Vitol fecha acordo para pré-financiar compra de petróleo do Irã
Acordo de pré-financiamento é o primeiro grande contrato deste gênero assinado entre o Irã e uma trading desde o fim das sanções ao país
Reuters
Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 11h55.
Londres / Dubai - A Vitol, maior trading de petróleo do mundo, fechou um acordo com a petroleira estatal do Irã NIOC para oferecer empréstimo equivalente a 1 bilhão de dólares em euros garantidos por exportações futuras de produtos refinados, disseram quatro fontes com conhecimento do assunto.
O acordo de pré-financiamento é o primeiro grande contrato deste gênero assinado entre o Irã e uma trading desde que as sanções ao país foram retiradas no fim de 2016. A Vitol e a NIOC não quiseram comentar.
O negócio comprova a velocidade da recuperação da indústria petroleira no Irã apenas um ano após o fim das sanções, o que está permitindo que Teerã dispute participação no mercado com a grande rival Arábia Saudita.
Ele também retoma alguns negócios antigos com empresas ocidentais, à medida que o Irã se beneficia não apenas com o afrouxamento das sanções da União Europeia, mas também com menores restrições dos EUA ao acesso a dólares, que o país islâmico tanto necessita para reativar sua economia.
No geral, companhias estrangeiras ainda estão cautelosas nos negócios com o Irã, temendo infringir uma rede de leis complexas. Grandes petroleiras como Shell, BP e Eni têm sido lentas em retornar às compras de petróleo iraniano.
Nos últimos anos grandes tradings aumentaram o uso do mecanismo do pré-financiamento para garantir acesso a grandes volumes de petróleo e derivados. O sistema, por exemplo, manteve a região iraquiana do Curdistão ativa durante sua guerra com o Estado Islâmico nos últimos dois anos.
O acordo entre Vitol e Irã foi assinado em outubro e entrará em vigor neste mês, disse uma das fontes, sediada em Teerã.
"O acordo é em euros... com taxa de juros de cerca de 8 por cento em troca de produtos de petróleo", disse a fonte, acrescentando que alguns produtos poderão ser entregues pelo setor privado e não pela NIOC.