Sinais de retomada nas montadoras?
Analisar os dados industriais brasileiros exige um exercício diário de separar o som do ruído. Ontem, a Anfavea, associação de fabricantes de veículos, anunciou a produção mais baixa para um primeiro semestre em 12 anos no país. Entre ônibus e caminhões, apenas 1 milhão de unidades saíram das fábricas brasileiras, 21% a menos que em […]
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2016 às 06h56.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h58.
Analisar os dados industriais brasileiros exige um exercício diário de separar o som do ruído. Ontem, a Anfavea, associação de fabricantes de veículos, anunciou a produção mais baixa para um primeiro semestre em 12 anos no país. Entre ônibus e caminhões, apenas 1 milhão de unidades saíram das fábricas brasileiras, 21% a menos que em 2015.
O setor opera com 50% de ociosidade. O excesso de trabalhadores chega a 32.000 pessoas. Para piorar, a recente valorização do real dificulta as exportações, uma válvula de escape nos últimos trimestres. A queda nas vendas, por sua vez, chegou a 25,4% entre janeiro e junho. Ou seja: sobram más notícias.
Mas dois detalhes fazem um grupo de analistas acreditar que o pior pode estar passando. Em junho, a produção ficou apenas 3% abaixo do mesmo mês do ano passado. O ritmo de queda está menor. Além disso, e essa é a principal notícia, os estoques estão em queda: em junho passaram de 42 para 39 dias. A Quest investimentos calcula que, no acumulado do primeiro semestre, os estoques nos pátios caíram 79.000 unidades, em termos ajustados sazonalmente.
Mantida a situação no segundo semestre, segundo a Quest, os estoques continuariam caindo até setembro, quando enfim a produção de carros no Brasil voltaria a crescer. Ainda assim, 2016 fecharia com um acumulado tenebroso. Mas com a tão esperada retomada num setor vital para nossa economia em marcha.