Trabalhadores da Embraer criam plano contra PDV
A companhia anunciou na semana passada um plano de demissões voluntárias (PDV) para os empregados de todas as unidades no Brasil
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2016 às 12h29.
São Paulo - Trabalhadores da Embraer reunidos em assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos aprovaram nesta quinta-feira, 18, um plano contra as demissões programadas pela empresa.
A companhia anunciou na semana passada um plano de demissões voluntárias (PDV) para os empregados de todas as unidades no Brasil e na quarta-feira, 17, o detalhou, determinando o prazo entre a próxima terça-feira, 23, e 14 de setembro para a adesão, com desligamento previsto para a primeira semana de outubro.
A companhia pretende economizar cerca de US$ 200 milhões com essa e outras medidas de redução de custos.
A proposta aprovada pelo sindicato e pelos trabalhadores exige o cancelamento imediato do plano de demissões. Do contrário, a ordem será "demitiu, parou".
Como alternativa aos cortes, o sindicato propôs que a Embraer "pare com o processo de transferência de parte da produção para o exterior e que os acionistas arquem com a multa de US$ 200 milhões referente ao caso de corrupção".
O sindicato vem se posicionando contrariamente ao PDV desde que ficou sabendo do plano e acusa a empresa de cobrar dos trabalhadores a conta do suposto esquema de corrupção pelo qual tem sido investigada.
O valor de US$ 200 milhões também é o montante provisionado pela companhia no segundo trimestre deste ano relacionado a caso de "não conformidade" com o U.S. Foreign Corrupt Practices Act (FCPA).
Desde 2010, a Securities and Exchange Commission (SEC) e o Departamento de Justiça dos EUA investigam a companhia por suspeitas de irregularidades na venda de aeronaves fora do Brasil.
"A Embraer quer que os trabalhadores paguem pelos erros e irresponsabilidades cometidos por ela própria. Não pagaremos esta conta", disse o vice-presidente licenciado do sindicato, Herbert Claros, por meio de nota.
A entidade também critica o processo de desnacionalização da produção da Embraer, como um dos fatores que podem levar ao fechamento de postos de trabalho no Brasil.
O sindicato lembra que a fabricante de aeronaves já transferiu a produção dos jatos Phenom para os Estados Unidos e diz que a próxima linha será a do modelo Legacy.
"O plano de demissões contradiz a declaração feita em junho pelo presidente e CEO da Embraer Executives Jets, Marco Tulio Pellegrini. Na época, ele afirmou para a imprensa que 'cada emprego gerado nos Estados Unidos geraria outros cinco no Brasil'. O que se vê hoje é exatamente o contrário", disse, citando que a fábrica de Melbourne possui 600 trabalhadores e deve abrir mais 600 vagas ao longo de cinco anos.
A assembleia foi realizada entre as 5h45 e as 7h45 e, segundo o sindicato, reuniu cerca de 8.000 trabalhadores da produção e setor administrativo.
São Paulo - Trabalhadores da Embraer reunidos em assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos aprovaram nesta quinta-feira, 18, um plano contra as demissões programadas pela empresa.
A companhia anunciou na semana passada um plano de demissões voluntárias (PDV) para os empregados de todas as unidades no Brasil e na quarta-feira, 17, o detalhou, determinando o prazo entre a próxima terça-feira, 23, e 14 de setembro para a adesão, com desligamento previsto para a primeira semana de outubro.
A companhia pretende economizar cerca de US$ 200 milhões com essa e outras medidas de redução de custos.
A proposta aprovada pelo sindicato e pelos trabalhadores exige o cancelamento imediato do plano de demissões. Do contrário, a ordem será "demitiu, parou".
Como alternativa aos cortes, o sindicato propôs que a Embraer "pare com o processo de transferência de parte da produção para o exterior e que os acionistas arquem com a multa de US$ 200 milhões referente ao caso de corrupção".
O sindicato vem se posicionando contrariamente ao PDV desde que ficou sabendo do plano e acusa a empresa de cobrar dos trabalhadores a conta do suposto esquema de corrupção pelo qual tem sido investigada.
O valor de US$ 200 milhões também é o montante provisionado pela companhia no segundo trimestre deste ano relacionado a caso de "não conformidade" com o U.S. Foreign Corrupt Practices Act (FCPA).
Desde 2010, a Securities and Exchange Commission (SEC) e o Departamento de Justiça dos EUA investigam a companhia por suspeitas de irregularidades na venda de aeronaves fora do Brasil.
"A Embraer quer que os trabalhadores paguem pelos erros e irresponsabilidades cometidos por ela própria. Não pagaremos esta conta", disse o vice-presidente licenciado do sindicato, Herbert Claros, por meio de nota.
A entidade também critica o processo de desnacionalização da produção da Embraer, como um dos fatores que podem levar ao fechamento de postos de trabalho no Brasil.
O sindicato lembra que a fabricante de aeronaves já transferiu a produção dos jatos Phenom para os Estados Unidos e diz que a próxima linha será a do modelo Legacy.
"O plano de demissões contradiz a declaração feita em junho pelo presidente e CEO da Embraer Executives Jets, Marco Tulio Pellegrini. Na época, ele afirmou para a imprensa que 'cada emprego gerado nos Estados Unidos geraria outros cinco no Brasil'. O que se vê hoje é exatamente o contrário", disse, citando que a fábrica de Melbourne possui 600 trabalhadores e deve abrir mais 600 vagas ao longo de cinco anos.
A assembleia foi realizada entre as 5h45 e as 7h45 e, segundo o sindicato, reuniu cerca de 8.000 trabalhadores da produção e setor administrativo.