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Sem surpresas na política, 2017 será um bom ano, diz José Galló

Executivo aposta na queda da inflação e dos juros nos próximos meses, combinação que deve deixar o consumidor mais confiante e disposto a gastar

Galló: "temos uma melhora na economia, mas temos também uma Lava Jato e não sabemos o que pode acontecer" (Germano Luders/Exame)

Luísa Melo

Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 21h33.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2017 às 21h34.

São Paulo - "Se não houver nenhuma outra surpresa forte no nível político, 2017 será um bom ano". É essa a expectativa de José Galló, presidente da Renner .

Em coletiva com analistas para divulgar o balanço da empresa nesta sexta-feira (10), o executivo disse que aposta na queda da inflação e dos juros ao longo dos próximos meses – combinação que deve deixar o consumidor mais confiante e disposto a gastar.

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Em 2016, apesar das pressões externas, a varejista teve um desempenho positivo.

A receita líquida da venda de mercadorias somou 5,72 bilhões de reais, um avanço de 5% sobre 2015. O lucro líquido cresceu 8% e chegou a 625,1 milhões de reais.

Mas no quesito mesmas lojas (que contempla as unidades abertas há pelo menos um ano), as vendas tiveram uma pequena retração de 0,2%.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da operação de varejo totalizou 1,08 bilhão de reais, número 4,6% maior do que o registrado um ano antes.

A margem Ebitda ajustada ficou praticamente estável: de 19,1% em 2015, foi para 19% em 2016. Já a margem bruta cresceu, de 54,8% para 55,7%, o que indica ganho de market share.

Em 2017, Galló acredita que a companhia conseguirá fazer as vendas mesmas lojas crescerem pelo menos ao nível da inflação.

Braço financeiro

No segmento financeiro, a Renner teve um resultado de 251,3 milhões de reais no ano passado, alta de 20,6% ante 2015.

Os cartões foram responsáveis por 18% do Ebitda total do grupo em 2016, graças ao aumento das receitas e ao menor nível de perdas, segundo a empresa.

Novas lojas

A varejista prevê investir 500 milhões de reais neste ano e deve inaugurar de 60 a 65 lojas, sendo 20 a 25 da bandeira Renner (incluindo três no Uruguai), 15 da Camicado e 25 da Youcom.

Os planos estão em linha com os de 2016, quando foram abertas 64 unidades: 25 da Renner, 17 da Camicado e 22 da Youcom.

Apesar de confiar na melhora do cenário econômico e de garantir que a Renner tem estrutura, nível de endividamento e caixa adequados para abrir ainda mais pontos de venda, Galló afirmou que a empresa preferiu manter o ritmo de expansão para "não assustar os investidores".

"Abrir 60 lojas é uma coisa quase ousada considerando o ambiente que a gente vem (enfrentando), tem que ter um certo equilíbrio", disse. "Temos uma melhora na economia, mas temos também uma Lava Jato e não sabemos o que pode acontecer (na política)", completou.

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