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Teste no pré-sal de Carcará indica altas produtividades

O teste de formação que está sendo realizado indica que a produtividade dos poços na área deverá estar entre as melhores já conhecidas, informou a QGEP

Pré-sal: atualmente, os melhores poços do pré-sal produzem até 42 mil barris por dia de petróleo e gás (.)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2015 às 17h05.

Rio de Janeiro - O teste de formação que está sendo realizado na reserva de Carcará, operada pela Petrobras no pré-sal da Bacia de Santos, indica que a produtividade dos poços na área deverá estar entre as melhores já conhecidas no pré-sal, informou nesta terça-feira a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), sócia da estatal na concessão.

Atualmente, os melhores poços do pré-sal produzem até 42 mil barris por dia de petróleo e gás, sendo entre 34 mil e 35 mil apenas de petróleo, destacou o diretor de Exploração da QGEP, Sérgio Michelucci, que participou de evento com analistas no Rio de Janeiro.

"Algum anos atrás, logo que se descobriu Carcará, a gente já fazia essa estimativa em função da qualidade do reservatório... que esse deveria ser um dos campos onde a produtividade do poço com certeza estaria entre as melhoras já conhecidas do pré-sal, e é exatamente isso que a gente está observando hoje", afirmou Michelucci.

O início da produção na área, que no bloco BM-S-8, está previsto atualmente para entre 2020 e 2021, afirmou o presidente da QGEP, Lincoln Guardado. A entrada em operação da área deveria acontecer em 2018, mas foi adiada pela Petrobras, em meio aos baixos preços do petróleo e da crise em função do escândalo de corrupção que envolveu contratos da petroleira estatal.

Guardado comentou que Carcará está entre os ativos em que a Petrobras deverá vender fatias e afirmou que torce para que o negócio seja concluído com êxito.

A QGEP teria direito de preferência na aquisição de parcela do ativo, assim como outros sócios, e o presidente reiterou que poderá avaliar aumentar a sua participação, mas que seria um movimento estudado com bastante cautela pela área financeira.

A Petrobras é operadora de Carcará, com 66 por cento da participação, e tem como sócias a portuguesa Galp (14 por cento), Barra Energia (10 por cento) e QGEP (10 por cento).

A QGEP manteve ainda a previsão de entrada em operação do Sistema de Produção Antecipada (SPA) do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, para meados de 2016. A expectativa, segundo o executivo, é que os preços do petróleo se recuperem lentamente ao longo dos próximos dois anos, trazendo melhor retorno.

Para o fim de 2016, a previsão de Guardado é que o barril do petróleo Brent fique entre 50 e 60 dólares por barril.

Dentre os motivos para a recuperação estaria a redução da produção dos Estados Unidos, que já está acontecendo, e um aumento da demanda na Índia. Além disso, ele destacou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está próxima do limite de "financiar o mundo com o petróleo barato".

ATRAÇÃO DE SÓCIOS

Guardado explicou ainda que a empresa vai buscar sócios para os dois blocos adquiridos na 13ª rodada, na Bacia de Sergipe-Alagoas, no momento oportuno. Segundo o executivo, os contratos da área determinam que a empresa tem até cinco anos para realizar sísmicas e mais dois anos para fazer as perfurações previstas, o que dá uma certa folga para tomar decisões.

A QGEP já estudava a região há anos, ressaltou Guardado, e investidores internacionais, segundo ele, deveriam formar consórcio com a QGEP na 13ª rodada, mas que desistiram por razões estratégicas.

FINANCIAMENTOS

A empresa está com sua área financeira equacionada para os investimentos necessários para os próximos anos, mas deverá recorrer ao mercado caso decida realizar aquisições e também para financiar o Sistema de Produção Definitivo de Atlanta e a área de Carcará, segundo explicou a diretora-financeira e de relações com investidores da QGEP, Paula Costa Côrte-Real.

Dentre as fontes de financiamento estudadas estão project finance, financiamento baseado em reserva, dentre outras.

