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Vale vende participação na CSA para a Thyssenkrupp

A Vale anunciou venda de sua participação de 26,87% no capital da Companhia Siderúrgica do Atlântico para a Thyssenkrupp por um preço simbólico

Instalações da CSA: operação será fechada por um preço simbólico (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2016 às 06h51.

São Paulo - A mineradora Vale anunciou nesta segunda-feira a venda de sua participação 26,87 por cento na deficitária Companhia Siderúrgica do Atlântico ( CSA ) para a sócia alemã Thyssenkrupp , por um "preço simbólico", para concentrar-se nos seus negócios principais de mineração, diante de um cenário desafiador para os preços de commodities.

O anúncio confirma reportagem de sexta-feira da Reuters, que relatou que a Vale considerava vender sua participação na siderúrgica para a sócia no ativo, segundo fontes com conhecimento do assunto.

"A participação da Vale está sendo vendida por um preço simbólico, entretanto existe uma cláusula de 'earn-out' válida por um período, que intitula à Vale uma potencial receita caso o controle acionário da CSA seja vendido para um terceiro", disse a Vale em comunicado ao mercado.

A mineradora afirmou ainda que, após a conclusão da transação que visa simplificar seu porfólio de ativos, deixará de ter responsabilidade pela dívida da CSA. Os passivos da CSA somavam 2,6 bilhões de euros no trimestre encerrado em setembro de 2015. A Vale disse ainda que a "transação não terá impacto significativo" no seu resultado financeiro e que manterá o direito de venda de minério de ferro para a CSA. "A transação reforça a estratégia da Vale de vender ativos non-core e seu comprometimento em preservar a saúde financeira da empresa", disse a Vale, acrescentando que o negócio está sujeito a aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, disse recentemente que a empresa está considerando a venda de ativos para reduzir a dívida em 10 bilhões de dólares em um período de 18 meses.

HISTÓRICO CONTURBADO

Inaugurada em 2010, a CSA viu custos de produção dispararem em meio à inflação alta, volatilidade cambial e instabilidade política que colaboraram para levar o Brasil a uma recessão profunda.

A Vale entrou no projeto após enfrentar pressões políticas para diversificar em atividades de valor agregado, como aço ou fertilizantes. Em 2009, o partido governista, o PT, pressionou a Vale a ampliar a sua parcela inicial de 10 por cento na CSA, cujo projeto sofreu atrasos e aumento de custos. A siderúrgica, que custou quase 10 bilhões de dólares, foi inaugurada com alarde no ano seguinte, em uma cerimônia que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e várias outras autoridades.

Desde que começou, a CSA sofreu ainda com um excedente global no mercado de placas de aço que pressiona as suas margens e limita o uso da capacidade. Nos 12 meses até setembro de 2015, a CSA teve prejuízo de quase 400 milhões de euros, de acordo com dados da empresa.

Texto atualizado às 20h45

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São Paulo - A mineradora Vale anunciou nesta segunda-feira a venda de sua participação 26,87 por cento na deficitária Companhia Siderúrgica do Atlântico ( CSA ) para a sócia alemã Thyssenkrupp , por um "preço simbólico", para concentrar-se nos seus negócios principais de mineração, diante de um cenário desafiador para os preços de commodities.

O anúncio confirma reportagem de sexta-feira da Reuters, que relatou que a Vale considerava vender sua participação na siderúrgica para a sócia no ativo, segundo fontes com conhecimento do assunto.

"A participação da Vale está sendo vendida por um preço simbólico, entretanto existe uma cláusula de 'earn-out' válida por um período, que intitula à Vale uma potencial receita caso o controle acionário da CSA seja vendido para um terceiro", disse a Vale em comunicado ao mercado.

A mineradora afirmou ainda que, após a conclusão da transação que visa simplificar seu porfólio de ativos, deixará de ter responsabilidade pela dívida da CSA. Os passivos da CSA somavam 2,6 bilhões de euros no trimestre encerrado em setembro de 2015. A Vale disse ainda que a "transação não terá impacto significativo" no seu resultado financeiro e que manterá o direito de venda de minério de ferro para a CSA. "A transação reforça a estratégia da Vale de vender ativos non-core e seu comprometimento em preservar a saúde financeira da empresa", disse a Vale, acrescentando que o negócio está sujeito a aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, disse recentemente que a empresa está considerando a venda de ativos para reduzir a dívida em 10 bilhões de dólares em um período de 18 meses.

HISTÓRICO CONTURBADO

Inaugurada em 2010, a CSA viu custos de produção dispararem em meio à inflação alta, volatilidade cambial e instabilidade política que colaboraram para levar o Brasil a uma recessão profunda.

A Vale entrou no projeto após enfrentar pressões políticas para diversificar em atividades de valor agregado, como aço ou fertilizantes. Em 2009, o partido governista, o PT, pressionou a Vale a ampliar a sua parcela inicial de 10 por cento na CSA, cujo projeto sofreu atrasos e aumento de custos. A siderúrgica, que custou quase 10 bilhões de dólares, foi inaugurada com alarde no ano seguinte, em uma cerimônia que contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e várias outras autoridades.

Desde que começou, a CSA sofreu ainda com um excedente global no mercado de placas de aço que pressiona as suas margens e limita o uso da capacidade. Nos 12 meses até setembro de 2015, a CSA teve prejuízo de quase 400 milhões de euros, de acordo com dados da empresa.

Texto atualizado às 20h45

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