Negócios

Shell prevê corte de gastos e venda de ativos após alerta

Petroleira planeja vender ativos, cortar gastos e congelar um controverso programa de perfuração no Ártico


	Posto da Shell: mudanças previstas vêm após a Shell emitir no início deste mês um alerta sobre o lucro para o trimestre encerrado em dezembro, detalhando problemas
 (Getty Images)

Posto da Shell: mudanças previstas vêm após a Shell emitir no início deste mês um alerta sobre o lucro para o trimestre encerrado em dezembro, detalhando problemas (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 08h48.

Londres - A petroleira anglo-holandesa Royal Dutch Shell planeja vender ativos, cortar gastos e congelar um controverso programa de perfuração no Ártico, em novo foco sobre os retornos após importante sinal de alerta nos lucros.

Em apenas um mês no cargo de presidente-executivo da terceira maior petroleira de capital aberto do mundo, Ben van Beurden estabeleceu metas para tornar o grupo muito mais enxuto.

"Nossa estratégia global permanece robusta, mas 2014 será um ano em que estamos mudando a ênfase para melhorar nossos retornos e o desempenho do fluxo de caixa", disse van Beurden em comunicado.

As mudanças previstas vêm após a Shell emitir no início deste mês um alerta sobre o lucro para o trimestre encerrado em dezembro, detalhando problemas na companhia apenas duas semanas após van Beurden substituir o ex-presidente-executivo Peter Voser.

Os gastos com capital da Shell vão cair para 37 bilhões de dólares este ano, ante 46 bilhões de dólares de 2013, disse a companhia, enquanto a empresa prevê aumentar a proporção de alienação dos ativos, com a meta de vender 15 bilhões de dólares em ativos em 2014/15.

Para agradar investidores, a empresa planeja elevar os dividendos em 4 por cento no primeiro trimestre, ante o mesmo período do ano passado, para 0,47 dólar por ação, em medida que a companhia diz refletir sua confiança na capacidade de elevar o fluxo de caixa livre.

As ações da Shell subiram 2,2 por cento, tornando a companhia um das maiores altas no índice britânico de bluechip.


A Shell investiu cerca de 4,5 bilhões de dólares em busca de óleo na costa do Alasca desde 2005, mas foi forçada a cancelar o projeto no Ártico, depois que uma tempestade derrubou um navio e de enfrentar forte oposição de ambientalistas.

"Estamos fazendo duras escolhas em nosso portfólio global para melhorar a eficiência financeira da Shell", disse van Beurden.

O lucro no quarto trimestre, excluindo itens identificados em custo atual de base de fornecimento, ficou em 2,9 bilhões de dólares, em linha com a projeção reduzida que a empresa deu em janeiro, e tornando seu quarto trimestre o menos lucrativo em cinco anos.

A Shell atribuiu os resultados o trimestre à fracas margens de lucro em refino, altos custos de produção, paradas na Nigéria e manutenção nos seus negócios de gás natural liquefeito.

A venda de ativos vem sendo anunciada pela Shell desde outubro, embora nenhuma meta tenha sido dada. A empresa já começou o processo vendendo fatias em projetos na Austrália e no Brasil.

Acompanhe tudo sobre:Empresasgestao-de-negociosIndústriaIndústria do petróleoLucroMetasShell

Mais de Negócios

De olho em cães e gatos: Nestlé Purina abre nova edição de programa de aceleração para startups pets

ICQ, MSN, Orkut, Fotolog: por que essas redes sociais que bombavam nos anos 2000 acabaram

Franquias crescem 15,8% e faturam R$ 121 bilhões no primeiro semestre

Rússia, Índia e Chile: veja as missões da ApexBrasil pelo mundo

Mais na Exame