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Unilever é pressionada para mudar sua estrutura administrativa

Comando partilhado por dois presidentes no Conselho de Administração é apontado como um entrave para a expansão do grupo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A compra da Gillete pelaProcter & Gambleaumentou a pressão sobre a direção daUnileverpara que promova mudanças em sua estrutura administrativa. Desde que foi criada, em 1930, a companhia possui dois presidentes no Conselho de Administração e alguns elevados cargos executivos também são duplicados. A empresa tenta alterar esse modelo desde os anos 80, mas os recentes movimentos da concorrência levaram os acionistas a exigirem medidas mais eficazes.

Segundo o americano The Wall Street Journal, as mudanças podem ser anunciadas na próxima semana, quando o grupo divulgará os resultados de 2004. Atualmente, a Unilever mantém um presidente do Conselho em Rotterdam, Antony Burgmans, e outro em Londres, Patrick Cescau. Uma das propostas que estariam em análise pela companhia é unificar a presidência do Conselho em torno de Burgmans. Já Cescau permaneceria como presidente-executivo.

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Essa possibilidade, porém, também gera algumas dúvidas. Muitos investidores temem que, no novo modelo de gestão, o presidente do Conselho de Administração venha a acumular diversas funções executivas. Se isso acontecesse, o grupo permaneceria na mesma situação de hoje, com um comando compartilhado.

Outros defendem que a presidência do Conselho seja ocupada por alguém de fora do grupo, para que as mudanças sejam implementadas com maior velocidade. Caso Burgmans se torne o único a comandar essa instância da Unilever, há o temor de que sua permanência no posto se estenda até 2009, quando deve se aposentar. Um período tão longo com Burgmans poderia retardar uma reorganização mais radical.

"Noventa e nove por cento das companhias em todo o mundo já resolveram o problema da estrutura de gestão. A resistência precisa terminar", afirmou ao The Wall Street Journal Thomas Shrager, diretor da Tweedy, Browne Company. Sua empresa detém 115 milhões de euros (cerca de 150 milhões de dólares) em ações da Unilever.

Alguns investidores esperam, ainda, uma divisão da Unilever no longo prazo. Com isso, as áreas de alimentos e higiene pessoal estariam livres para estudar aquisições ou fusões que fortalecessem sua posição no mercado. O recente negócio fechado entre a Procter & Gamble e a Gillette é interpretado pelos analistas como um importante passo para a consolidação do setor.

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