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Visa deve encerrar 2004 com um faturamento 30% maior

A receita de R$ 72 bilhões foi impulsionada, sobretudo, pela expansão dos cartões de débito

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Visa do Brasil estima que seu faturamento alcançará 72 bilhões de reais neste ano. A projeção baseia-se nos resultados acumulados até o início de dezembro e já incorporam a receita prevista com as vendas do período natalino. Se alcançado, o montante representará um crescimento de 30% sobre os 55 bilhões faturados pela empresa no ano passado.

Os valores representam o total de compras efetuadas pelos portadores de cartões de crédito e débito da empresa. A receita real da Visa, que recebe uma porcentagem sobre as transações, não foi divulgada pela empresa. "Mas a expansão de nossa receita efetiva também foi próximo de 30% neste ano", afirma o presidente da companhia, Eduardo Gentil.

A empresa também encerrará o ano com 100 milhões de cartões emitidos, contra 75 milhões em 2003. Os cartões de crédito representam 25 milhões de unidades e os de débito, 75 milhões. No mundo todo, a Visa possui cerca de 1,2 bilhão de cartões emitidos.

Motivos da expansão

Os clientes da Visa deverão efetuar 1 bilhão de transações de crédito e de débito neste ano no Brasil. Os cartões de crédito responderam pela maior parte do faturamento da Visa, o equivalente a 48 bilhões de reais. A cifra é 20% maior que os 40 bilhões obtidos em 2003. Mas a expansão dos serviços de débito eletrônico foi o que mais chamou a atenção da empresa. As operações cresceram 53%, de 15 bilhões de reais para 24 bilhões, entre 2003 e 2004.

Há quatro anos, a Visa registra taxas de expansão do faturamento na faixa de 30%. Segundo Gentil, alguns fatores explicam o bom desempenho dos negócios. O primeiro é o aumento do próprio comércio, motivado pelo desenvolvimento econômico e pela maior massa salarial. Um exemplo é o consumo das famílias, que cresceu 5,7% no terceiro trimestre, em relação a igual período do ano passado.

O outro motivo é a troca dos modos tradicionais de pagamento (dinheiro, cheques, boletos bancários) pelos meios eletrônicos (cartões de débito e de crédito). Segundo Gentil, as famílias consumiram, no Brasil, cerca de 310 bilhões de dólares no ano passado, e os meios eletrônicos de pagamento (os da Visa e os da concorrência) responderam por 12% do total.

Outra razão para o bom desempenho da empresa, em 2004, é o reforço da atuação no interior do país. Antonio Luiz Rios da Silva, presidente da Visanet, afirma que 1 100 municípios foram visitados neste ano, a fim de aprofundar o relacionamento entre os comerciantes locais e a Visa. Desse total, 30% eram cidades que foram incorporadas à carteira da companhia. Com isso, a Visa encerrará 2004 presente em 5 100 municípios brasileiros, quase a totalidade das 5 562 cidades do país.

Planos futuros

Conforme Gentil, o faturamento total da Visa deve continuar crescendo entre 25% e 30% no próximo ano. "A emissão de cartões contribuirá menos para o desempenho. Nosso foco será aumentar o uso dos cartões existentes", diz.

A primeira iniciativa será aumentar a taxa de ativação dos cartões (plásticos realmente utilizados pelos clientes). De fato, dos 100 milhões de cartões emitidos neste ano, entre 60 milhões e 70 milhões foram desbloqueados e estão sendo usados pelos portadores. Segundo Gentil, praticamente todos os 25 milhões de cartões de crédito da companhia estão ativados. O principal desafio é aumentar a taxa no segmento de débito, onde apenas metade dos 75 milhões de plásticos estão em uso.

A Visa também pretende continuar o processo de interiorização dos negócios, investindo em municípios pequenos. O objetivo é seguir a rota da bancarização do país, realizada pelas instituições financeiras por meio da parceria com estabelecimentos comerciais e de serviços (casas lotéricas, padarias, agências do correio), que se tornam seus correspondentes bancários.

"Nas cidades com correspondentes bancários, queremos ser aceitos pelos estabelecimentos locais, como postos de gasolina, restaurantes, comércio", diz Silva, da Visanet. O investimento compensa, segundo o executivo. Na faixa dos 1 000 menores municípios em que a Visa atua, a taxa de crescimento do faturamento, neste ano, foi de 70%, contra a expansão de 30% dos negócios gerais da companhia no país.

Por último, a empresa pretende conquistar o setor público. A idéia é que os vários níveis governamentais passem a pagar suas compras e a viagem de seus representantes, entre outros, com meios eletrônicos. Alguns contatos estão em curso com os bancos públicos, como o Banco do Brasil, que se mostraram abertos a testar a novidade. "O pagamento de impostos pelo cartão também é um modo interessante de trabalhar", diz Gentil. Como mostra nota da revista EXAME , o presidente da Visa trabalha para convencer o governo a ampliar o uso de cartões Visa, de preferências em programas sociais.

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