EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.
Nos últimos anos, duas preocupações têm tirado o sono dos executivos da subsidiária brasileira da anglo-holandesa Shell: a adulteração de combustíveis e a sonegação fiscal. As práticas causaram uma perda de mais de 80 milhões de reais entre 2000 e 2001(a empresa não tem o valor de 2002).
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a adulteração atinge 5,9% da gasolina vendida no país, 3,6% do diesel e 8,3% do álcool (essa adulteração pode ser feita pela adição excessiva de álcool na gasolina ou pela diluição do álcool, por exemplo). Para enfrentar a situação, a Shell tem apostado no descredenciamento de postos que adulteram combustível e no chamado programa DNA. Desde 2001, a empresa retirou sua marca de 600 postos que, apesar de levar a sua bandeira, não compravam combustível da distribuidora. A retirada da marca, com a remoção de bombas e letreiros, custou à empresa 12 milhões de reais (cerca de 20 000 reais por posto).
O programa DNA da Shell, lançado em 2000, tem como objetivo rastrear e certificar a origem do combustível de seus postos. Nele, é adicionada uma partícula que funciona como um código genético, permitindo a verificação da procedência da gasolina e do diesel. Ao contrário de corantes, o DNA não pode ser copiado. Uma frota de 24 furgões - os chamados laboratórios móveis - visita aleatoriamente postos para esse monitoramento. A tecnologia foi desenvolvida durante um ano nos laboratórios da Shell na Inglaterra e nos Estados Unidos. Já está previsto que o DNA será aplicado em países da América Central, como a Guatemala. Com o DNA ganhamos mais controle sobre o que é oferecido nos postos , diz Emílio Gouvêa, diretor de operações de vendas da Shell em São Paulo e na região Sul.
Esse controle custa caro. A Shell investiu mais de 25 milhões de reais em ações de marketing e de controle de qualidade de produtos para lançar o programa. Isso sem contar o custo das pesquisas, pago pela matriz. Além disso, a empresa gasta mais de 1 milhão de reais por ano na manutenção do programa.