Shell desenvolve projeto de energia solar em MG, o 1ª da empresa no Brasil
A iniciativa vem em momento em que diversas gigantes do setor de óleo e gás buscam aportar recursos em ativos renováveis ao redor do mundo
Reuters
Publicado em 23 de abril de 2020 às 14h27.
Última atualização em 23 de abril de 2020 às 14h28.
A anglo-holandesa Shell começou a desenvolver um projeto para um complexo de energia solar em Minas Gerai s, no que poderia se tornar o primeiro investimento direto da petroleira em geração renovável no Brasil.
A iniciativa da empresa vem em momento em que diversas gigantes do setor de óleo e gás buscam aportar recursos em ativos renováveis ao redor do mundo, como parques eólicos e solares, com muitas delas de olho no enorme potencial do Brasil para geração com essas fontes.
O empreendimento da Shell envolveria três usinas com uma capacidade instalada total de 130 megawatts em Brasilândia de Minas, a cerca de 500 quilômetros da capital Belo Horizonte, segundo pedido de outorga enviado pela empresa à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Um projeto desse porte demandaria mais de 500 milhões de reais em investimentos, segundo projeções de mercado.
O registro de requerimento de outorga obtido pela Shell, publicado pela Aneel no Diário Oficial da União desta quinta-feira, é o primeiro passo de um projeto de energia, mas ainda não permite saber em que ritmo a companhia desenvolverá o empreendimento.
Com esse registro, uma empresa em tese já pode inscrever seus projetos em leilões realizados pelo governo para contratar novas usinas de geração, ou mesmo buscar viabilizar o investimento por meio de contratos de venda da produção futura no mercado livre de eletricidade.
Procurada, a Shell disse que não poderia comentar por estar em período de silêncio prévio à divulgação de resultados. Petroleiras rivais como a norueguesa Equinor e a francesa Total já investiram recentemente na aquisição de projetos de geração renovável no Brasil.
A Shell, por sua vez, criou um time de "novas energias" no Brasil focado principalmente em geração solar.
Em setembro passado, o CEO local da companhia, André Araújo, disse que o grupo avaliava diversas alternativas para desenvolver projetos "competitivos" em renováveis.
Na semana passada, a petroleira anglo-holandesa apresentou em Londres uma estratégia para reduzir suas emissões líquidas de gases do efeito estufa a zero até 2050, com o presidente da companhia, Ben van Beurden, prometendo que a atual crise nos mercados de petróleo não irá atrapalhar o cumprimento dessas metas no longo prazo.