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Veja onde o consumo cresce mais rápido no Brasil

O aumento da renda e do emprego formal tem gerado um efeito em cadeia em toda economia brasileira. No setor de eletrodomésticos, os números impressionam. Nos primeiros três meses do ano, só as vendas de aspiradores de pó subiram 37,04%, em comparação com o mesmo período de 2006. Já as de liquidificadores aumentaram 23,51%. A […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

O aumento da renda e do emprego formal tem gerado um efeito em cadeia em toda economia brasileira. No setor de eletrodomésticos, os números impressionam. Nos primeiros três meses do ano, só as vendas de aspiradores de pó subiram 37,04%, em comparação com o mesmo período de 2006. Já as de liquidificadores aumentaram 23,51%. A mesma disparada vem ocorrendo com os produtos da linha branca, composta de itens cujos preços são bem mais salgados. A venda de geladeiras, por exemplo, foi de 24,17% maior que no primeiro trimestre do ano passado. E a de lava-louças cresceu 48%. A Philips tem comemorado o maior apetite do consumidor. Diferentes divisões da companhia têm superado suas metas e os executivos estão revisando as projeções de crescimento para 2007. Na linha de cuidados pessoais, itens como barbeadores e depiladores sofreram uma explosão de vendas, com aumento de vendas superior a 50%, comparado a 2006. Os produtos da marca Walita, que também pertence à Philips, tem registrado vendas recordes. "Uma batedeira que lançamos em novembro do ano passado atingiu em fevereiro sua meta de vendas para todo o ano de 2007", conta Marta Messa, gerente de marketing da Walita. A disparada nas vendas dos eletrodomésticos portáteis é uma espécie de efeito colateral do crédito. Tais produtos acabam pegando carona com o parcelamento de geladeiras, fogões e lava-louças. Afinal, o impacto da prestação de um liquificador é muito pequeno no crediário de um refrigerador.

Outro setor que vibra com consumo em alta é o de alimentos, um dos principais termômetros da maior disponibilidade de dinheiro na carteira dos consumidores. Só nos quatro primeiros meses do ano houve um aumento de 7,1% no volume de vendas nas empresas de alimentos e bebidas, de acordo com dados apurados pela Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (Abia). Um dos segmentos que mais se destacou nesse período foi o de produtos lácteos, com aumento de 16,5% nas vendas. A mineira Embaré, por exemplo, tem surfado no crescimento do consumo doméstico. A empresa de lácteos destina sua produção mensal de 5.900 toneladas de itens como leite em pó e leite condensado totalmente para o mercado interno. "Este é o melhor momento do consumo nacional nos últimos 10 anos", diz Hamilton Antunes, diretor-administrativo-financeiro da Embaré. A empresa também vem recebendo uma boa ajuda do mercado internacional. Com os preços em alta no exterior, muitas empresas brasileiras têm apostando nas exportações, reduzindo a oferta nacional e, portanto, melhorando a condição para quem negocia dentro do País.

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Já a Coca-Cola do Brasil, por exemplo, registrou um crescimento de 8% nas vendas no primeiro trimestre. "O aumento na distribuição de renda impacta todos os produtos de baixo valor unitário, como é o caso dos refrigerantes", disse Marco Simões, diretor de comunicação da empresa. De olho nessa perspectiva, a Coca-Cola programou um agressivo plano de investimento no valor de 1 bilhão de reais para o ano de 2007, o que inclui aumento de capacidade e marketing. Aliado a maior renda, o crédito mais acessível tem contribuído fortemente para maiores vendas nos supermercados, que de janeiro a maio aumentaram 6,8%. As grandes redes já aderiram às vendas parceladas, criando seus próprios cartões, o que incentiva o consumo nas classes C e D. "No final, acaba sobrando mais dinheiro para a compra de bens não-duráveis", diz Denis Ribeiro, economista da Abia.

No entanto, nem todos os setores têm embarcado nessa nova onda de prosperidade no mercado interno. Embora as vendas de vestuário estejam crescendo, o fenômeno não bateu às portas da indústria brasileira. Isso porque uma parte das vendas tem sido abastecida pelo produto importado. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, de janeiro a maio, o incremento na importação de vestuário foi de 22% - contra aumento de 0,27% na produção local. "Infelizmente, o consumo tem sido abastecido pelas importações", Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit.

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