, mas são potencialmente devastadoras.

“Ideias malucas que funcionam” por Robert Sutton

Professor de Stanford com vastos conhecimentos sobre psicologia comportamental, Robert Sutton explica por quê uma companhia criativa precisa recrutar pessoas que não cabem nos moldes para que a cultura corporativa se torne mais criativa e inovadora – e o que fazer para não perder o controle.

“Wired to Care”, por Dev Patnaik

Praticar a empatia, a habilidade de conectar-se com o outro e colocar-se em seu lugar, faz com que uma empresa prospere, veja novas oportunidades e tome riscos. De reuniões na Intel a feiras de produtos orgânicos, conferências religiosas e conversas com políticos, o autor pesquisa de onde vem a empatia e como ela pode ajudar um negócio a crescer.

“The Achievement Habit”, por Bernard Roth

Cofundador da escola de design thinking de Stanford, a d.School, o autor escreve que o hábito da conquista pode ser adquirido e, uma vez treinado, fica muito mais fácil enfrentar os desafios e atingir seus objetivos pessoais e profissionais.

“Designing Your Life”, por Bill Burnett & Dave Evans

Todo design começa com um problema – o tamanho do seu celular, a cadeira em que você está sentando, o comprimento de um botão no teclado – e designers prontos para resolvê-lo. Os autores deste livro escrevem que os mesmos princípios de design thinking utilizados para criar objetos e serviços pode ser utilizado em sua carreira e em sua vida, mantendo-o constantemente criativo, produtivo e surpreendente.

História do empreendedorismo

“Founders at Work: Stories of Startups’ Early Days”, por Jessica Livingston

Uma coleção de entrevistas com fundadores de grandes empresas tecnológicas sobre os primeiros anos das empreitadas, entre eles Steve Wozniak na Apple, Caterina Fake no Flickr, Max Levchin no PayPal e Saber Bhatia no Hotmail.

“The Silicon Valley Edge: A Habitat for Innovation and Entrepreneurship”, por Chong-Moon Lee e William F. Miller

O que faz do Vale do Silício um pólo de inovação tão difícil de imitar? De onde vem suas vantagens de empreendedorismo e inovação? É o que o autor investiga com grandes executivos e acadêmicos locais, que defendem que a grande diferença é o ecossistema, afinado para transformar ideias em produtos rapidamente.

“Medici Money”, por Tim Parks

Pode parecer esquisito ter uma biografia sobre uma dinastia italiana do século 15 na lista (a obra é considerada “literatura como livro de negócios”), mas a história da família Medici pode ser lida como um momento crucial entre a queda de um sistema financeiro e moral e outro – o nosso. Entender melhor o que era e o que mudou permite entender melhor o sistema financeiro como um todo, e como obter vantagens e agregar valor nele.

“Os inovadores: uma biografia da revolução digital”, por Walter Isaacson

Autor da biografia bestseller de Steve Jobs, Walter Isaacson investiga uma série de figuras-chave do mundo da tecnologia, de Ada Lovelace, criadora da programação computadorizada no século 19, a Alan Turing, John von Neumann, Robert Noyce, Bill Gates, Steve Wozniak (e Jobs), Tim Berners-Lee e Larry Page, entre outros. É uma saga épica sobre a revolução digital como a conhecemos hoje, que esclarece histórias e habilidades necessárias para que cada inventor e empreendedor visionário deixasse sua marca.

Negócios

“The Startup Game: Inside the Partnership between Venture Capitalists and Entrepreneurs”, por William H. Draper III

Com quarenta anos de experiência como venture capitalist, profissional de capital de risco conhecidos como VCs que investem grandes quantias em novas ideias, William Draper investiu em empresas como Skype e Hotmail quando ainda eram novas. No livro, ele vai além do Vale do Silício para entender a relação entre VCs e empreendedores e quão crucial ela é para o sucesso econômico de uma nação no século 21. Os exemplos vão dos EUA a China e Índia, destacando a importância da visão política de longo prazo para criar grandes oportunidades.

“The Monk and the Riddle”, por Randy Komisar

Considerada um novo clássico de negócios, a obra explora o que move um empreendedor a criar algo novo – sua verdadeira motivação. O autor trabalhou em diversas empresas no Vale do Silício, como Apple e LucasArts Entertainment, e enxerga o tema da seguinte maneira: se o empreendedor não consegue se ver fazendo aquilo para sempre, melhor não começar. Em outras palavras, escreve ele, paixão e propósito são tão cruciais quanto planilhas e um bom plano de negócios.

“Do sonho à realização em quatro passos”, por Steve Blank

Outro bestseller de negócios e ainda mais influente, o livro de Steve Blank mostra como startups são diferentes de empresas convencionais, como funciona seu modelo de negócios (o estilo lean startup, baseado em rapidez, feedback e testes) e o que faz com que algumas startups tenham tanto sucesso e outras fracassem.

“Startup: Manual do empreendedor”, por Steve Blank

Outra obra de Blank na lista, esta é considerada um guia pelas escolas de negócios e iniciativas de empreendedorismo contém instruções detalhadas para construir uma startup de sucesso, escalável e lucrativa. São mais de seiscentas páginas cheias de gráficos, diagramas, ferramentas, conceitos e checklists que prometem deixar todo o processo mais fácil.

“Technology Ventures”, por Byers, Dorf & Nelson

Como a indicação anterior, este também é um livro-referência, embora mais teórico. São cases e exercícios que ensinam como analisar oportunidades e construir novos negócios, além de informações sobre tecnologias e campos promissores – de energia limpa à saúde digital e impressão 3D – para uma nova empreitada.

“How to Write a Great Business Plan”, por William Sahlman

Bons planos de negócios são cruciais tanto para convencer investidores quanto para criar um negócio durável, mas não se trata só de um bom PowerPoint. Neste livro, o autor explica como impressionar investidores de verdade e construir um plano sólido, que conquiste (e mantenha) a atenção.

Empreendedorismo social

“Getting Beyond Better: How Social Entrepreneurship Works”, por Roger Martin and Sally Osberg

Em parceria com a presidente e CEO da Skoll Foundation, o autor de “Design de negócios” explica como empreendedores sociais de sucesso agem para criar uma disrupção em um sistema estável, porém injusto, e transformam o mundo para melhor. O livro apresenta um modelo prática para interessados no tema, mostrando como e por quê mudanças de grande porte acontecem nesse contexto.

“The Frugal Innovator: Creating Change on a Shoestring Budget”, por Charles Leadbeater

Muitos empreendedores sociais precisam se virar com um orçamento pequeno, e Stanford indica uma obra que trata justamente de inovações técnicas e sociais de baixo custo em países em desenvolvimento. É possível avançar com pouco capital e poucos recursos em qualquer lugar, afirma o autor. Basta saber como.

“Startup Communities: Creating an Entrepreneurial Ecosystem in Your City”, por Brad Feld

Na mesma toada da indicação anterior, este livro sai da bolha do Vale do Silício para afirmar para empreendedores do mundo inteiro que é possível promover a inovação do Brasil à Islândia. O autor escreveu uma guia prático que explica como criar e fortalecer um ecossistema de empreendedorismo ao multiplicar conexões entre empreendedores e mentores e aprimorar acesso à educação especializada, por exemplo. E o melhor? Isso pode acontecer em qualquer lugar do mundo – mesmo.

* Este artigo foi originalmente publicado peloNa Prática, portal da Fundação Estudar.

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