A anglo-holandesa Unilever, maior empresa do setor de higiene e limpeza do Brasil e uma das maiores fabricantes de alimentos do mundo, divulgou nesta quinta-feira (12/02) que seu co-chairman, o irlândes Niall Fitzgerald, irá se aposentar na empresa três anos antes do previsto. O executivo, na empresa desde 1967, deverá deixá-la em setembro. Ele foi o principal articulador de um plano mundial de enxugamento de portfólio, fechamento de fábricas e corte de pessoal que vem sendo levado a cabo desde 2000.

Coincidentemente, no mesmo dia em que anunciou a antecipação da saída de Fitzgerald, a Unilever também divulgou que obteve um lucro de 811 milhões de euros no último trimestre de 2003. Suas vendas, no entanto, de 11,9 bilhões de dólares, foram 4% menores que o do mesmo período de 2002 devido a uma competição acirrada com as rivais Procter & Gamble e Nestlé.

Para todo o ano de 2003, a situação é semelhante: a Unilever viu seu lucro crescer 38% e chegar a 2,9 bilhões de euros. Mas a receita, de 47,7 bilhões de euros, foi 2% menor que a de 2002. Além disso, as vendas das marcas principais cresceram apenas 2,5%, embora a empresa tivesse anunciado no início do ano uma meta de 6%.

Segundo notícias publicadas pela imprensa internacional, esse desempenho financeiro da Unilever sugere que a estratégia de Fitzgerald, até agora, foi bem sucedida em aumentar a margem de lucro operacional da empresa, mas falha ao gerar crescimento sustentável para as marcas que sobreviveram ao drástico enxugamento que ela promoveu.