Sob nova gestão, Gafisa adota cautela como estratégia
A empresa adotou uma postura conservadora para remover os entraves que a acompanham desde a aquisição da Tenda
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2011 às 18h15.
São Paulo - Sob o comando de Duílio Calciolari desde o final do primeiro semestre, a Gafisa adotou uma postura conservadora para remover os entraves que a acompanham desde a aquisição da Tenda e para retomar o ritmo de crescimento a partir de 2012.
Desde que adquiriu a companhia voltada ao segmento econômico, em outubro de 2008, a construtora e incorporadora vem lutando para colocar as operações nos trilhos e zerar um elevado saldo de entregas em atraso, resultado de projetos mal calculados antes da operação.
Os reflexos, até agora, têm sido sentidos principalmente nas linhas das margens, penalizando os balanços da empresa em relação a suas concorrentes.
"A gestão será mais conservadora, mais voltada para as margens, para rentabilidade e redução de endividamento", disse o presidente-executivo da Gafisa à Reuters nesta sexta-feira.
Nesse sentido, o executivo afirmou que a companhia só voltará a priorizar volumes, tanto de vendas quanto de lançamentos, quando as operações estiverem alinhadas.
Os indícios de um perfil cauteloso surgiram já no segundo trimestre quando, na ocasião da divulgação de resultados, a Gafisa reduziu a previsão de rentabilidade para o fechado de 2011, após apurar resultado abaixo do esperado até então.
Para este ano, a empresa prevê margem Ebitda entre 16 e 20 por cento, contra estimativa anterior de 18 a 22 por cento, sendo que nos seis meses até junho a margem caiu para 14 por cento, de 19,8 por cento um ano antes.
"Iniciamos o ano preocupados com a taxa de juros e seguramos o crescimento. Agora estamos na fase de planejamento. Estamos pensando em 2012 com cautela, olhando muito mais rentabilidade e alavancagem do que volume", disse Calciolari.
Enquanto liquida as pendências relacionadas à Tenda, o foco da Gafisa deve se voltar mais para a Alphaville Urbanismo, voltada ao desenvolvimento de condomínios urbanos de alto padrão, "que está indo muito bem", segundo Calciolari. "Tenda é um negócio em transformação, que vai caminhar mais lentamente." Além disso, a companhia optou por atuar de forma mais intensa nos mercados onde tem melhor desempenho, como o Estado de São Paulo. "Desde 2009 priorizamos a atuação em São Paulo. Esses projetos começam a dar retorno agora", afirmou o executivo, acrescentando que, apesar da contenção, a empresa não parou de comprar terrenos na região.
De acordo com Calciolari, os projetos atrasados devem ser zerados por volta do primeiro trimestre de 2012. A Gafisa deve encerrar este ano com 25 mil unidades entregues, sendo que grande parte deste volume (--20 mil-- ocorrerá no segundo semestre. Dessas entregas, cerca de 70 por cento são correspondentes a projetos da Tenda, consequentemente, com margens menores.
"Não vejo nenhuma razão para não melhorar os resultados nessa nova dinâmica", disse ele. Em 2012, segundo o executivo, as entregas devem ficar em linha com as feitas este ano.
Questionado sobre uma eventual recessão mundial, Calciolari demonstrou otimismo quanto ao desempenho do setor imobiliário, cenário distinto daquele visto em 2008, quando as empresas pareciam estar menos preparadas para superar a crise por estarem em forte ritmo de crescimento.
"Hoje o mercado está mais organizado, crescendo a taxas menores, de forma mais sustentável. As empresas vão caminhar de maneira mais cuidadosa, mantendo um balanço mais saudável", assinalou.
São Paulo - Sob o comando de Duílio Calciolari desde o final do primeiro semestre, a Gafisa adotou uma postura conservadora para remover os entraves que a acompanham desde a aquisição da Tenda e para retomar o ritmo de crescimento a partir de 2012.
Desde que adquiriu a companhia voltada ao segmento econômico, em outubro de 2008, a construtora e incorporadora vem lutando para colocar as operações nos trilhos e zerar um elevado saldo de entregas em atraso, resultado de projetos mal calculados antes da operação.
Os reflexos, até agora, têm sido sentidos principalmente nas linhas das margens, penalizando os balanços da empresa em relação a suas concorrentes.
"A gestão será mais conservadora, mais voltada para as margens, para rentabilidade e redução de endividamento", disse o presidente-executivo da Gafisa à Reuters nesta sexta-feira.
Nesse sentido, o executivo afirmou que a companhia só voltará a priorizar volumes, tanto de vendas quanto de lançamentos, quando as operações estiverem alinhadas.
Os indícios de um perfil cauteloso surgiram já no segundo trimestre quando, na ocasião da divulgação de resultados, a Gafisa reduziu a previsão de rentabilidade para o fechado de 2011, após apurar resultado abaixo do esperado até então.
Para este ano, a empresa prevê margem Ebitda entre 16 e 20 por cento, contra estimativa anterior de 18 a 22 por cento, sendo que nos seis meses até junho a margem caiu para 14 por cento, de 19,8 por cento um ano antes.
"Iniciamos o ano preocupados com a taxa de juros e seguramos o crescimento. Agora estamos na fase de planejamento. Estamos pensando em 2012 com cautela, olhando muito mais rentabilidade e alavancagem do que volume", disse Calciolari.
Enquanto liquida as pendências relacionadas à Tenda, o foco da Gafisa deve se voltar mais para a Alphaville Urbanismo, voltada ao desenvolvimento de condomínios urbanos de alto padrão, "que está indo muito bem", segundo Calciolari. "Tenda é um negócio em transformação, que vai caminhar mais lentamente." Além disso, a companhia optou por atuar de forma mais intensa nos mercados onde tem melhor desempenho, como o Estado de São Paulo. "Desde 2009 priorizamos a atuação em São Paulo. Esses projetos começam a dar retorno agora", afirmou o executivo, acrescentando que, apesar da contenção, a empresa não parou de comprar terrenos na região.
De acordo com Calciolari, os projetos atrasados devem ser zerados por volta do primeiro trimestre de 2012. A Gafisa deve encerrar este ano com 25 mil unidades entregues, sendo que grande parte deste volume (--20 mil-- ocorrerá no segundo semestre. Dessas entregas, cerca de 70 por cento são correspondentes a projetos da Tenda, consequentemente, com margens menores.
"Não vejo nenhuma razão para não melhorar os resultados nessa nova dinâmica", disse ele. Em 2012, segundo o executivo, as entregas devem ficar em linha com as feitas este ano.
Questionado sobre uma eventual recessão mundial, Calciolari demonstrou otimismo quanto ao desempenho do setor imobiliário, cenário distinto daquele visto em 2008, quando as empresas pareciam estar menos preparadas para superar a crise por estarem em forte ritmo de crescimento.
"Hoje o mercado está mais organizado, crescendo a taxas menores, de forma mais sustentável. As empresas vão caminhar de maneira mais cuidadosa, mantendo um balanço mais saudável", assinalou.