"Independentemente de aquisição ou não (de novos ativos), dentro dos projetos que a gente tem hoje dentro da nossa carteira, o desenvolvimento da produção já pode ser alavancado, já pode ter dívida associada ao desenvolvimento da produção e muito provavelmente é isso que pode acontecer no desenvolvimento de Atlanta definitivo e em Carcará", afirmou a executiva.

Texto atualizado às 18h05

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Atualmente, os melhores poços do pré-sal produzem até 42 mil barris por dia de petróleo e gás, sendo entre 34 mil e 35 mil apenas de petróleo, destacou o diretor de Exploração da QGEP, Sérgio Michelucci, que participou de evento com analistas no Rio de Janeiro.

"Algum anos atrás, logo que se descobriu Carcará, a gente já fazia essa estimativa em função da qualidade do reservatório... que esse deveria ser um dos campos onde a produtividade do poço com certeza estaria entre as melhoras já conhecidas do pré-sal, e é exatamente isso que a gente está observando hoje", afirmou Michelucci.

O início da produção na área, que no bloco BM-S-8, está previsto atualmente para entre 2020 e 2021, afirmou o presidente da QGEP, Lincoln Guardado. A entrada em operação da área deveria acontecer em 2018, mas foi adiada pela Petrobras, em meio aos baixos preços do petróleo e da crise em função do escândalo de corrupção que envolveu contratos da petroleira estatal.

Guardado comentou que Carcará está entre os ativos em que a Petrobras deverá vender fatias e afirmou que torce para que o negócio seja concluído com êxito.

A QGEP teria direito de preferência na aquisição de parcela do ativo, assim como outros sócios, e o presidente reiterou que poderá avaliar aumentar a sua participação, mas que seria um movimento estudado com bastante cautela pela área financeira.

A Petrobras é operadora de Carcará, com 66 por cento da participação, e tem como sócias a portuguesa Galp (14 por cento), Barra Energia (10 por cento) e QGEP (10 por cento).

A QGEP manteve ainda a previsão de entrada em operação do Sistema de Produção Antecipada (SPA) do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, para meados de 2016. A expectativa, segundo o executivo, é que os preços do petróleo se recuperem lentamente ao longo dos próximos dois anos, trazendo melhor retorno.

Para o fim de 2016, a previsão de Guardado é que o barril do petróleo Brent fique entre 50 e 60 dólares por barril.

Dentre os motivos para a recuperação estaria a redução da produção dos Estados Unidos, que já está acontecendo, e um aumento da demanda na Índia. Além disso, ele destacou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está próxima do limite de "financiar o mundo com o petróleo barato".

ATRAÇÃO DE SÓCIOS

Guardado explicou ainda que a empresa vai buscar sócios para os dois blocos adquiridos na 13ª rodada, na Bacia de Sergipe-Alagoas, no momento oportuno. Segundo o executivo, os contratos da área determinam que a empresa tem até cinco anos para realizar sísmicas e mais dois anos para fazer as perfurações previstas, o que dá uma certa folga para tomar decisões.

A QGEP já estudava a região há anos, ressaltou Guardado, e investidores internacionais, segundo ele, deveriam formar consórcio com a QGEP na 13ª rodada, mas que desistiram por razões estratégicas.

FINANCIAMENTOS

A empresa está com sua área financeira equacionada para os investimentos necessários para os próximos anos, mas deverá recorrer ao mercado caso decida realizar aquisições e também para financiar o Sistema de Produção Definitivo de Atlanta e a área de Carcará, segundo explicou a diretora-financeira e de relações com investidores da QGEP, Paula Costa Côrte-Real.

Dentre as fontes de financiamento estudadas estão project finance, financiamento baseado em reserva, dentre outras.

"Independentemente de aquisição ou não (de novos ativos), dentro dos projetos que a gente tem hoje dentro da nossa carteira, o desenvolvimento da produção já pode ser alavancado, já pode ter dívida associada ao desenvolvimento da produção e muito provavelmente é isso que pode acontecer no desenvolvimento de Atlanta definitivo e em Carcará", afirmou a executiva.

Texto atualizado às 18h05

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