Shell prepara Cosan para liderança mundial em etanol
Acordo trará para a companhia brasileira desenvolvimento tecnológico e maior logística na exportação do biocombustível
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Para criar uma referência global na produção de etanol, a Shell fará durante dois anos um aporte de 1,625 bilhão de dólares e assumirá a dívida de 2,5 bilhões de reais da Cosan. Em contrapartida, a companhia brasileira desembolsará cerca de um bilhão de reais, o correspondente a cerca de 70% do total de seu patrimônio. Esses investimentos serão destinados ao desenvolvimento tecnológico na produção de etanol e à ampliação das operações no mercado doméstico. "Com essa união, teremos ganhos com logística, eficiência e escala. Isso reduzirá os nossos custos operacionais", afirmou em teleconferência Mark Williams, diretor mundial de Downstream da Shell.
Apoiada na experiência e na estrutura da Shell estabelecida no mercado global, a Cosan acelerará o seu processo de internacionalização para se tornar líder mundial no setor de etanol. A expectativa é que, com o apoio de uma multinacional, a companhia brasileira faça outras aquisições no mercado interno para vitaminar a sua atividade no país. Se a transação dará certo (ou não), ainda é muito cedo para dizer. Nos próximos seis meses, muitos detalhes ainda serão acertados - como, por exemplo, a disposição dos assentos na governança corporativa da joint-venture. De qualquer forma, o executivo Rubens Ometto já se mostra com o coração rendido ao negócio tal como o Coronel José Paulino, personagem de José Lins Rego: "A Cosan vem sendo namorada por várias empresas. Mas nós casamos com a Shell, porque ela é a melhor".