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Sem parques em 100% e sem novos filmes, faturamento da Disney desaba

A única boa notícia para a empresa durante a pandemia do novo coronavírus é o crescimento do serviço de streaming Disney+

DISNEY EM XANGAI: parque (Aly Song/File Photo/Reuters)
EY

Ernesto Yoshida

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 06h50.

Última atualização em 4 de agosto de 2020 às 06h52.

Com alguns de seus parques temáticos ainda fechados ou funcionando parcialmente por causa da pandemia do coronavírus, a Walt Disney deverá apresentar forte queda de receita no balanço trimestral a ser divulgado nesta terça-feira (4). A previsão dos analistas é que a empresa de entretenimento tenha faturado em torno de 12,5 bilhões de dólares entre abril e junho, o que representaria uma queda de 38% em relação ao mesmo período de 2019.

Para o ano fiscal de 2020, que se encerra em setembro, a previsão é que a Disney feche com uma receita de 66,6 bilhões de dólares, uma queda de 4,3% em relação ao exercício anterior. O lucro operacional, porém, deverá cair bem mais: a previsão é que a Disney encerre o ano fiscal com um lucro de 5,8 bilhões de dólares, um recuo de 61% em relação a 2019.

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O negócio dos parques temáticos e resorts representa 37% da receita da Disney. No dia 11 de julho, a empresa reabriu seu maior complexo de diversões, o Walt Disney World, em Orlando, na Flórida, depois de quase quatro meses de interrupção das atividades. A Flórida é o segundo estado com maior número de casos de covid-19 nos Estados Unidos (quase 492.000). O estado americano com mais pessoas infectadas é a Califórnia (522.000), onde a empresa opera a Disneylândia – o complexo está fechado desde 12 de março.

Fora dos Estados Unidos, a Disney tem parques temáticos em Xangai (reaberto em 6 de maio), Tóquio (voltou a funcionar em 2 de julho) e Paris (em atividade desde 15 de julho), todos operando com restrições pela necessidade de manter o distanciamento social. A Disneylândia de Hong Kong, reaberta em 18 de junho, foi fechada novamente em 15 de julho devido ao aumento de casos de covid-19 na região.

A divisão de cinema, responsável por 16% da receita da Disney, também sofre com a pandemia. A empresa anunciou recentemente que adiou por tempo indeterminado o lançamento de Mulan, uma live-action que estava programada para chegar aos cinemas nos Estados Unidos em março e que tinha sido postergada para 21 de agosto por causa do fechamento das salas de exibição. A Disney confirmou também o atraso nas filmagens de outras superproduções, como as sequências de Avatar e de Guerra nas Estrelas, que só devem chegar aos cinemas em dezembro de 2022 e dezembro de 2023, respectivamente.

Para compensar a perda de receita em seus negócios tradicionais, a Disney aposta cada vez mais no seu serviço de streaming de vídeo, o Disney+. Lançado em novembro de 2019, o serviço já contava no início de maio com cerca de 55 milhões de assinantes, número muito acima das expectativas da companhia, que tinha a meta de atingir entre 60 milhões e 90 milhões de assinantes no mundo somente no fim do ano fiscal de 2024. No ritmo atual, o Disney+ deve bater essa meta já no primeiro ano de lançamento.

Ainda está longe de ameaçar a líder do segmento (a Netflix tem cerca de 193 milhões de assinantes), mas abre boas perspectivas para a Disney num momento em que seus outros negócios dependem da estabilização da pandemia para se recuperar. Há quem projete que, em cinco anos, o Disney+ será um negócio capaz de gerar uma receita de 30 bilhões de dólares por ano.

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